domingo, 18 de maio de 2014

Dom Castro Mayer responde ao Sr. Rafael Vitola sobre apologética!

Recentemente o sr Rafael Vitola Brodbeck - apologeta afamado, que promoveu anos atrás o "selo de ortodoxia"-  afirmou que "apologética não é UFC", querendo dizer que ações como o do Caiafarsa são duras demais e que devemos, portanto, ser mais dóceis na defesa da doutrina. É como se ele dissesse a soldados em uma guerra que diminuíssem os tiros. Levando em conta que os inimigos não diminuem os ataques, reduzir os tiros seria nada mais que suicídio. 

Mas eu não irei responder a alegação do sr Vitola. Deixarei que Dom Castro Mayer citando exemplos da escritura, tradição e magistério esclareça tudo isso. Evidente que excessos devem ser corrigidos: mas entre os excessos de zelo e a amenização dele o segundo caso é bem mais grave. Num tempo de debandada geral ficar preocupado com os "novos zelotas" é dar prova de alienação. O que menos precisamos, nestes tempos de dialoguismos e traições desde o alto, são de apelos a moderação na defesa da fé. 







Resposta católica ao herege Júlio Severo




Júlio Severo, o herege protestante, soltou recentemente essa pérola que exemplifica até onde a doença moral do protestantismo pode levar a mente de um homem:

"Quanto à acusação de que a Reforma foi uma espécie de movimento revolucionário, façam a comparação: você é um homem ou mulher que está buscando a verdade, ou pensa que a achou, mas o sistema não aceita sua liberdade de buscar fora de seu próprio padrão, que é ditatorial. Aliás, por sua adesão a uma verdade fora do sistema você é julgado, torturado e até morto. Pensou que eu falei da União Soviética? Não, embora na União Soviética você sofreria as mesmas coisas. Estou falando da Igreja Católica antes da Reforma. Muitos que, como Martinho Lutero, denunciaram o sistema corrupto e aceitaram Jesus foram mortos. Era um sistema tão ditatorial quanto a União Soviética. Agora, me respondam: quem está mais próximo do movimento revolucionário? Se o protestantismo trouxe o movimento revolucionário, conforme alegam esses tais conservadores do catolicismo moderno, por que todos eles sem exceção adoram ir para os EUA, uma nação fundada não com princípios católicos, mas protestantes? Eles estão se fazendo de bobos ou querendo nos fazer de bobos. Claro que se você apontar tudo isso a eles, vão lhe cobrir de palavrões. A verdade dói."


 



Júlio Severo consegue unir, em si mesmo, dois vícios: é mal intencionado e burro ao mesmo tempo.Primeiro que falar de ditadura em relação a influência da Igreja no século 16 - século da "reforma" de Lutero- é ignorância histórica total. Ditadura é termo que só se aplica a política jamais a religião. 

Em segundo lugar ainda que o termo fosse usado em sentido análogo a Igreja no século 16 já não tinha mais o poder do século 12-13 - e mesmo nessa época já existiam contestações a sua autoridade, cabendo lembrar aqui do caso de Frederico Barba Ruiva da Alemanha-  quando os reis a obedeciam sem titubear. O século 16 - é o tempo de teóricos do poder do estado como Maquiavel -  vê tomar forma a razão de estado sem a qual a "reforma" seria impossível. Foi graças a ela que Lutero pode fugir de ser preso ou morto como ele diz. Foi graças a proteção dos príncipes alemães que Lutero pode estabelecer a "reforma". Com isso a religião passou a estar dependente do Estado. 

Vide o Anglicanismo que, rompendo com a tradição de divisão dos poderes políticos e religiosos une na mesma mão - do rei - o poder espiritual e o gládio político-militar. Ora as revoluções operam concentrando todo o poder na mão do Estado e eliminando as funções sociais dos poderes intermédios. Quem iniciou esse processo senão Lutero? Quem realmente servia ao sistema era Lutero que não foi capaz de opor resistência a laicização da política, muito pelo contrário deu um contributo decisivo a isso. A "reforma" não seria possível sem a relação direta de Lutero com os interesses da nobreza alemã e de Calvino com a burguesia, ambas desejosas de se verem livres dos limites morais impostos pela moral católica. Para a nobreza alemã falida era preciso se livrar da tutela do Papa e açambarcar as terras da Igreja para recuperar seu status feudal. Sobre a burguesia pesava a proibição da usura e as invectivas católicas contra a ganância. Ambas se orientaram para o protestantismo por conta da necessidade de uma religião que atendesse seus impulsos vitais. Quanto a biografia de Lutero, ela não permite afirmar essa visão heróica que o Severo - burramente - propaga. As recentes pesquisas historiográficas mostram um Lutero complexo, contraditório, entrecortado por culpa sexual, dificuldades vocacionais, influências do gnosticismo, alucinações diabólicas, fixações apocalípticas, verborragia doentia, repúdio a relação entre fé e razão( o que faz de Lutero um moderno em todos os sentidos. Não foi a toa que nos países protestantes prosperaram as filosofias que tentaram fundamentar a total separação entre a reflexão teológica e a ciência, contribuindo para a exclusão do cristianismo da esfera pública, meta de todas as revoluções) relativismo moral - cabe lembrar sua relação com Felipe de Hesse a quem autorizou a bigamia - recorrência mental  dos temores do século 14-15,etc. Lutero a bem dizer teve todo o direito de expor e defender suas teses.A Lutero de 1517 a 1521 lhe foram dadas todas as chances de se defender das acusações de heresia. O Papa só o condenou depois de 4 anos de paciente diálogo. Essa acusação do Júlio não resiste a meia hora de análise dos fatos. 

Ao Júlio Severo recomendamos a leitura de obras essenciais da historiografia sobre a Reforma como a de Jean Delumeau que é, de tantas existentes, a mais completa por trazer todo o debate historiográfico sobre o assunto. A visão de Júlio Severo faz parte da mitologia protestante usada para justificar a "reforma" embelezando os fatos ou os distorcendo radicalmente a fim de que se encaixem num apriori. Querer historiografar o sentido da "reforma" partindo da visão que os "reformadores" tinham de si mesmos como apóstolos da verdade é piada. Ler a história acreditando piamente no depoimento de seus atores é típico de crianças ingênuas ou de ignorantes incapazes de abordar a realidade com espírito analítico. A dispensa apriorística do exame das fontes e das visões sobre a reforma por parte do Júlio não se enquadra no caso de ingenuidade - a malícia dele deixa claro isso- mas de ignorância somada a falta de vontade de estudar a fundo o assunto para continuar no mundo da fantasia protestante onde vive. 

terça-feira, 13 de maio de 2014

Evangélicos a serviço do dinheiro!

POLÍCIA FEDERAL NA COLA DE PARLAMENTARES PROTESTANTES

História que se repete todo dia. Mas o rebanho protestante não consegue enxergar os fatos, preferindo alienar-se com os "louvores" enquanto a liderança tira até o tutano de seus ossos. 


Mais uma vez fica claro qual o "deus' a que a canalha protestante no congresso serve. E não é ao Deus da Bíblia mas sim ao ídolo chamado Mamon, o "deus" do dinheiro.

Nomes como Eduardo Cunha (PMDB-RJ, Filho do Dono da Rádio Melodia-RJ)

Marcelo Aguiar (DEM-SP), Benedita da Silva (PT-RJ),

Magno Malta (PR-ES),

Marcelo Crivella (PRB-RJ CANDIDATO A GOVERNADOR NO RIO),

Walter Pinheiro (PT-BA), entre outros.

Parlamentares da bancada evangélica integram uma lista de beneficiados por empresas fornecedoras da petroleira que estão sendo investigadas pela Polícia Federal.

De acordo com a revista Veja, a Polícia Federal descobriu que os “grupos empresariais ambicionavam estabelecer relações com um espectro amplo de partidos e políticos” e que “um em cada cinco deputados e um em cada três senadores eleitos receberam alguma doação oficialmente das empresas” ligadas de alguma forma ao esquema de corrupção do doleiro Alberto Yousef ou ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

O deputado evangélico Eduardo Cunha aparece como recebedor de R$ 500 mil em doações do grupo de empresas.

Já o cantor gospel Marcelo Aguiar recebeu R$ 100 mil, enquanto Benedita da Silva, R$ 3 mil.

A deputada Bruna Furlan (PSDB-SP), ligada à Congregação Cristã no Brasil e filha do ex-prefeito de Barueri, aparece como beneficiada das empresas em R$ 400 mil.

O senador Magno Malta, postulante à presidência da República, teria recebido R$ 200 mil em doações, assim como seu colega Walter Pinheiro.

O pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro, bispo Marcelo Crivella, teria recebido R$ 100 mil.

O Congresso tem dado andamento à instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os fatos em torno do esquema, mas há quem se preocupe com a eficácia das investigações, uma vez que boa parte dos membros da Câmara e do Senado estão envolvidos de alguma forma.

Dom Rifan explica os limites da obediência às autoridades!

                                                              Verdade X Autoridade




Nosso Senhor fundou uma Igreja hierárquica, com Papa e Bispos 
a quem se deve obedecer. Esses hierarcas não são donos ou 
proprietários da Igreja. São administradores; e o que deles a Igreja 
exige é que sejam fiéis transmissores (Concílio Vaticano I – Denz. 
3070). Seu poder é grande, mas não absoluto ou sem limites. E o 
fiel pode muito bem usar do direito – e da obrigação – de 
comparação entre o que se lhe ensina hoje e o que foi sempre 
ensinado; conforme proclama o Apóstolo São Paulo: “Mas, ainda 
que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie um Evangelho 
diferente daquele que vos tenho anunciado, seja anátema” (Gal. 1, 
8). A Igreja quando manda obedecer não o faz incondicionalmente, 
mas dá ao fiel o direito de analisar, comparar e resistir, se for 
preciso, como o disse e fez São Paulo com relação a São Pedro, 
primeiro Papa (Cfr. Gal. 2, 11-14 e Suma Teológica II-II, q. 33, a. 
IV). 

Quando os tempos são normais e as autoridades nos transmitem a 
verdadeira doutrina tradicional, não há porque não obedecer, como 
o fizeram os santos de tais épocas. Mas se não, eles sabiam resistir e 
arrostar todas as pressões, arbitrariedades e abusos de poder. 
O célebre hagiógrafo católico Dom Guéranger assim resume esta 
posição, comentando a resistência oposta pelos fiéis às autoridades 
que patrocinaram o erro, no tempo da heresia do Bispo Nestório: 
“Quando o pastor se transforma em lobo, é ao rebanho que, em 
primeiro lugar, cabe defender-se. Normalmente, sem dúvida, a 
doutrina desce dos Bispos para o povo fiel, e os súditos, no domínio 
da Fé, não devem julgar seus chefes. Mas há, no tesouro da 
revelação, pontos essenciais, que todo cristão, em vista de seu 
próprio título de cristão, necessariamente conhece e 
obrigatoriamente há de defender. O princípio não muda, quer se 
trate de crença ou procedimento, de moral ou de dogma. (...) Os 
verdadeiros fiéis são os homens que extraem de seu Batismo, em  
tais circunstâncias, a inspiração de uma linha de conduta; não os 
pusilânimes que, sob pretexto especioso de submissão aos poderes 
estabelecidos, esperam, para afugentar o inimigo, ou para se opor 
a suas empresas, um programa, que não é necessário, que não lhes 
deve ser dado” (L’Année Liturgique, p. 340 ss). 

Evidentemente, viver em tempos de crise, como os que nós 
vivemos, é muito penoso e exige-se então, de cada um, verdadeiro 
heroísmo. É muito fácil defender causas já vitoriosas. O difícil é 
trabalhar arduamente pela vitória de uma causa justa. É muito fácil 
ser o corajoso adepto de uma verdade já vencedora. O difícil é 
aderir à vontade quando ela está perseguida e humilhada. É mais 
cômodo juntar-se às fileiras do exército vencedor. É mais agradável 
seguir a maioria, estar bem com quem está no poder. Mas é 
tremendamente incômodo lutar pela verdade quando até as 
autoridades patrocinam a causa contrária e favorecem o erro. 
Hoje, quando a história já deu ganho de causa a Jesus Cristo, 
contra Anás e Caifás, não há quem julgue que, se vivesse naquele 
tempo, teria sido um fiel discípulo do Salvador e jamais teria 
tomado o partido de Caifás. Mas, teriam esses mesmos coragem de 
enfrentar as autoridades oficiais da religião verdadeira de então? 
Caifás era o Sumo Pontífice, cercado de outros representantes 
oficiais do poder de Deus. E nós vemos pelo Evangelho a "pressão" 
que essas autoridades faziam sobre os que queriam seguir a Jesus. 
São João no seu Evangelho (9, 22) narra aquela passagem dos pais 
do cego curado por Cristo negando-se a confessar o milagre porque 
os judeus tinham decidido expulsar quem aderisse a Jesus. É difícil 
ficar com a verdade até contra a autoridade. Por isso Jesus ficou 
com bem poucos amigos, porque a maioria não suportou a pressão e 
o peso da autoridade religiosa e preferiu ficar do lado do Sumo 
Pontífice Caifás e condenar a Jesus como impostor, ladrão e 
agitador do povo. 

Hoje, séculos depois, quando vemos na História da Igreja (Cfr. 
Denz.-Sch. 561 e 563) que o Papa Honório I favoreceu a heresia e 
por isso foi condenado pelo seu sucessor Papa São Leão II e pelo VI 
Concílio Ecumênico por estar em desacordo com a tradição da  
Igreja, fica fácil dizer que nós, naquele tempo, também estaríamos 
do lado de São Máximo e São Sofrônio, que resistiram ao Papa e 
foram canonizados, isto é, colocados pela Igreja como modelo de 
fidelidade para todos os cristãos. Mas se defendêssemos o "dogma" 
da obediência incondicional ao Papa, como muitos hoje o fazem, 
estaríamos sim do lado dos hereges. 

Assim também no confronto entre o Papa Libério e Santo 
Atanásio, este, defensor da ortodoxia e por isso expulso de sua 
igreja, e aquele, o Papa, que assinou uma fórmula ambígua e 
heretizante, ao sabor dos hereges e excomungou Atanásio porque 
este se recusava acompanhá-lo na sua defecção. O Papa Libério 
então, em nome da paz e da concórdia, declarou-se em união com 
todos os Bispos, inclusive os semi-arianos, menos com Atanásio, ao 
qual proclamou alheio à sua comunhão e à comunhão da Igreja 
Romana (Cfr. Denz.-Sch. 138). Santo Atanásio, por defender a sã 
doutrina, foi condenado como perturbador da comunhão eclesial! 
Hoje, depois que a Igreja canonizou Santo Atanásio como ínclito 
defensor da Fé e da Tradição, fica fácil dizer que estavam certos 
aqueles poucos que ficaram ao lado do Santo e foram expulsos das 
igrejas oficiais, sendo obrigados a se reunirem nos desertos debaixo 
de sol e chuva, mas conservando a fé intacta e respondendo aos 
hereges: vocês têm os templos, nós temos a Fé! (Cfr. São Basílio, 
ep. 242, apud Cardeal Newman - Arians of the Fourth Century, 
apêndice V). Mas, como ficariam, se vivessem naquele tempo, 
aqueles que põem na obediência o seu universo mental? 

Evidentemente do lado mais fácil e cômodo da autoridade, e da 
heresia por ela favorecida. 

Hoje, a história da Revolução Francesa nos ensina quão covardes 
foram aqueles padres e bispos que, para conservarem as suas igrejas 
e seus cargos, aceitaram um compromisso com os dominantes e 
fizeram o juramento revolucionário, e quão heróicos foram aqueles 
sacerdotes que a isso se recusaram e foram expulsos, tendo que 
atender ao povo fiel nos paióis, escondidos e perseguidos. 
De nossa parte, temos a plena convicção de que o melhor serviço 
que podemos prestar à Igreja, ao Papa, ao Bispo e ao povo cristão é  
defendermos a tradição, a doutrina que a Igreja sempre ensinou, 
mesmo à custa de sermos perseguidos, injuriados e até expulsos das 
igrejas. Podem nos tirar os templos, mas jamais a nossa Fé! Assim o 
dizemos, confiados unicamente na Graça de Deus. 
A história nos dará razão! E, mais do que o tribunal da história, o 
tribunal de Deus, para o qual apelamos! Que Nossa Senhora nos dê coragem e perseverança.

Fonte: Rifan, Pe Fernando Arêas. Quer agrade, quer desagrade. Páginas 46 a 49.