quinta-feira, 21 de maio de 2020

O Nacionalismo, a Religião e o Catolicismo: esclarecendo um mal entendido.

Roman Dmowski | Na historycznej wokandzie - NINATEKA
Roman Dmowisk, líder do nacional-catolicismo polonês


Faz-se mister esclarecer um velho mal entendido, em boa parte fruto dalguns polemistas católicos que acostumaram o público a considerar a “onda nacional” como uma heresia política e a admitir, no máximo, na seara católica, o patriotismo ( uma versão amena do nacionalismo como se esta fosse, sempre, uma absolutização da nação colocada no lugar de Deus ). A confusão foi criada, em certo aspecto, pela ignorância dos tais polemistas em relação a história e, em outro, pela tentativa deliberada de impor conceitos doutrinais a todo e qualquer regime que exibisse o nome de “nacional”, sem pesar fatos e fazer distinções no seio dos amplos espectros deste fenômeno, esquecidos da definição que Rene Remond dá ao mesmo enquanto realidade aberta a uma gama de conteúdos na medida em que este oscilava, durante o século 19 entre aspirações liberais e, logo, revolucionárias, e aspirações tradicionais, portanto reacionárias, a depender do terreno em que se manifestassem.

A primeira onda nacional surge do apelo jacobino à nação francesa contra o poder régio e contra o “complô dos aristocratas”: é o soberanismo popular. A convenção nacional de Robespierre exalta o povo em armas em prol da República. Nação, neste caso, é um conceito meramente útil: é “o coletivo do terceiro estado” contra os aristocratas não só franceses mas do mundo inteiro. A França, pátria da liberdade, não tem por fito estender suas fronteiras mas a da liberdade tomada como um absoluto; o princípio primeiro do Jacobinismo não é a Pátria nas suas tradições mas a liberdade do povo, símbolo da liberdade da humanidade. O horizonte jacobino é, sumamente, humanitarista. Prova de que a nação não tem nenhum conteúdo fixo de tradições na mente dos revolucionários franceses e que ela é tão só uma abstração, é que o mesmo conceito pode ser usado para justificar a subida dos jacobinos em nome da nação soberana como para legitimar sua derrubada.

As guerras de Napoleão (1805-1815) marcaram a luta da França por expandir essa “liberação da humanidade”. Contudo a reação ao invasor francês gerou duas atitudes políticas: uma restauracionista, monárquica e absolutista e outra reacionária-nacionalista. Em alguns casos, como no da Prússia houve uma síntese do sentimento monárquico ao nacional sob a chefia de Frederico Guilherme III que liderou a luta restauracionista prussiana a partir da derrota sofrida em 1807, quando se refugia em Kaliningrado para, junto de alguns militares reformistas como Blucher e Von Stein, empreender uma reforma modernizadora do Estado ( uma modernização conservadora ) a fim de ter meios para enfrentar o poderio napoleônico; isto garantiu a vitória alemã contra a França em 1813 na batalha das nações em Leipzig. É importante destacar isso pois há quem tente vincular, exclusivamente, o pensamento de Rosseau – a filosofia base da revolução francesa – com o ideário nacional. Rosseau era um igualitarista republicano como vemos em sua obra basal, “O Contrato Social”; todavia o mesmo Rosseau escreveu uma proposta de reforma da constituição polonesa onde, chamado a orientar a nobreza polaca às voltas com o problema da nação, em face às ameaças do exterior, Rousseau patrocina a causa de um conservadorismo aristocrático pouco compatível com o igualitarismo republicano que advogava no plano da teoria. Essa questão indica uma contradição absoluta que acompanha as relações entre democracia liberal e nacionalismos, que é o sistemático apequenamento da democracia em nome dos interesses nacionais. Onde um cresce o outro decresce.

Logo há uma idéia nacional que emerge da reação ao “afrancesamento” - identificado com o estado laico e as liberdades -que encontrará uma alta expressão em Herder cuja fama é devida ao fato dele ser o pai das noções de historicismo e de volksgeist, bem como o líder da revolta contra o classicismo, o racionalismo e a fé na onipotência do método científico. Eis o que chamamos de nacional-reacionarismo.

Na França uma reação a revolução também se organizou em torno de idéias nacionais: é no âmbito do conservadorismo e do tradicionalismo que as idéias de nação e o nacionalismo francês vão se desenvolver, seja no contexto da Revolução de 1848 seja como reação à derrota na guerra com a Prússia em 1870, seja como reação à Comuna de Paris, em 1871, seja como reação à crise da Terceira República, no final do século XIX, de que é emblemático o caso Dreyfus. Aqui se trata da reiteração de uma tradição conservadora que tem início com François-René Chateaubriand (1768-1848) e Felicité Robert de Lamennais (1782-1854), e que tem seu trecho intermediário com François P. G. Guizot (1787-1874), Pierre G. F. Le Play (1806-1882), Ernest Renan (1823-1892) e Hippolyte Taine (1828-1893), encerrando-se com os autores nascidos na segunda metade do século XIX: Maurice Barrès (1862-1923) e Charles Maurras (1868-1952). Do tradicionalismo católico e aristocratizante de Chateaubriand e Lamennais ao conservadorismo cientificista e patriótico de Renan-Taine-Le Play, ao nacionalismo monarquista, militarista e anti-judeu de Barrès-Maurras-Péguy. Em todas essas versões, a unidade básica de pensamento é a utilização da idéia de nação como instrumento de luta contra a democracia, contra o movimento popular, contra o socialismo e em prol do catolicismo ( no caso de Lamenais-Barrés-Maurras ) .

A Polônia em seu surto nacionalista também foi marcada pelo reacionarismo além do catolicismo; ele atingirá sua máxima importância na segunda metade do século XIX e na primeira metade do século XX. Suas ondas cruciais seguiram a derrota polonesa na revolta de janeiro de 1864. O levante de janeiro foi uma revolta na antiga República das Duas Nações (atual Polônia , Lituânia , Bielorrússia , Letônia , partes da Ucrânia e da Rússia Ocidental ) contra o império russo. Um elemento importante do nacionalismo polonês foi sua identificação com a religião católica, com base na narrativa do “Cristo das Nações” e sua forte conotação espiritual que acabou se tornando uma das características definidoras da identidade polonesa moderna. Roman Dmowski, um político polonês da época, foi vital na definição desse conceito e foi chamado de "pai do nacionalismo polonês". Dentro da visão do “Cristo das Nações”, a nação polonesa, que seria originária do antigo povo dos sármatas, teria a cumprir um papel especial na história do mundo. A República das Duas Nações devia ser o baluarte da cristandade, o asilo da liberdade e o celeiro da Europa. Esses ideais já tinham sido expressos por Wespazjan Kochowski (1633-1700), poeta e historiador da corte do rei João III Sobieski, representante do chamado barroco sármata.

O nacional catolicismo polaco reportava-se à visão do martirizado Jesus-Messias (identificado com os eslavos, a Polônia), que devia salvar e unir os pecadores (as outras nações da Europa). As principais características da filosofia do Cristo das Nações, comuns à maioria dos seus representantes conhecidos, são: a convicção a respeito da existência de um Deus pessoal; - a fé na existência da alma; a ênfase ao predomínio das forças espirituais sobre as físicas; a visão da filosofia e/ou da nação como o instrumento para a reforma de vida e a salvação da humanidade; a ênfase ao significado eminentemente metafísico da categoria de nação; a afirmação de que o homem pode realizar-se plenamente apenas no âmbito da nação, numa comunhão de espíritos; o historicismo manifestado na afirmação de que são as nações que determinam o desenvolvimento da humanidade. Dentro deste espírito os nacionalistas polacos imaginavam que a Polônia era quem estava mais qualificada para representar o ideal da nacionalidade, porque, pelo próprio fato da sua existência, era uma testemunha de quão falso e artificial é identificar a nação unicamente com estado, já que a nação podia sobreviver à destruição do estado e recusar-se a ser amalgamada com as potências vitoriosas que a dominavam politicamente. A Polônia estaria, aí, também qualificada para representar o ideal de uma nova ordem internacional baseada em princípios morais e teocêntricos. Importante notar a diferença entre esse nacionalismo polaco – onde a nação é algo anterior ao Estado cujo papel é tão só o de instrumento da nação que é, por tabela, instrumento de Deus – e o alemão-protestante de Fichte que tratará o Estado como síntese final da nação alemã – igualmente tomada como ponto terminal da evolução da humanidade, como o Absoluto.

Durante o século 19/20 religião e nacionalismo vão compartilhar alguns traços e funções comuns: fornecerão mitos de origem, santos e mártires, objetos, lugares e cerimônias santas, um sentido do sacrifício e das funções de legitimação e mobilização. O avanço nos estudos sobre o nacionalismo durante os anos 80 levaria, diferente dum enfoque dado aos estudos sobre o nacionalismo enquanto fenômeno secular, a refletir sobre o lugar do religioso diante de outras referências culturais na ideologia nacionalista. Assim os estudos historiográficos sobre a história das religiões durante as duas últimas décadas deram uma imagem mais atenuada de suas evoluções. No lugar de acentuar a crítica da religião como se manifesta durante o século das Luzes e no século XIX, os estudos insistem sobre as formas diferentes de subsistência, ou seja, de renascimento do "religioso" nas sociedades européias. Georg Mosse destacou o fato, em seu livro sobre a nacionalização das massas, de que o nacionalismo não é somente um movimento político e social, mas utiliza também uma linguagem e símbolos religiosos. Em sua ótica, o nacional-socialismo é a realização dessa osmose entre a nação e a religião no interior da cultura política alemã. O'’Brien explica como a nação é considerada, em seus posicionamentos, enquanto eleita, sagrada ou divina. É também importante observar como a nação é associada à idéia de sacrifício e como esse sacrifício é legitimado. É óbvio que o catolicismo se põe em guarda contra a divinização da nação mas não é exatamente disso que se trata; em uma perspectiva comparada, é surpreendente ver como as políticas da memória e simbólicas se assemelharam nas sociedades européias do século 19 no tocante a construção da identidade. Elas se apoiavam em figuras religiosas do passado, tanto para celebrar a longevidade da unidade nacional criada pela cristianização católica do país – como São Venceslau, na Thecoslováquia; Bonifácio, na Alemanha; Joana d’Arc ou São Luís, na França – quanto para comemorar uma ruptura da unidade católica no passado como o início de uma evolução que conduziria a um estado nacional laico (na linha dum nacionalismo revolucionário) do presente: Jan Hus, Martinho Lutero, Giordano Bruno, uma Joana d’Arc republicana podiam servir de exemplo a isso. A nação e o Estado-nação que a essas tradições se referia deviam ganhar legitimidade histórica e ser colocadas, para além das ações quotidianas, em uma esfera religiosa. Isto significava a elevação da nação ao caráter de uma construção não contingente, como uma entidade fechada, única e holística.

Uma abordagem interessante no que tange ao baixo impacto do secularismo nas ondas nacionais do fim do 19 e começo do 20, é aquela feita por Oliver Janz que estudou as referências religiosas utilizadas, durante a Primeira Guerra, pelos autores de publicações freqüentemente públicas, ou semi-públicas, para se lembrar dos oficiais e soldados italianos mortos nos campos de batalha. Ele avaliou um grupo de 2.300 escritos, dos quais 95% se referiam à nação, sem, no entanto, exprimir sentimentos anticlericais. Em sua análise, esses escritos não mostram o sucesso de uma campanha anticlerical, mas a simbiose entre uma interpretação nacional da guerra e da morte descrita em uma linguagem religiosa. Os mortos são vistos como mártires de uma guerra chamada "santa" e os textos exprimem um culto do sacrifício patriótico que permitiria – com uma clara referência religiosa – o reviver da Itália. A semântica nacional e religiosa é estreitamente relacionada nesses textos ( Não é sem razão que, no decurso do pós primeira guerra se fará a síntese entre o ideal fascista do Facho – que nasce do campo de batalha - e o Catolicismo, reintegrando a Igreja plenamente à vida nacional). Esses estudos apontam que uma versão anticlerical da nação parece ter tido poucos efeitos.

Com a encíclica Rerum Novarum, o papa Leão 13 indicava certa abertura para o mundo moderno e permitia às Igrejas nacionais que se dirigissem a uma política de compromisso com os estados nacionais como explica Burleigh, aplainando o caminho para um Barré e um Maurras na França. Barré que começou liberal terminou na Ligue des Patriotes de Paul Déroulède e depois na Union Sacrée onde chegou a liderar uma campanha pelo reerguimento de Igrejas como pela data nacional do 24 de Junho dedicado a Santa Joana D'Arc como heroína pátria - Cabe dizer que Joana levou a França a uma vitória na Guerra dos Cem Anos contra os Ingleses, depois que as forças militares de Carlos VII Valois foram destroçadas por Henrique V da Inglaterra na Batalha de Azincourt, graças ao fato de ter alcançado superar as divisões e desânimos das tropas dos senhores feudais ( lembrar que o Delfim da França não tinha a disposição um exército regular na época, mas dependia do fornecimento de cavaleiros por parte dos nobres ) com o apelo ao sentimento nacional francês fundado em bases místicas: a França como primigênia da Igreja, nação eleita, braço armado da cristandade à qual Deus enviou uma visionária para salvá-la. A Ligue des Patriotes de Barré, deu origem à Federação Católica Nacional – FNC - que foi criada em 1924 pelo General Édouard de Castelnau, em resposta ao Cartel da Esquerda, que queria relançar a política anticlerical e anticatólica pré-guerra. Grupo de pressão de massa, era constituída pela malha de dioceses e paróquias; Louis Marie Gaston d'Armau de Pouydraguin, que foi diretor geral da Ligue des Patriotes, teve papel decisivo no soerguimento da FNC.

Tudo isto aponta para uma criativa e profícua síntese entre o ideário nacional e o catolicismo entre o fim do século 19 e início dos anos 20, mostrando que o fenômeno nacional em sua linha reacionária não é incompatível com o catolicismo. Voltaremos ao assunto.

Bibliografia

BURLEIGH, M. Earthly Powers. The Clash of Religion and Politics in Europe from the French revolution to the Great War. New York: Cambridge University Press, 2005.

JANZ, O. Konflikt, Koexistenz und Symbiose. Nationale und religiöse Symbolik in Italien vom Risorgimento bis zum Faschismus. In: HAUPT, H.-G.;

LANGEWIESCHE, D. Nation und Religion in Europa. Mehrkonfessionelle Gesellschaften im 19. und 20 Jahrhundert. Campus Frankfurt; New York, 2004.

MICKIEWICZ, Adam. Księgi narodu i pielgrzymstwa polskiego. In: Pisma prozą, część II. Kraków: Czytelnik, 1952.

REMOND, R. Religion et société en Europe. Essai sur la sécularisation des sociétés européennes aux XIXe et XXe siècles (1789-1998). Paris: Seuil, 1998.

O’BRIEN, C. C. God Land. Reflections on Religion and Nationality. Cambridge Mass.:Harvard University Press, 1988

terça-feira, 5 de maio de 2020

A Revolução Brasileira: do PT a Olavo e Moro, a dialética da destruição do país.


Olavo, Moro e Bolsonaro | Missão Política
Olavo-Rosseau, Bolsonaro-Robespierre e Moro-Napoleão: a trinca revolucionária que vai matar o Brasil


O episódio Moro x Bolsonaro nos lançou, de vez, numa nova etapa da dialética que vem sendo aplicada no país faz tempo. Os dois fenômenos se imbricam num primeiro momento ( tese ) porém agora se distinguiram defnitivamente ( antítese ): Morismo e Bolsonarismo não são a mesma coisa mas fazem parte do mesmo processo. (Ver quadro no fim do artigo!)

Para entender este processo é preciso remontar à campanha dos anos 90 – então encabeçada pelo Petismo contra Collor – de “Ética na Política” um marco no “combate a corrupção” e a primeira etapa de embate contra as velhas elites políticas fisiológicas e oligárquicas, vistas como um resquício da “ditadura militar”, um elemento estranho à nova ordem surgida com a Constituição Federal de 1988 que encarnava o sentido duma “revolução francesa” para o Brasil onde se daria a emergência duma nova era de direitos em oposição ao autoritarismo. A ideologia da nova república nascida em 1988 é caracterizada pela velha idéia revolucionária, jacobina e americanista de império da lei, da virtude republicana, do interesse público, etc.

É justamente neste enquadramento que devemos avaliar os últimos fatos da nossa vida política. A ascensão do petismo, do Bolso-Olavismo e do Morismo são, nada mais que faces duma mesma realidade essencial, momentos dialéticos do mesmo “processo revolucionário”. Alguns poderão dizer que não faria sentido encaixar o Bolso-Olavismo como momentos dum processo de revolução dado seu rechaço ao “comunismo” o que não quer dizer absolutamente nada: revolução não significa apenas socialismo mas quebra e ruptura dum velha ordem em prol da criação dum nova ordem política e social seja ela qual for.

Olavo de Carvalho vem tratando, ultimamente, do tema “revolução brasileira”, diferenciando-a do que ele chama de revolução no sentido de “concentração de poder na mão duma elite revolucionária”. Segundo Carvalho a tal “revolução brasileira” se daria quando o povo, passando por cima das elites políticas, tomasse as rédeas do poder e do destino nacional. Para Olavo de Carvalho esta noção está calcada em vários autores nacionais. Um deles – pasmem – é Sérgio Buarque de Holanda – um dos fundadores do PT. No seu livro “Raízes do Brasil” ele fala do descompasso entre “sociedade e política” no Brasil: dum lado teríamos uma sociedade oligárquica/coronelista ao mesmo tempo que uma política fundada em elementos da revolução francesa e americana como um mero aparato jurídico incapaz de, sozinho, mudar a substância do Brasil no caminho duma democracia efetiva. A solução para tal descompasso, segundo Buarque é, exatamente a tal “revolução brasileira” que consistiria em fazer uma mudança vertical e mudar a substância da política tradicional brasileira trazendo à tona atores novos que substituíssem de vez a velha elite com seu estilo de mando oligárquico: nesta revolução vertical o mote seria a despersonalização democrática, o povo como agente político mor, o povo como hipóstase ( como uma idéia, substância, realidade suma, algo que remete à vontade popular/geral de Rosseau). É exatamente este o cariz das falas recentes do sr. Carvalho: revolução do povo, o povo nas ruas, o povo no poder, democracia direta e quebra das velhas elites. Isto integra o Bolso-Olavismo e ao Morismo ao mesmo processo no qual está o PT: se Lula/Dilma foram responsáveis pela integração do povo ao reino do consumo ( até então reservado às classes altas ), se criaram uma classe média do terciário, do setor de serviços, agora é a hora de superar esta fase e seguir para a próxima, que é a da luta extremada contra a “corrupção” ( símbolo da luta contra a oligarquia patrimonialista ), afinal o PT fez tudo isso se alinhando à velha elite fisiológica pmdebista, aos estamentos e ao “deep state” ainda contaminado pelo coronelismo. Neste ponto o Bolso-Olavismo e o Morismo são consequências lógicas do luta petista por “ética na política” contra a velha política.

A distinção entre Morismo e Bolso-Olavismo começou, justamente, quando o papel de Olavo como ideólogo mor do governo ficou delineado – em meados de 2019. Como dissemos no ano passado, Olavo pretende dirigir o processo de revolução brasileira desde que encabeçado por Jair Bolsonaro pois assim, ele teria o controle das etapas revolucionárias seguintes, onde a sua nova elite – seus alunos e seu círculo de adeptos – surgiriam como a mais tenra liderança de Estado depois dele ser varrido dos atuais congressistas, do STF, da ala militar nomeada por Lula/ Dilma, etc:

“Nos seus últimos vídeos, já prevendo a crise iminente entre setores pró-LavaJato, que defendem o combate a corrupção em geral, e as necessidades de sobrevivência do governo Bolsonaro – que envolvem o arquivamento das investigações sobre o Senador Flávio Bolsonaro, que poderiam resvalar no presidente, abrindo brechas para a queda do governo – o velho abriu fogo e lançou críticas ao lavajatismo acusando-o de descolar o combate à corrupção do combate ideológico ao PT. Para Carvalho o fato da LavaJato realizar-se sob os auspícios da neutralidade da lei impossibilita um combate eficaz ao petismo – razão de ser máxima do governo Bolsonaro, para o astrólogo – que, no fim das contas, seria a única coisa que de fato interessaria. Isto tudo permite dizer que, pouco a pouco, Olavo vai atingindo seus fins, quais sejam o de alcançar a hegemonia ideológica sobre a direita bolsonarista reaglutinando-a em torno do combate ao “fantasma petista” - a tal palavra talismã – apresentado-se como o único que tem o conhecimento efetivo para dar cabo de tal ameaça.” - In: https://catolicidadetradit.blogspot.com/2019/09/a-estrategia-criminal-de-olavo-de.html

E onde o Morismo entra nesta dialética? É bem simples: Moro é um produto da luta anti-Corrupção e da luta anti-Petista iniciada desde a emergência da crítica ao mensalão ( em 2006 ); o Morismo é a mais avançada etapa de modernização do Estado e da sociedade brasileira: pois é isto que está em jogo. O Petismo, o Bolso-Olavismo e o Morismo são recusas do “Brasil Real”, a vontade política revolucionária de levar até ao fim o ideal democrático da CF88 substituindo o brasileiro cordial por um novo brasileiro de cariz liberal-igualitário, um brasileiro moderno, ocidentalizado.

Onde o PT falhou em levar adiante a tal “revolução brasileira” o Bolso-Olavismo e o Morismo se colocam na vanguarda. Sobre o Bolso-Olavismo que ninguém se iluda com os ares autoritários de Bolsonaro: todas as vezes que o presidente invoca ações da FA em prol de, nas entrelinhas, “fechar o regime” são no quadro de defesa da “democracia e liberdade” como disse o presidente nas manifestações do dia 03/05/2020, na capital federal:

“Chegamos ao limite...temos as FAs ao nosso lado para defender a democracia e a liberdade”

Quem definiria o significado de “democracia” num regime autoritário de clave bolsonarista seria, evidentemente, Olavo de Carvalho que chamará o pretenso regime de força, de democrático pelo fato de ser a expressão da “vontade direta do povo”, da relação direta “povo – presidente” sem a mediação das elites políticas, aquelas que precisam desaparecer para dar lugar à “revolução brasileira”.

Desde então o Morismo passa a ser a oposição a esta captura jacobina à direita do Estado se tornando o Partido da Lei contra o “Robespierre Bolsonaro”: se a direita jacobina bonorista incorpora a idéia do presidente como “chefe que vai conduzir o povo na revolução brasileira contra as elites”, o Morismo subentende o Judiciário como o mediador dessa revolução, como o lídimo representante da revolução brasileira que teria que se dar sob o Império da Constituição e não do Presidente como Encarnação dela ( Lembram de Bolsonaro falando “Eu sou a Constituição”?). É comum, nas revoluções históricas, surgirem diferentes partidos mais ou menos radicais na implantação dos princípios que elas carregam. E nós estamos num franco processo revolucionário. Prova disto é que a Lava Jato desencadeou a formação de uma gama de novos partidos que se fizeram fortemente presentes na eleição de 2018, reduzindo o papel da velha elite fisiológica. O Morismo aí é a fase mais avançada desta revolução pois a que melhor encarna a tal “despersonalização democrática” da qual fala Sérgio Buarque pois descolada do culto à personalidade como expressou Moro quando falou que “Há lealdades maiores que as pessoais” ( A lealdade de Moro é, sobremaneira, à CF88 como uma “bíblia”, como encarnação do Rule Of Law num sentido americanista: algo que está sob o controle do juiz como intérprete final do sentido dela). Ambos os partidos em luta agora são, nada mais que aquilo que já viemos revelando aqui faz tempo: facetas do americanismo, ódio ao Brasil profundo, dialética que continua, do lado direito, o processo de destruição de nossa identidade iniciada pela esquerda. Se o Bolsonarismo é diabólico, o Morismo é satânico ao cubo pois o primeiro ainda consegue fazer acertos com a velha política – via Centrão – já o Morismo encarna o purismo revolucionário . Neste sentido a fase Morista da revolução brasileira poderá nos lançar num quadro ainda pior que aquele no qual o Bolsonarismo nos colocou.




Esquema de sucessão lógica da “revolução brasileira”:


Momento 1 ( Tese/ Petismo ) → O PT eleva as massas à condição de consumidoras/ O PT cria uma nova classe média do terciário via ações do Estado

Momento 2 ( Antítese A/ Antipetismo ) → Esta nova condição cria uma nova mentalidade de classe social vincada ao modelo de “American Way of Life” ( o modo estadunidense de vida ) e uma nova forma de ver a política → ( “Mais Brasil, Menos Brasília” = Federalismo a lá USA/ A burguesia se sentindo confiante para seguir sem o Estado, passa a exigir liberalismo econômico para promover um novo salto de prosperidade) + caldo de formação da nova direita

Momento 3 ( Antítese B/ Antipetismo ) → Judiciário como reserva moral da nação = modelo americano de justiça onde o Poder Judiciário passa a ter Poder Legislativo para compor as lacunas da Constituição a fim de assegurar os direitos da sociedade civil na sua luta contra os abusos do Estado + ideologia do Estado Mínimo + Moro = herói na luta para suprir, com seu ativismo judicial, as lacunas da CF88 ( Interferência judicial no MP para assegurar a condenação da corrupção petista que emperra a “revolução brasileira”).

Momento 4 ( Síntese das antíteses antipetistas – Nova Tese: Bolsonarismo ) Bolsonarismo incorpora o American Way Of Life, o federalismo, o liberalismo e o judicialismo.

Momento 5 ( Antíteses dentro da Nova Tese Bolsonarista)

Olavismo breca o judicialismo ( Nada de Lava Jato eterna/ Combate a corrupção? Só a do PT – o combate tem de ser ao socialismo/ A revolução brasileira é contra o socialismo e não a luta pelo Império Abstrato da Lei representado pelo LavaToguismo do PSL e agora pelo Morismo) = Ruptura entre Bolso-Olavismo e Morismo:

Momento 5 ( Nova Tese: Bolso-Olavismo ) → Revolução Brasileira sob auspício do Chefe ( Presidente) / O Chefe é o Povo/ Nova Elite; círculo de alunos do COF

Momento 6 ( Nova Tese: Morismo ) → Revolução Brasileira sob auspício da Idéia Abstrata de Lei/ O Judiciário é quem guia o processo/ Nova Elite: Togados Esclarecidos.



segunda-feira, 20 de abril de 2020

Pio 12 e sua relação com a Ustasi




BOG I HRVATI POSUDI PA NE VRATI Papa: Hrvatski oprost je uzor za ...


Bog i hrvatski”: Deus e o croata. Ditado antigo recuperado pela Ustasi





É verdade que no contexto racionalista do século XX, o Papa Pio 12, na época, se opôs veementemente a idéias racistas de fundo biologicista como o nazismo. Mas muito errada é a visão de católicos que veem nas encíclicas papais uma condenação a todas as linhas de terceira posição nacional. Não há outra fonte que postule isso senão a liberal. Nada como o próprio proceder da Santa Sé e do Sumo Pontífice frente a movimentos de terceira posição nacional de caráter próprio e específico (colocar todos os nacionalismos no mesmo saco é um erro!). Vejamos o exemplo croata:



A Croácia, país eslavo, que foi cristianizado na idade média e sempre apresentou uma devoção católica muito acentuada, desenvolveu-se dentro do rito oriental; porém os croatas absorveram muitos elementos da devoção ocidental, principalmente a Sua Devoção Mariana (A Croácia teve, no século 18, uma aparição da Virgem), O Rosário e a devoção a São Bento.



Entre 1929 e 1945, o Estado Independente da Croácia formalizou a Ustasi, uma organização multifuncional. Uma autoridade que tinha o cariz de ser Estado-Partido-Exército- Escola Catequizadora. Partido porque havia somente este, de modo que o regime pode ser de terceira posição nacional. Exército-Catequizador pois os generais dos Esquadrões de combate Ustasi tinham nas palavras de Ante Pavelic,como fim primário: “a conversão dos ortodoxos ao catolicismo romano”. Isso se deve à direção espiritual absoluta do movimento que estava debaixo da autoridade espiritual do arcebispo cardeal Stepinac.


O arcebispo croata Stepinac fora nomeado como cardeal por Sua Santidade Pio 12. Mas antes disso ele já era amigo pessoal do Papa, de modo que na vigência da Ustasi, trocavam cartas todo mês (e mais, particularmente sobre a Ustasi). Em 1929 Stepinac imediatamente lançou uma bênção pública em escrito à Ustasi e aos seus diretores leigos, pedindo orações do povo pela prosperidade do regime e sucesso dos governantes.

Do mesmo modo, respondeu favoravelmente o gladio temporal, O Estado, que se pôs a serviço do interesse do Vaticano. Há tempos ambos notaram as dificuldades políticas que os ortodoxos, principalmente, junto de judeus secularistas, faziam aos croatas (1) Pio 12 expressava intensa preocupação com a conversão não só dos muitos croatas que historicamente foram forçados a se tornarem ortodoxos, bem como dos próprios sérvios. Foi fixado que a política da Ustasi seria o proselitismo romano, o que no falso-dogma moderno é considerado “violência”. O nacionalismo croata nada mais era que o braço armado do catolicismo romano em terras eslavas. A Ustasi era equivalente ao que o rei Clóvis foi para a França e o Papa: o braço armado de Deus na terra, a espada a serviço da Igreja de Cristo (2). 




Cabe recordar que Stepinac foi participante direto na criação do Estado Independente da Croácia (NDH). Por várias vezes ele apareceu em público com o Poglavnik (o líder Ustaše Ante Pavelić) e cantou o Te Deum no aniversário da criação do NDH.

Considerando o papel marginal da Igreja na arena política durante o período entreguerras, a criação do NDH ( Nezavisna Država Hrvatska - Estado Independente Croata) ofereceu a Igreja e o movimento católico croata uma oportunidade. Os líderes do novo estado estavam dispostos a trabalhar com os líderes da Igreja e, assim, reduzirem a marginalização que a Igreja foi sujeita dentro do estado iugoslavo

Ainda é preciso dizer que o Papa Pio 12, em 1941, enviou Abbott Marcone como seu visitante apostólico, que atuou como núncio papal, o que satisfez Stepinac, já que isso significava que "o Vaticano reconhecia de fato o novo estado”.


Por exemplo: Stepinac parabenizou o excelente governo pela: "Proibição estrita de todas as publicações pornográficas, que foram primeiramente e muito mais publicadas por ortodoxos!" Curiosamente os Ortodoxos escancaradamente acusam (e precipitadamente) a “liga Vaticano-Ustase” de genocídio de 1 milhão de sérvios, todos tidos por mártires. Veja você mesmo: https://www.youtube.com/watch?v=s03Tv6cWFuc



Por João Pedro F. Cardnes

quinta-feira, 16 de abril de 2020

UM EGÓLATRA NO PODER: por Gabriel Larré!

Bolsonaro e as eleições de 2018: o inferno somos nós - Rede Brasil ...

Demitir Mandetta - gostem dele ou não - é burrice até do ponto de vista bolsonarista. Até o novo ministro tomar as rédeas da estrutura do MS -fui funcionário concursado do MS e a máquina é super complexa - vai uma semana ou dez dias perdidos. Quando os governadores decretarem mais quarentena pelo atraso dos hospitais de campanha não chorem. 
Do ponto de vista argumentativo e fático o Bolsonarismo foi, definitivamente, "para o saco". Só permanece de pé em cima de contrafactualismo e de fé cega. 

Abaixo reproduzo uma pertinente observação de Gabriel Larré

"UM EGÓLATRA NO PODER

Mandetta foi um herói em tempos de obscurantismo: ousou tratar esta crise da maneira que ela merece ser tratada - com seriedade, sobriedade e capacidade técnica. Foi massacrado pela seita que hoje defende os delírios bolsonaristas a qualquer custo, mas nos legou uma postura que agora – mais do que nunca – merece ser cultivada, divulgada e defendida: a da sobriedade, da honestidade intelectual, da hombridade e da inteligência.

Sua demissão representa um erro em todos os aspectos. Vejamos:

1- ELEITORAL: Mandetta é o ministro mais bem avaliado do Governo; a maioria da população era contra sua demissão.

2- POLÍTICO: Mandetta contava com o respaldo do Congresso, do Presidente da Câmara e do Senado, dos Governadores, do STF. Além disso, o Ex-Ministro conseguiu domar um dos entes mais complexos do Poder Público.

3- SANITÁRIO: as Políticas Públicas de combate ao Coronavírus serão prejudicadas com esta demissão, ainda mais se o novo ministro for adepto do obscurantismo.

4- MORAL: A demissão de um Ministro da Saúde que implementava – e defendia – políticas públicas testadas mundialmente, isso em plena pandemia, é um ato de covardia e extrema imoralidade.

5- IDEOLÓGICO: Bolsonaro prometeu nomear e respeitar seus Ministros Técnicos. Tratava-se, como podemos constatar, de um estelionato eleitoral.

P. S.: A boa notícia é que o Novo Ministro da Saúde, Nelson Teich, parece tecnicamente capaz e é um defensor do Isolamento Horizontal. Ou seja: Bolsonaro engana apenas sua seita e coloca no lugar do “Ministro do Centrão” um técnico que tem a mesmíssima postura.

quarta-feira, 25 de março de 2020

Caminho do Meio como solução para a Crise do CoronaVírus.



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A solução para o corona perpassa por uma discussão séria que demanda que estejamos com os pés no chão, no plano dos fatos.

No plano empírico/lógico temos modelos epidemiológicos que mostram, num quadro de total inação dos governos, uma contaminação de 40 a 70 por cento da população mundial – uma média de 3 bilhões de pessoas por baixo – com 3,5% de mortos – cerca de 160/180 milhões de pessoas – o que impactaria severamente a economia e os sistemas de saúde de vários países. Isto é um prognóstico mas que se embasa em dados empíricos e modelos matemáticos desenvolvidos pelos especialistas e que, por isso mesmo, goza de autoridade. Caso alguém discorde desse modelo deve apresentar uma alternativa científica e embasada em dados. Até aqui só vimos palpiteiros opinando com base em narrativas políticas que beiram a irracionalidade.

Partindo do modelo que temos podemos delinear uma ação condizente para o Brasil onde economia e saúde possam ser conciliados em certa medida. Antes de falarmos disto é bom lembrar que saúde está acima de dinheiro. Não adianta estar rico e morto. Melhor é estar pobre mas vivo. Há quem esteja forçando uma discussão como se a escolha fosse entre economia ou saúde e como se ambas as coisas não estivessem, de certo modo, imbricadas; caso haja um alto número de mortes isso impactaria a economia fortemente; caso haja muita gente necessitando de equipamentos e em estado grave teríamos o colapso do sistema de saúde o que, também, afetaria a economia de maneira trágica. A idéia é ajustar as coisas para que o sistema de saúde receba de forma sustentada os casos graves. Isso só é possível num modelo – no mínimo – de mitigação. A inação deve ser descartada. A supressão total também. O que temos de adotar é um caminho do meio.

Em primeiro lugar é bom recordar que:

1- Se o governo do Brasil tivesse fechado fronteira e fizesse testagem total como na Coréia do Sul não precisaria de supressão. Pelo contrário não temos testado ninguém que entra aqui.

2- Se houvesse um governo federal responsável o presidente apresentaria um plano articulado de combate onde seriam adotadas diferentes estratégias em cada zona do território nacional, criando cordões sanitários e medidas em conjunto com governos estaduais.

A falta dessa estratégia é prova cabal da incompetência severa de Jair Bolsonaro. Ele é incapaz de apresentar um plano alternativo e viável ao do lockdown que critica.

Por outro lado as medidas de supressão sozinhas, não vão resolver dados os reclamos de médios e pequenos empresários - o fato é que a ajuda proposta pelo BNDES é fraca e não resolve/ sem o governo federal realmente tomando a iniciativa de arcar com os salários vai ficar impossível para o país se levantar depois dessa - dos autônomos - quem vai viver com 200 por mês? - e dos trabalhadores de baixa renda - sem nenhum horizonte. A coisa vai tomando delineamentos trágicos no país onde a escolha vai ser entre morrer de Corona ou morrer de fome. Parece que ninguém sabe como conciliar saúde e economia nessa hora. Mas repito: tudo isso poderia ter sido evitado se o presidente tivesse fechado fronteira já em fevereiro. A culpa, no fim, é toda dele.

O método a ser adotado no quadro que temos, conciliando saúde e economia, é o seguinte:

A- Mitigação maior ou menor a depender da área.

B- Supressão pontual no máximo em alguns dias (em áreas mais contaminadas).

C- O método do lockdown pode ser aplicado de forma escalonada e parcial com alguns dias de fechamento e reabertura em outros.
D- A medida central consistiria em fechar fronteira. Na verdade se este método tivesse sido adotado junto com todo o Mercosul – Imaginem que o Brasil conseguisse articular um cordão sanitário com Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai? Teríamos uma zona livre de lockdowns e mitigações onde a dinâmica econômica seria mantida. Mas isso tornou-se impossível por várias razões, uma delas pelo fato de Paulo Guedes não dar ênfase ao Mercosul – o que se mostrou um erro crasso já que tendo fronteiras em comum, num quadro de crise a solidariedade do Cone Sul poderia ajudar nossa economia a se recuperar enquanto o mundo vivesse um inverno produtivo.

E- Por outro lado se toda a questão está na falta de leitos hospitalares e respiradores, por que não uma resposta de política pública nacional de uma “economia de guerra” para suprir o défice na infra estrutura de saúde sem precisar parar o país?

Agora pensem: se partirmos para o método Bolsonaro de quase inação – voltar às atividades sem nenhuma mitigação ou mesmo supressões pontuais, nada de “economia de guerra” para manter país trabalhando sem risco de colapso do sistema de saúde, existem duas alternativas quais sejam, muitos mortos ou poucos mortos; sendo assim:


-Caso muita gente morra? Ele tem um plano B caso não seja uma “gripezinha”?

-E se houver baixa das empresas com muito número de mortos? Como vai ser resolvida a baixa de mão de obra? Tem vários problemas que podem aparecer e para os quais o presidente não tem uma resposta antecipada. Ninguém sabe que resultados vão existir com inação. Pode não ser tão grave ou muito grave. Se for muito? O que se fará? Qual o plano B que o presidente oferece? Nenhum.

Outrossim sem um pacotão do governo não vai ter como manter supressão. O que está em jogo é que o presidente, sob a batuta de Guedes, não quer fazer política fiscal, não quer criar um pacotão como ofereceram Alemanha, Inglaterra e Até Trump. Sem ele os governadores estão fritos. Trabalhador, empresário, todos estão fritos. Sem pacotão o país vai passar fome. Vejam: até o partido republicano dos EUA, normalmente contra tais políticas, aprovou um pacote. O presidente fala que segue os mesmos protocolos de Trump o que é falso. Trump falar de reabrir os EUA apenas daqui a três semanas. Trump fechou aeroportos. Trump está escalonando mitigação e supressão e agindo em harmonia com os governadores. Trump tem um pacote de salvação para a economia. Trump anuncia medidas de contenção dos preços.

Aqui nada. Fomos lançados no limbo. Bolsonaro está muito aquém de Trump e é preciso que seus apoiadores cegos entendam isso e pressionem o mesmo para que mude de rota.

domingo, 1 de março de 2020

Explicando a devoção de Olavo a Padre Pio: mais uma farsa perenialista

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A conexão Olavo - Guenón - Schuon 

Tornou-se comum dizer que Olavo de Carvalho se converteu efetivamente ao catolicismo, coisa que aqui já demonstramos ser falso por uma série de razões. Como muitos continuam a acreditar nessa mentira bem urdida é mister que, mais uma vez, voltemos ao tema.

É sabido que na sua obra chamada “Jardim das aflições”, Olavo de Carvalho faz menção aos “Pequenos mistérios” e aos “Grandes mistérios”. Pequenos mistérios: relativos aos conhecimentos pertinentes a ordem do cosmos. Segundo Olavo a maçonaria nos dá acesso a este plano de conhecimento. Grandes mistérios: relativos à vida além túmulo. Segundo Olavo cabe a Igreja nos conferir este conhecimento (daí a idéia de unir maçonaria e Igreja para restaurar a unidade perdida do conhecimento e da civilização ocidental). Uma das alegações mais comuns tidas como prova de que Olavo tornou-se católico é que ele costuma afirmar que “nada é comparado aos sacramentos”. Porém tal assertiva remete a Schuon que considerava o cristianismo mais dotado de elementos esotéricos que o Islam como passou a entender Guenón depois de desesperar da capacidade do catolicismo manter vivo elementos da tradição perene em razão da crise iniciada pelo Vaticano II.

Para iluminar essa noção da importância inigualável dos sacramento, desde um ponto de vista perenialista e que vai nos ajudar a compreender a atual devoção exterior católica do sr. Carvalho, fiquemos com as palavras do conhecido perenialista Mateus Soares de Azevedo, num dos seus artigos sobre o cunho esotérico dos sacramentos católicos:



“A participação nos Sacramentos, como sabemos implica a recepção de certas graças. Graças “iniciáticas” para os perenialistas, no caso do batismo e do crisma; graças “de estado”, no caso do matrimônio e da ordenação sacerdotal; e graças ’”santificantes” no caso da eucaristia, da confissão e da extrema-unção. Schuon falava de graças santificantes envolvidas na invocação do Nome de Deus no Cristianismo. Em “Comunion et Invocation”, Frithjof Schuon trata da invocação ritual e metódica do Nome Divino como um “sacramento” eficaz espiritualmente, a par com a própria Comunhão. Na verdade, ele sugere que a eucaristia e a invocação constituem um só e mesmo sacramento; a primeira em seu aspecto “passivo” e a segunda, “ativo” (isto porque, na comunhão, o fiel recebe “passivamente”, por assim dizer, o Corpo e o Sangue do Cristo, ao passo que, na invocação, o fiel recorda “ativamente” o Seu Nome). Simbolicamente, ambas estas ações sagradas têm como órgão de realização a boca, que recebe o alimento do Céu, de uma parte, e pronuncia o Nome Celeste, de outra. Como diz a liturgia tradicional: “Panem caelestem accipiam et Nomen Domini invocabo…”, isto é, “Recebe o Pão Celeste e invoca o Nome do Senhor…”
Desnecessário enfatizar que, tanto para comungar como para invocar, são necessárias a graça “iniciática” do Batismo; uma graça de “estado” para o invocador; e uma graça “atual” . A invocação requer a graça divina para ser realizada e, simultaneamente, confere divinas graças ao invocador. Em outros termos, a invocação é em si mesma uma graça e confere infinitas graças, Deo gratias.

Poder-se-ia dizer que as graças santificantes mediadas pela invocação do Nome podem ser classificadas em três tipos principais para Schuon. Estes estão relacionados aos três grandes planos de toda espiritualidade segundo os perenialistas:

plano da ação;
plano da devoção;
planosapiencial;

1. Karma,
2. Bhakti e
3.Jnâna,

Para falar nos termos hindus usados por Schuon.

Cada um destes três planos abrange um modo passivo e outro ativo, perfazendo assim seis “tipos” de graças santificantes perenialistas, que podem ser classificadas da seguinte maneira:

I – Plano da Ação: 1. “interiorização purificadora”; 2. “perseverança espiritual”.

II – Devoção: 3. “paz santificante”; 4. “misericórdia salvadora”.

III – Conhecimento: 5. “extinção metafísica”; 6. “união divinizante”.”


O perenialismo contém uma “metafísica” dos sacramentos. Daí Olavo dizer o que diz. Para Schuon que é quem Olavo tem como farol hoje em dia, tendo deixado a via de Guenón depois que saiu do Islam e da Tariqa - o catolicismo tem mais elementos de esoterismo que qualquer outra religião.

É a partir daqui que poderemos entender a razão de Olavo ter verdadeira fixação pela figura de padre Pio de Pietrelcina como manifestado desde os anos que desenvolveu o True Outspeake – em que sempre invocava o padre no começo do programa para que não se cometesse nenhuma injustiça. Outro elemento muitas vezes invocado por quem alega uma suposta conversão de carvalho.

Porém, novamente devemos recorrer aos esclarecimentos dados pelo insigne perenialista Mateus Soares que indica a razão da forte devoção dos adeptos de Schuon ao Padre Pio. Com a palavra o sr. Azevedo:

“Schuon e as grandes figuras espirituais do séc. XX

Mateus Soares de Azevedo


Aqui, vamos apresentar e debater o legado dos mais importantes e influentes guias espirituais de nossa época, à luz dos ensinamentos da Filosofia Perene.

Entre os mestres que melhor expuseram e viveram esse conhecimento inspirado estão Frithjof Schuon (1907—1998) e Sri Ramana Mahârshi (1879—1950). O primeiro tendo seu raio de ação privilegiado, mas não exclusivo, no Ocidente e o segundo em parte relevante do Oriente, isto é, a Índia…Ao escolher o “filósofo” (no sentido original de “amigo da sabedoria”) suíço e o místico hindu como principais objetos de nosso estudo, não esquecemos a imensa importância (especialmente nos domínios da metafísica tradicional, do simbolismo religioso e da crítica da mentalidade moderna) do esoterista francês René Guénon (1886-1951)...Guénon foi o precursor da escola perenialista ou tradicionalista, da qual Schuon constitui o ápice…Dando início, então, a esta expedição em busca das luzes espirituais de nosso tempo, focamos, no que diz respeito ao Cristianismo ocidental, dois descendentes espirituais do grande Francisco de Assis, ambos capuchinhos italianos: a irmã Consolata Betrone (1903—1946) e o Padre Pio de Pietrelcina (1887—1968)…Soror Consolata Betrone pode ser considerada, num certo sentido, uma sucessora de Santa Teresa de Lisieux; (3) ela foi uma alma piedosa e devota diretamente ensinada pelo Cristo sobre a via da oração jaculatória e da invocação perpétua do Nome Santo. Caminho visto pela Filosofia Perene como a quintessência mesma de toda espiritualidade...Padre Pio, o estigmatista, (4) ensinou e praticou a invocação do Nome Santo e foi o diretor espiritual de milhares de almas; foi neste sentido que Schuon escreveu, em carta a um correspondente italiano dos anos 1950, Guido di Giorgio, que Padre Pio era “une protection, sinon bien plus” (5) para o mundo cristão.” in: http://sabedoriaperene.blogspot.com/2008/06/schuon-e-as-grandes-figuras-espirituais.html

Vejam como as referências à “ invocação do Nome Santo” - base da metafísica perenialista dos sacramentos – é o fundo da devoção ao Padre Pio e a razão fulcral da adoção da piedade exterior católica por schuonianos como Olavo. É bom lembrar que todo perenialista está obrigado a observar uma religião exotérica como “gatilho” de acesso ao plano esotérico em face ao fato de que, no dizer perenialista, todas as grandes religiões tem elementos da tradição primeva iniciática. É o caso do sr. Carvalho.

Fonte: http://sabedoriaperene.blogspot.com/2008/06/schuon-e-as-grandes-figuras-espirituais.html



Para que não reste dúvida, Olavo deixa claro que fó só com Schuon que entendeu o sentido do cristianismo, afirmação estranha para um pretenso converso ao catolicismo que deveria referir-se aos catecismos e aos santos como fontes de compreensão do que seja a fé cristã. 


sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Liberação sexual, Escola Austríaca e Foucalt: o espírito Liberal do USA como base da new left - uma lição de E. Michael Jones

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Dr. E. Michael Jones
Por anos a fio a direita neoconservadora brasileira - cópia mal acabada da cena neocon do USA - viveu de afirmar categoricamente que a new left - que no jargão do direitista médio virou sinônimo de marxismo cultural  ainda que Marx tenha recusado uma via de revolução cultural - era um complot comunista cuja solução seria a implementação duma guerra cultural de direita. É claro que a new left tem elementos marxistas - embora ela seja mais neomarxista que marxista propriamente dita - mas também é evidente que ela é uma síntese de teoria crítica, liberalismo e valores americanistas, os mesmos que nossa direita assume como vias de restauração da ordem reta da sociedade. Portanto, dentro do esquema dialético da revolução como vetor de destruição da ordem cristã - leia-se catolicismo - a new left assumiu inclusive elementos da escola austríaca e do libertarismo - que estão, dentro do que diz respeito ao espectro das políticas econômicas, à direita na medida que tendem ao minarquismo e ao neoliberalismo - o que prova o intercâmbio entre direitas e esquerdas no processo final de dissolução do que ainda resta de mundo ocidental católico ou mesmo de ordem natural. 

O texto do ínclito historiógrafo E. Michael Jones, abaixo reproduzido, mostra bem a promiscuidade entre esquerdas, direitas, escola austríaca e Foucault dentro da cultura americana: 



"Foucault iniciou sua série anual de palestras no College de France. Ignorando eventos atuais. . . ele pediu que lessem com cuidado as obras de Ludwig von Mises e Frederick Hayek - ilustres economistas austríacos, críticos estridentes e prescientes do marxismo, apóstolos de uma vertente libertária do pensamento social moderno, enraizada na defesa do livre mercado como cidadela liberdade individual e um baluarte contra o poder do estado.

O mesmo aconteceu um ou dois anos antes, em São Francisco, quando ativistas homossexuais como Robert Sirico e Justin Raimondo se converteram à economia da Escola Austríaca. Pelos cinco anos seguintes, até sua morte em 1984, Foucault usou sua posição de professor para promover os trabalhos de Hayek e von Mises durante o dia e se envolver em rituais de sado masoquismo nos balneários de São Francisco à noite.
  
Essa combinação de direitos dos gays e economia libertária efetivamente modificou a esquerda, bem a tempo do ressurgimento do capitalismo sob Reagan e Thatcher.

Michel Foucault teve um papel crucial nisso. As pessoas que controlavam a Academia na América sabiam o que era uma coisa boa para dar resultados quando a viam. 

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Foucault, autor de várias obras de cunho histórico, defendia a tese dum que as condutas morais eram construções sociais que visavam assegurar um sistema de poder. Desta forma chegou a considerar a desconstrução dos padrões éticos a ponto de postular condutas como a "pedofilia não abusiva"

A Teoria do Poder de Foucault se tornou a pedra angular de muitos discursos públicos na América - da academia ao governo por meio de currículos educacionais. Desde seu lançamento bem-sucedido nos Estados Unidos, há um quarto de século, a filosofia de Foucault passou a ser adotada gradualmente como o idioma da esquerda intelectual dos Estados Unidos. Desde então, o pós-modernismo não apenas se tornou a fábrica de correção política patrocinada pelo Estado na América, mas, paradoxalmente, passou a se impor como a voz exclusiva da razão e da tolerância no ensino superior."

sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Lista dos crimes contra a Pátria cometidos por Bolsonaro em um ano de governo



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- Agenda de desinvestimento e desestatizações levantam 96.2 bilhões mas, assim mesmo o governo teve um défice fiscal de 95 bilhões, 15 bilhões acima da previsão do governo ( Que era de 80 bilhões) o que mostra a falácia da agenda das privatizações como meio de reduzir nossa dívida. 



- Governo mentiu sobre Embraer usando a farsa de que a negociação para sua venda era baseada no modelo de Joint Venture - acordo entre duas ou mais empresas que estabelece alianças estratégicas, com um objetivo comercial comum, por tempo determinado -, como foi sendo divulgado. A Boeing terá o controle operacional de gestão da nova empresa, que responderá diretamente ao CEO, seu presidente mundial. Se tiver uma condução errada de algo, quem é da Embraer não poderá fazer nada. Todos os países que possuem empresas desse porte não abrem mão delas, pois são geradoras de ciência e tecnologia. Ademais desde o anúncio formal da transação com a Boeing, no início de 2019, a Embraer tem enfrentado céus carregados. No mercado, ainda há muitas dúvidas quanto ao futuro da empresa, especialmente em meio ao momento delicado enfrentado pela companhia americana. E as ações da empresa brasileira refletem esses questionamentos. Desde o começo do ano, os papéis ON da Embraer (EMBR3) acumulam baixa de mais de 20% — o quarto pior desempenho entre as ações que compõem o Ibovespa. Começando pelo resultado líquido: a fabricante de aeronaves encerrou o terceiro trimestre de 2019 com um prejuízo de R$ 314,4 milhões — um salto de mais de 500% em relação às perdas de R$ 52,3 milhões contabilizadas há um ano.

-Economista da equipe do governo Bolsonaro prometeu, em 2018, 3.5 por cento de crescimento com as medidas liberalizantes porém crescemos só 0.9% em 2019; além disto refutar a capacidade da agenda monetarista e hiper liberal de Guedes, representou um claro ato de estelionato eleitoral 


- Jair Bolsonaro, que em 2000 se opôs a entrega da base de Alcântara aos EUA a fim de resguardar nossa soberania (Como revelou o WikiLeaks em 2011 o governo dos Estados Unidos sempre fez questão de impedir a produção de foguetes brasileiros. A organização vazou um telegrama enviado pelo Departamento de Estado dos EUA à embaixada de Brasília em que a política é reiterada. O texto ressalta a importância de garantir que a Ucrânia, nossa então parceira espacial, não transferisse tecnologia para a construção de foguetes. Historicamente, esse desencorajamento é justificado como forma de evitar que o Brasil produza mísseis balísticos intercontinentais, que são iguais aos foguetes utilizados para fins científico), decidiu entregá-la em 2019 colocando o Brasil na total dependência de tecnologia estadunidense em prejuízo de nosso avanço militar e científico.

-Mesmo o Brasil sendo auto-suficiente em Etanol, pois produzimos 30 bilhões de litro ano, Bolsonaro liberou a entrada de Etanol dos USA sem taxa extra de 20% para ajudar o TIO SAM sem abertura do mercado americano ao nosso açúcar. A liberação do mercado brasileiro para o etanol americano preocupa parte dos produtores, especialmente das regiões Norte e Nordeste, que produzem menos do que o Centro-Sul. Por questões econômicas e logísticas, a região acaba sendo o principal destino do etanol americano. Isso destroçará a indústria do etanol na área mais pobre do país, tão necessitada de empregos e renda.

-Bolsonaro fez uma reforma da previdência sem antes realizar a auditoria da dívida pública que ele chegou a defender, anos atrás. Todo os desvios dos recursos previdenciários previstos em lei feitos pelas DRUs nos governos FHC, Lula e Dilma, não foram levados em conta na hora do cálculo do défice real da previdência (na casa dos 50 bilhões entre o que entra e sai – previdência é fluxo e não estoque como o governo Bolsonaro vendeu uma mentira para a população, apresentando um défice muito mais alto pois somando fluxo com estoque) e a população mais pobre é que vai ter de pagar a conta do juros da dívida pública (pois parte do rombo previdenciário é resultante das seguidas DRUs para o serviço da dívida) se aposentando bem mais tarde e por valores menores.

- O governo se perdeu em brigas internas como as entre os filhos do presidente e o PSL o que deixou Jair sem partido no fim de 2019 com menos capacidade de passar suas medidas no congresso por redução de base parlamentar, prejudicando o andamento do pais.

-Bolsonaro comprou votos para passar a reforma da previdência seja por vias legais (liberação de 3 bilhões para emendas parlamentares) como por ilegais (como compra de votos tal como revela áudio de Carla Zambeli, deputada do PSL) usando o mesmo expediente de propina usado pelo PT na época de Lula, corrompendo ainda mais a já combalida vida política nacional transformada num balcão de negócios.



- Bolsonaro desviou 926 milhões da educação a fim de passar a reforma da previdência e servir ao poder financeiro global em prejuízo do ensino infantil e do futuro do país




- O presidente Jair Bolsonaro mentiu ao dizer que o dinheiro economizado com as universidades seria gasto no ensino básico, mas 2,4 milhões de reais foram bloqueados prejudicando creches, alfabetização e até ensino técnico que ele dizia pretender estimular



- Recentes acordos de Bolsonaro com a China comunista colocam nosso agronegócio e nossas terras na mão do socialismo maoísta, além de assegurar o avanço do seu soft power, através de 13 acordos fechados com Pequim, entre os quais destacamos: 

1- Plano de ação na área agrícola permite injetar dinheiro chinês na nossa agricultura = compra de bancos genéticos e de terras no nosso país por agroempresas chinesas (risco a soberania e segurança alimentar nacional)

2-Permissão para o China Media Group promover o cinema sínico no Brasil (Soft Power é ameaça a nossa cultura - lembrar do estrago que o cinema americano fez por aqui)
 

3- Plano de investimentos sínicos no setor de serviços (risco de perdermos o controle do nosso terceiro setor) 

4- Acordo com a State Grid Corporation para operar linha de transmissão elétrica entre Xingu e Rio de Janeiro  (risco para nossa segurança energética)

- Governo Bolsonaro criou Diretoria de direitos LGBT na pasta da Secretaria de Direitos Humanos de Damares coisa que não existia sequer no governo Lula (onde tais pautas não contavam com uma diretoria específica); o governo da moral cristã e do conservadorismo familiar promovendo a degeneração lgbt!


- Bolsonaro, para não ferir a relação com o STF e prejudicar a situação do filho Flávio Bolsonaro investigado pelo MP, não veta a equiparação de homofobia a lei de racismo pelo STF que constituiu ato legislativo o que permitiria ao presidente o exercício do poder de veto e, até, intervenção na corte suprema em vista da mesma ter extravasado sua competência constitucional, usurpando o poder do congresso nacional.


-Bolsonaro para servir ao sistema partidário, endossou um fundo eleitoral bilionário para enriquecer políticos ao mesmo tempo que faz cortes em áreas de saúde e educação; para piorar ainda mentiu alegando que poderia sofrer impeachment caso vetasse o fundo


-Bolsonaro sancionou a medida do Juiz de Garantias do deputado Marcelo Freixo do PSOL,um inveterado defensor de bandidos, descaracterizando o projeto Anti Crime (que tem claros objetivos de aumentar o poder de punitividade do Estado para conter a criminalidade) dando mais uma instância de proteção aos criminosos, indo na contramão de seu discurso de segurança e repressão.