sexta-feira, 30 de maio de 2025

Resenha da obra "Legado da Violência: Uma História do Império Britânico"

A Pérfida Albion, símbolo da maldade inglesa



Recentemente a BBC de Londres, arma de propaganda anglosaxã, pubicou uma matéria em pleno dia 13 de Maio de 2025, data que nós brasileiros comemoramos a libertação dos escravos pela Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel, afirmando que o "clero católico vivia do trabalho escravo", uma verdade que sonega outra a de que todo o circuito econômico da era colonial dependia dos excedentes obtidos pela escravidão, inclusive as bolsas de Londres, alimentadas pelos ganhos com o tráfico negreiro dirigido por mercadores judeus associados a economia inglesa que se financeiriza na altura do século 17. Como base nisso é comum vermos a demonização da colonização ibérica e pouco ou nada sobre a violência da neocolonização britânica durante a era dos impérios - século 19/20. Para revelar seu legado de infâmia e morte sem precedentes o livro de Caroline Elkins é fundamental. Esta é uma história incrível, que deveria estar na lista de todas as aulas de história que tratem de história moderna, história do Império Britânico e, mais adiante, para aqueles que estudam economia, política e estratégias geopolíticas. Para qualquer outra pessoa, deveria ser uma leitura obrigatória para compreender os eventos atuais, conforme se desenrolam em todo o mundo, pois nossos cenários geopolíticos atuais são fortemente baseados no  Legado de Violência da Grã-Bretanha .


O livro abrange cerca de duzentos anos de história imperial britânica, deixando de lado as depredações do império na América do Norte – que precederam e motivaram grande parte do que se seguiu – e termina com a dissolução do império após a Segunda Guerra Mundial. Entre eles, há uma sórdida história de violência, revestida de propaganda, arrogância, racismo, uma imprensa submissa e um público doméstico ignorante. Vários temas são consistentes nos esforços imperiais da Grã-Bretanha.




A violência é obviamente o primeiro tema, e ela surgiu e continua surgindo de muitas formas: violência militar aberta, violência militar secreta e espionagem, uma ampla gama de torturas, execuções extrajudiciais (assassinatos), campos de concentração, remoções, fome, abuso sexual, armas químicas e assim por diante...

Em todas as colônias examinadas em Legacy of Violence,  todas essas ações são semelhantes e, à medida que a experiência colonial de repressão avança ao longo dos anos, as técnicas foram refinadas para serem mais dolorosas, ao mesmo tempo em que fingiam estar mais de acordo com o direito internacional em desenvolvimento.

Direito internacional

O direito internacional tornou-se cada vez mais codificado, especialmente após as Grandes Guerras Mundiais do século XX, mas o Império Britânico sempre encontrou maneiras de contornar a crescente vigilância sobre suas ações. Embora a responsabilidade final sempre recaísse sobre Londres, os governadores coloniais locais tinham carta branca legalizada para fazer o que achassem necessário para infundir civilização aos selvagens sob seu controle.

A violência absoluta da dominação foi quase legalizada pela declaração de colônias ou áreas de colônias como zonas de terror e rebelião, permitindo a promulgação da lei marcial. Sob esses regimes, milhares de leis foram criadas pelo governo colonial para reprimir quaisquer motins, protestos, distúrbios ou rebeliões declaradas. Essas leis forneciam o "verniz de permissibilidade legal".

Ocasionalmente, notícias desses eventos chegavam à terra natal e eram descartadas como a desculpa padrão de "maçã podre no barril" ou eram viradas de outra forma e culpavam os povos indígenas por serem selvagens sem moral, e que a força era necessária para lidar com sua intransigência e incapacidade de trabalhar em um estado civilizado.

À medida que o direito internacional se tornou mais codificado, os poderes constituídos permitiram "derrogações" ou isenções ao Estado de Direito em caso de "terror" ou "rebelião" nas colônias. Como resultado, "a Grã-Bretanha tornou-se sinônimo de um 'regime de derrogação' que... normalizou a exceção no direito e na prática internacionais". Talvez seja vista de forma mais óbvia na linguagem moderna e sem sentido de hoje como o "Estado de Direito... um termo consagrado pelo tempo no império da ilegalidade legalizada".

Ao longo do livro de Elkins, a ideia de moralidade e selvageria permeia todas as eras e regiões coloniais, da África do Sul, Malásia, Índia, Palestina, Quênia, passando pelo Chipre do pós-guerra e, muito mais perto de casa, a Irlanda. Os britânicos sempre reivindicaram uma civilização e moralidade superiores, e as "populações incivilizadas e selvagens do mundo... precisavam de um conjunto diferente de regras".

Moralidade

Ao discutir a rebelião árabe na Palestina pré-guerra, Chaim Weizmann refletiu sobre o uso da violência contra os árabes, ficando "encorajado ao saber que 'produziu um efeito moral salutar'". Essa visão perdura até a propaganda atual sobre os eventos em Gaza.

Produziu o efeito de considerar o significado de "moralidade" em relação ao massacre em Gaza, já que Israel sempre proclamou ter o exército mais "moral" do mundo. Os eventos em Gaza, e de fato em toda a Palestina, indicam que a Força de Ocupação Israelense aprendeu bem a aplicação imperial britânica da moralidade.

As técnicas que eles usaram durante a colonização da Palestina foram adotadas da ocupação britânica anterior: remoções, tortura, campos de concentração (a própria Gaza) e assim por diante, conforme listado acima.

Este exército, o mais "moral", adotou a moralidade da violência como meio de superar a resistência à sua ocupação e ao assentamento de uma cultura indígena. Expressou-se plenamente como um meio de limpeza étnica em Gaza, por meio da remoção ou do genocídio – com a ressalva de que a definição oficial de genocídio envolve a intenção de matar, e também a intenção de destruir a cultura e a sobrevivência do povo, mesmo que não seja diretamente assassinado por meios militares.

O Novo Império Anglo-Americano

Após a Segunda Guerra Mundial, a criação da ONU e a redação da Declaração dos Direitos Humanos, mas, mais importante, o enfraquecimento da "área da libra esterlina" financeira e o fortalecimento do império financeiro e militar dos EUA, a Grã-Bretanha foi forçada a fechar seu império... ao mesmo tempo em que fazia o melhor para manter algum tipo de poder por meio de sua Comunidade das Nações, incluindo, de forma mais poderosa, os estados coloniais de assentamento do Canadá, Austrália e Nova Zelândia.

Com o advento da Guerra Fria e os medos fabricados do comunismo, a manutenção da área da libra esterlina exigiu o apoio dos EUA, pois "os americanos precisavam pisar levemente nos desígnios imperiais para que não antagonizassem seus tão necessários parceiros da OTAN... permanecendo firmes contra os soviéticos".

Um manual de contrainsurgência britânico de 1966, voltado para insurgências comunistas, "incluía a necessidade de aderir ao Estado de Direito e conquistar os corações e mentes da população civil". Segundo Elkins, voltando à Malásia, o manual "surgiu como o  [itálico no original] ponto de referência para o sucesso da contrainsurgência, influenciando a Doutrina Petraeus dos Estados Unidos no Iraque e moldando as operações de contrainsurgência ocidentais até hoje".

Corações e mentes, juntamente com o Estado de Direito, são essencialmente termos de propaganda que encobrem a remoção e o reassentamento forçados de populações indígenas, acompanhados de torturas e execuções mais ocultas.

Isso não apenas influenciou a Doutrina Petraeus, mas o legado imperial de violência da Grã-Bretanha deixou brechas para que regimes pós-independentes praticassem violência coercitiva de todos os tipos dentro de suas próprias nações, nações frequentemente divididas por etnias previamente manipuladas para melhor ou pior pelos governadores britânicos e seus comparsas.

Hoje em Gaza

Tudo isso culmina na violência e no massacre de hoje – genocídio – em Gaza, apoiados pelo poderio financeiro e militar dos Estados Unidos e suas ambições imperiais. O Legado da Violência, de Elkin  , foi escrito antes desses eventos e, sabiamente, ela não tentou trazer sua obra para o âmbito dos eventos atuais. No entanto, é óbvio que as ações israelenses decorrem de sua herança como colônia britânica, iniciada há muito tempo, nos dias de suprema potência colonial, imediatamente após a Primeira Guerra Mundial.

O Legado de Violência do Império Britânico  transformou-se num regime de violência anglo-americano, com a violência e as regras advindas principalmente dos Estados Unidos. No entanto, como nação beligerante e racista com armas nucleares, Israel direciona suas próprias ações em Gaza, uma atitude descarada em relação às tentativas frágeis dos EUA de parecerem humanitários, ao mesmo tempo em que fornecem os meios financeiros e militares para que Israel mantenha o massacre.

Epílogo

O império britânico continua vivo, subsumido pelo poder militar-industrial-financeiro dos Estados Unidos, além de ser evidente em muitas regiões ainda latentes do mundo, onde povos indígenas estão tentando superar o legado de violência perpetrado pela antiga potência britânica e pela atual potência imperial dos EUA.

A obra de Caroline Elkins é leitura obrigatória para quem se interessa em compreender melhor o contexto da violência geopolítica atual. As informações são muito bem referenciadas e pesquisadas, e fornecem detalhes significativos – apesar da queima de registros coloniais pelo império – juntamente com referências anedóticas em primeira mão.

segunda-feira, 21 de abril de 2025

Heresias Públicas de Bergoglio, servo de Satã.




Face a morte do heresiarca Jorge Mario Bergoglio que ocupava o trono de Pedro, ilicitamente, é fundamental lembrar das suas Heresias Públicas. Não deixemos nossa alma ser contaminada por elas, sobretudo agora que a mídia estabelecida vai promover um culto a sua memória em razão de ter servido as causas de uma sociedade que jaz no maligno. 


1- O Inferno não é eterno 


Afirmação de que Judas pode não estar no Inferno: Francisco sugeriu que Judas Iscariotes pode ter sido salvo, contrariando a tradição que o considera condenado. 


Fonte: L’ Osservatore Romano, 2 de Março de 2018, pág. 4.


2. Todas as religiões vem de Deus


 Declaração de que a diversidade de religiões é desígnio de Deus: Ele afirmou que a existência de múltiplas religiões é parte do plano divino, o que é interpretado como promoção do indiferentismo religioso 


Fonte: "O pluralismo e as diversidades de religião, de cor, de sexo, de raça e de língua fazem parte daquele sábio desígnio divino com que Deus criou os seres humanos. "- https://www.vatican.va/content/francesco/pt/travels/2019/outside/documents/papa-francesco_20190204_documento-fratellanza-umana.html


3- Proselitismo é pecado 


Afirmação de que esforços para converter pessoas "sempre" levam a lugar nenhum: Francisco desencorajou o proselitismo, sugerindo que tentar converter outros à fé católica é ineficaz.

Fonte: "Por outras palavras, os caminhos da missão não passam através do proselitismo. Por favor, isto não; aqueles não passam através do proselitismo!"- https://www.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2019/march/documents/papa-francesco_20190331_sacerdoti-marocco.html


4. Ecumenismo é dogma de fé. 


 Crítica à denúncia de heresia e promoção do ecumenismo como "irreversível": Ele desestimulou a identificação de heresias e promoveu o ecumenismo como um caminho sem retorno. 


Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2020-05/francisco-ecumenismo-papa-igreja.html#:~:text=Um%20caminho%20essencial%20para%20os%20disc%C3%ADpulos%20de%20Cristo&text=Assim%20como%20seguimos%20o%20mesmo,Conc%C3%ADlio%20Vaticano%20II%2C%20%C3%A9%20irrevers%C3%ADvel.



5- Muçulmanos são fiéis


 Ensino de que os muçulmanos são "crentes autênticos": Francisco reconheceu os muçulmanos como verdadeiros crentes, o que é visto como equiparação entre o Islã e o Cristianismo. 


Fonte: https://www.vatican.va/content/francesco/pt/letters/2018/documents/papa-francesco_20180110_lettera-imam-al-azhar.html


6- Os livros budistas são textos sagrados


 Recebimento e valorização do "Livro Sagrado" dos budistas: Ele aceitou o texto budista como "precioso", demonstrando apreço por uma religião não cristã. 


Fonte: https://www.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2018/may/documents/papa-francesco_20180516_delegazione-buddista.html



7.Pecados sexuais não anulam a Graça


 Publicação de documentos sobre "Amoris Laetitia" como "Magistério Autêntico": Francisco promoveu ensinamentos controversos sobre moral sexual e comunhão para divorciados. 

Fonte: A directiva dos bispos intitulada “Critérios básicos para a aplicação do capítulo VIII de Amoris Laetitia” diz que em cicunstâncias “complexas” quando o casal em segundo matrimónio não pôde “obter a declaração de nulidade,” os padres podem, no entanto, prosseguir concedendo-lhes o acesso à Eucaristia. Se o padre reconhece que “num caso concreto há limitações que atenuam a responsabilidade e a culpabilidade (cf. 301-302), particularmente quando uma pessoa considere que cairia numa falta ulterior ao prejudicar os filhos da nova união,” diz a directiva, “Amoris Laetitia abre a possibilidade de acesso aos sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia (cf. notas 336 e 351).”


8.Lutero, Testemunha do Evangelho


 Celebração da "Reforma" de Lutero e concordância com luteranos sobre Justificação: Ele elogiou a Reforma Protestante e expressou acordo com luteranos sobre a doutrina da justificação. 


Fonte: https://www.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2018/january/documents/papa-francesco_20180125_evengelici-luterani-finlandia.html


9. Paganismo indígena valorizado


 Elogio à "riqueza espiritual" dos nativos do Rio Amazonas: Francisco valorizou práticas espirituais indígenas, o que é interpretado como sincretismo. 


Fonte: https://www.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2018/january/documents/papa-francesco_20180119_peru-puertomaldonado-popoliamazzonia.html


10- Não há inferno


Afirmação de que o Inferno não existe: Ele teria declarado que o Inferno não é real, negando um dogma tradicional. 

Fonte: https://veja.abril.com.br/mundo/papa-francisco-disse-que-inferno-nao-existe-afirma-jornal-italiano/#:~:text=%E2%80%9CO%20inferno%20n%C3%A3o%20existe%2C%20o,artigo%20dispon%C3%ADvel%20somente%20para%20assinantes.


11 - As religiões precisam sintetizar suas crenças


Promoção do "Diálogo Inter-religioso" em vídeos: Francisco apareceu em vídeos incentivando a colaboração entre diferentes religiões. 


12 - Deus precisa do Homem  


 Afirmação de que "Deus não pode ser Deus sem o homem": Ele sugeriu que a existência de Deus está ligada à humanidade, o que é visto como heresia já que tornaria Deus dependente de uma criatura. 


Fonte: https://www.imissio.net/artigos/48/295/papa-deus-nao-pode-ser-deus-sem-o-homem-um-grande-misterio/


13 - Preceito da missa pode ser cumprido na Seita Anglicana 


Permissão para católicos frequentarem igrejas anglicanas aos domingos: Francisco autorizou a participação em cultos não católicos, contrariando a exclusividade da Missa. 

Fonte: https://www.vatican.va/content/francesco/pt/homilies/2017/documents/papa-francesco_20170226_omelia-visita-allsaints.html


14 - Fora da Igreja há salvação 


Todas as religiões levam a Deus. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=LQcpRTqsJ90


15 - Endosso a prática LGBT 


Aceitação do "transexualismo" e do "casamento" gay: Francisco demonstrou abertura em relação a questões de identidade de gênero e uniões homossexuais. 


Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/10/22/papa-defende-uniao-civil-gay-o-que-francisco-ja-disse-sobre-homossexualidade.ghtml



16. Aprovação da contracepção


 Aprovação explícita da contracepção artificial e incentivo à fornicação: Ele teria apoiado métodos contraceptivos e minimizado a gravidade da fornicação. 

Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2016/02/18/internacional/1455808373_120037.html


17. Dogmas levam ao mal 


Rejeição da verdade absoluta e afirmação de que crer nela é "fazer o mal": Francisco criticou a crença em verdades absolutas, associando-a ao mal. 


Fonte: Em 30 de Novembro de 2015, durante a sua recente viagem de retorno da África, o Antipapa Francisco concedeu mais uma entrevista repleta de heresias. Alguns dos pontos de maior relevância na entrevista foram noticiados por Joshua McElwee, correspondente para o Vaticano do National Catholic Reporter, e por outros. Durante a entrevista:

«Francisco pronunciou-se com vigor contra o fundamentalismo religioso novamente, dizendo que fundamentalismo existe em todas as religiões e que deve ser combatido com esforços de amizade. Ele disse que prefere não falar de tolerância para com outros religiosos, mas de “convivência, amizade.”
«“O fundamentalismo é uma doença que existe em todas as religiões. Nós, católicos, temos alguns – não alguns, muitos – que crêem ter a verdade absoluta e avançam enxovalhando os outros com a calúnia, com desinformação, e fazendo o mal.”
«“Eles fazem o mal,” disse o papa. “E digo isto porque acontece na minha Igreja.”
«“E deve-se combater,” disse. “O fundamentalismo religioso não é religioso. Porquê? Porque falta Deus. É idolátrico, como é idolátrico o dinheiro.”»



18. Igreja cometeu discriminação injusta


 Afirmação de que a Igreja deve pedir desculpas aos homossexuais: Ele sugeriu que a Igreja deve se desculpar por "ofensas" aos gays. 


Fonte: https://www.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2016/june/documents/papa-francesco_20160626_armenia-conferenza-stampa.html


19 - Reabilitação do Judaísmo


Visita à Sinagoga Romana: Francisco participou de cerimônias judaicas, o que é visto como reconhecimento de outra fé e disse que judeus e católicos fazem parte da "família de Deus" esquecendo que os judeus negam Cristo, o Filho de Deus.  

Link: https://www.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2016/january/documents/papa-francesco_20160117_sinagoga.html


20 - Veneração da Pachamama 


Permissão do culto à "Mãe Terra": Ele incentivou práticas que envolvem a veneração da natureza, interpretadas como paganismo.


Fonte: https://ipco.org.br/por-que-o-culto-a-pachamama-no-vaticano-nao-era-uma-bagatela/

sexta-feira, 18 de abril de 2025

Os erros processuais do Julgamento de Cristo




Historiadores do direito como Haim Cohn ou Simon Greenleaf, que analisaram o processo de Cristo de forma mais técnica apontaram vários elementos que violariam normas do direito judaico da época, conforme descrito na Mishná e em outras tradições do judaísmo do Segundo Templo.


Aqui estão os principais erros processuais apontados por esses estudiosos:


1. Julgar à noite


Segundo a Mishná (Sanhedrin 4:1), julgamentos de casos capitais não podiam ocorrer à noite. O processo de Jesus, no entanto, teria começado na noite da prisão, o que já seria uma irregularidade.


2. Realização do julgamento em dia de festa


Jesus foi julgado na véspera da Páscoa (Pessach), um período sagrado em que julgamentos capitais não deveriam ocorrer.


3. Falta de acusação formal


Nos relatos evangélicos, Jesus é levado ao Sinédrio sem uma acusação legal clara. O interrogatório parece buscar uma confissão em vez de apresentar testemunhas legítimas, o que também contraria o processo legal tradicional.


4. Uso de testemunhas falsas


Os Evangelhos mencionam que foram apresentadas testemunhas falsas contra Jesus (Marcos 14:56), algo proibido pela lei mosaica e punível com a mesma pena que o acusado receberia (Deuteronômio 19:16-21).


5. Autoincriminação e busca por confissão


O Sinédrio tenta fazer Jesus se incriminar com perguntas diretas ("És tu o Cristo, o Filho de Deus?"), enquanto o direito judaico exigia provas externas, não confissões forçadas.


6. Condenação no mesmo dia


O Talmude afirma que, em casos de pena de morte, o veredito de condenação não podia ser dado no mesmo dia do julgamento — devia haver um intervalo de pelo menos um dia (Sanhedrin 5:5), para permitir reconsideração e revisão.


7. Transferência de jurisdição


A entrega de Jesus a Pilatos mostra um desvio do julgamento judaico para o romano. Isso levanta questões sobre a legitimidade da condenação inicial e a motivação política por trás do processo.


8. Motivação política e ausência de imparcialidade


Tanto o Sinédrio quanto Pilatos demonstram motivações políticas (medo de revolta, pressão popular, manutenção da ordem), o que comprometeria a imparcialidade e legalidade do julgamento.


Vale lembrar que alguns estudiosos também argumentam que não houve um julgamento formal completo pelo Sinédrio, mas apenas uma audiência preliminar ou interrogatório informal. Outros questionam se o Sinédrio teria realmente autoridade para impor a pena de morte na época da dominação romana.

sábado, 8 de março de 2025

Milei quer o Terceiro Templo





O novo presidente libertário da Argentina,  Javier Milei,  foi acusado de pedir a reconstrução do " Segundo Templo " em Jerusalém, uma demanda importante dos extremistas israelenses de extrema direita.


Milei visitou Israel na semana passada, onde prometeu transferir a embaixada argentina de Tel Aviv para Jerusalém, apesar dos palestinos reivindicarem o setor oriental como capital de seu futuro estado, e prometeu apoio à guerra de Israel em Gaza.


Mais tarde, Milei foi acusado por ativistas pró-Palestina de pedir a destruição da Mesquita de Al-Aqsa e a reconstrução do "Terceiro Templo" em seu lugar.


Embora não haja provas de que ele tenha feito isso diretamente, ele recontou uma fábula messiânica sobre a destruição do local sagrado pelos romanos e a resposta de um rabino contemporâneo.


Em um vídeo compartilhado online, Milei é visto contando a uma multidão em Jerusalém uma história bíblica apocalíptica sobre o sábio judeu Rabi Aqiba ou Akiva.


Ele relata a resposta do rabino à destruição do "Segundo Templo" em Jerusalém pelos romanos.


"Essa história aconteceu após a destruição do Segundo Templo pelos romanos. O rabino Aqiba e seus colegas estavam observando o Monte do Templo em ruínas e viram uma raposa deixando o Santo dos Santos no templo", disse Milei em espanhol.


"Não poderia haver cena mais desanimadora do que essa. Diante dessa cena terrível, os rabinos choraram de luto, mas o rabino Aqiba começou a rir.


"Seus colegas perguntaram como ele poderia rir diante de tal tragédia, ao que o rabino Aqiba respondeu: 'Há uma profecia sobre a destruição que diz que uma raposa invadirá o Santo dos Santos. Há outra profecia que diz que o mesmo lugar será reconstruído.'


"Agora que vejo com meus próprios olhos a primeira profecia se realizando, rio de alegria e cheio de esperança, pois a segunda profecia certamente se realizará."





quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Bannon refuta Olavo sobre Globalismo ser comunismo

Bannon é um dos ideólogos do segundo governo Trump

Isso aqui que Steve Bannon diz é interessante, independente da sua validade. 



Bannon identifica que há um projeto autoritário de poder global em curso. Segundo a sua interpretação não se trata de um projeto de poder comunista, capitaneado por "metacapitalistas", tal como crê a direita brasileira, mas sim o “tecno-feudalismo" de Elon Musk. Para OdC, os metacapitalistas seriam uma classe empresarial que, depois de prosperar e fazer fortuna, transcendeu o capitalismo e passou  aumentar o seu poder controlando o Estado e financiando movimentos e iniciativas socialistas e comunistas pelo mundo. Daí o suposto "marxismo cultural", as políticas econômicas estatistas etc. No entanto, apesar da sua aproximação com a Casa Branca, Elon Musk não se encaixa bem no personagem de comunista. O magnata da tecnologia financia mundo afora movimentos conservadores e ganhou fama entre a direita brasileira como inimigo del Alexandre de Moraes e herói da liberdade de expressão.

E agora? Sem poder contar com o seu principal ideólogo, que rumo vai tomar a narrativa da direita brasileira para manter o mínimo de verossimilhança, coerência e coesão interna?


Escrito por Bruno Pitella. 

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Milei piorou a Argentina


Parte da mídia estabelecida diz que o governo de Milei tem sido bem sucedido no campo econômico. Mas será que é verdade? A análise macro dos dados mostra que não e que a situação Argentina piorou em relação a era Fernandez. A inflação bateu pico no meio de 2024 ultrapassando os duzentos por cento. No segundo trimestre a inflação mensal desacelerou mas graças a cortes brutais no repasse as províncias, educação e saúde além da paralisação das obras públicas e do veto a aumento do salário dos aposentados. Com isso a Argentina teve uma queda do PIB em 3.5% para 2024, maior que a de 2023 que foi de 1,6%. O desemprego subiu de 6% em 2023 para 8% em 2024. Com redução do PIB e mais desemprego houve queda do consumo o que naturalmente provoca queda da inflação no segundo trimestre mas ela não revela melhora da economia. No governo Fernandez eram 41% da população em situação de pobreza. Agora são 52%. O peso desvalorizou em relação ao dólar de forma que para comprar um dólar precisaríamos de 1000 pesos argentinos em novembro de 2024, o câmbio ultrapassando 4 dígitos pela primeira vez na história. Por outro lado Milei anunciou superávit mas o governo não teria superávit se não fosse financiado com títulos do Tesouro, conhecidos como Lecap e LEFI, que permitem o adiamento do pagamento de juros uma vez que estes são pagos, juntamente com o capital, apenas no vencimento do título da dívida: Milei mascarou o déficit, não o eliminou. A Argentina também ficou cara em dólares. Significa que, se no início do ano, quando Milei assumiu, você precisava de US$ 100 para pagar a luz, no final do ano você vai precisar entre US$ 200 e US$ 210 para pagar a luz. 

Em resumo: a Argentina está pior agora que antes de Milei. Não se deixem enganar pelos demagogos de direita que, fazendo recortes sobre inflação mensal e redução mascarada de défice tentam passar uma imagem boa da economia argentina sem relacionar todos os dados com o contexto macro.

terça-feira, 31 de dezembro de 2024

O holocausto cristão provocado pelo Sionismo

O Cardeal Pizzaballa, líder do Arcebispado Latino de Jerusalém, mostra preocupação com a crescente política anti cristã de Israel. 




Até meados do século XIX, cerca de 500 mil pessoas habitavam a Palestina. O número de palestinos muçulmanos era cerca de 17 vezes maior do que o de palestinos judeus, e o de palestinos cristãos era três vezes maior que o de seus concidadãos judeus.


A população cristã palestina está em declínio há décadas. Em Belém, cidade natal de Jesus, os cristãos representavam 86% da população em 1947; hoje, são menos de 20%. Em toda a Palestina histórica, 12% da população era cristã até meados do século XIX, quando os primeiros ocupantes eurojudeus foram enviados pelo Império Britânico para colonizar a Palestina. Chegaram a ser 73.000 os cristãos da Palestina Histórica, segundo o censo britânico de 1922 (os muçulmanos eram 600.000, os judeus menos de 84.000). Hoje, os cristãos não chegam a 2%. 


Um estudo conduzido pela Universidade Dar al-Kalima na cidade de Beit Jala, na Cisjordânia, e publicado em 2017, entrevistou quase 1.000 palestinos, metade deles cristãos e a outra metade muçulmanos. Um dos principais objetivos da pesquisa era entender a razão por trás do esgotamento da população cristã na Palestina.


A pesquisa concluiu que “a pressão da ocupação israelense, restrições contínuas, políticas discriminatórias, prisões arbitrárias e confisco de terras aumentaram o sentimento geral de desesperança entre os cristãos palestinos”, que estão se encontrando em “uma situação desesperadora em que não conseguem mais perceber um futuro para seus descendentes ou para si mesmos”.


A população cristã de Gaza, por sua vez, caiu pela metade desde 1967. Assim como os muçulmanos de Gaza, esses cristãos estão isolados do resto do mundo, incluindo os locais sagrados na Cisjordânia. Todos os anos, os cristãos de Gaza solicitam autorizações do exército “israelense” para participar dos serviços de Páscoa em Jerusalém e Belém, mas uma parcela ínfima recebe autorização, e apenas com a condição de que tenham 55 anos ou mais e que não possam visitar Jerusalém.


O genocídio aprofundado desde outubro de 2023 teria dizimado 5% dos cristãos de Gaza (quase o dobro do extermínio da população geral, que é de 2,6%), segundo Khalil Sayegh (29 anos), nascido e crescido em Gaza, onde participava das atividades do Centro Ortodoxo Árabe e da Associação Cristã de Jovens. “A maioria das casas no norte, onde os cristãos viviam, foram bombardeadas. Tudo está destruído”.


Em Jerusalém, a tensão é particularmente palpável. Ocupantes “israelenses” ilegais (os “colonos”) frequentemente invadem propriedades cristãs, enquanto líderes religiosos lutam para proteger os poucos espaços restantes que ainda estão sob controle palestino. Isso reforça a sensação asfixiante de cerco, alimentando o êxodo de cristãos.


O chefe da Igreja Católica Romana na Terra Santa alertou em uma entrevista que a ascensão do governo de extrema direita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu piorou a vida dos cristãos no berço do cristianismo. O influente patriarca latino nomeado pelo Vaticano, Pierbattista Pizzaballa, contou à Associated Press que a comunidade cristã da região, que existe há 2.000 anos, vem sofrendo crescentes ataques, e o governo mais à direita da história de Israel encoraja os extremistas, que atacam o clero e vandalizam lugares religiosos num ritmo cada vez mais acelerado.


Atualmente, há cerca de 15.000 cristãos em Jerusalém, a maioria palestinos, mas já foram 27.000 - antes que as dificuldades posteriores à guerra no Oriente Médio em 1967 estimulassem muitos do grupo tradicionalmente próspero a emigrar.


2023  marcou como pior ano para os cristãos em uma década, segundo Yusef Daher, do Centro Interigrejas, grupo que faz uma coordenação entre as denominações.


Agressões físicas e assédio aos membros do clero muitas vezes não são objeto de denúncia, de acordo com o centro. A organização documentou pelo menos sete casos graves de vandalismo contra propriedades da igreja entre janeiro e meados de março - um aumento acentuado em comparação com os seis casos contra os cristãos registrados durante todo o ano de 2022. Lideranças da igreja culpam os extremistas israelenses pela maioria dos incidentes, e dizem temer um aumento ainda maior.


Em março de 2023, dois israelenses invadiram a basílica ao lado do Jardim de Getsêmani, onde se diz que a Virgem Maria teria sido enterrada. Eles atacaram um padre com uma barra de metal antes de serem presos.


Em fevereiro, um religioso judeu americano arrancou do pedestal uma representação de Cristo de 3 metros de altura e a espatifou no chão, golpeando seu rosto com um martelo dezenas de vezes, na Igreja da Flagelação da Via Dolorosa, pela qual Jesus teria arrastado sua cruz a caminho da crucificação. "Sem ídolos na cidade sagrada de Jerusalém!", ele gritou.


Em meio a esse holocausto de cristãos cada vez pior em Gaza, a mídia e os políticos querem que acreditemos que há em curso um crescente antisemitismo e que os judeus são as verdadeiras vítimas. Ouvimos mais sobre os sentimentos dos judeus sionistas do que a dor das crianças de Gaza como aponta um estudo que descobriu que  96%  delas sentem que a morte é iminente. Parece que a mídia, junto com os apoiadores de Israel, acredita que a possibilidade de algo ruim acontecer aos judeus é uma ameaça maior à humanidade do que a morte, os ferimentos e o trauma causados a centenas de milhares de palestinos incluindo cristãos.

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

O Globalismo é o Norte Americanismo

 

Os USA, primeiro estado a ser criado pela Maçonaria, é o principal poder operante de Satanás na Terra agora

Para você entender isso precisamos indicar que as três possibilidades de ação para os USA, no pós queda da URSS em termos de política internacional, se articulam em torno dum mesmo eixo: consolidar a hegemonia dos EUA no Globo. Estas três possibilidades são:


A- O neoconservadorismo do Partido Republicano que através de intervenções unilaterai objetiva espalhar as instituições americanas pelo mundo garantindo assim os interesses estadunidenses contra arroubos de líderes ditatoriais ou não antiamericanos que poderiam desestabilizar o cenário externo, pondo em xeque o domínio dos USA.


B- O multilateralismo do Partido Democrata que busca construir uma governança global ao lado de aliados como os países da Europa Ocidental mais o Japão.


C- O Globalismo do CFR que pretende dissolver as soberanias nacionais criando um Governo Global sob auspícios da super classe mundialista que coincide com os plutocratas dos EUA e Europa.


Nos três casos o que teríamos é, de qualquer modo, a hegemonia dos valores americanos, dos direitos humanos universais baseados unicamente na natureza e sem lastro em Deus, do modelo democrático liberal, secular e laico, a prevalência dos direitos individuais, etc; o que diferencia cada projeto é o modo e a forma de implementar essa hegemonia como o modo e a forma da inserção das elites nela (No caso dum Governo Global sob o CFR as nações teriam direito de voz num parlamento mundial, algo similar ao que já acontece na Assembleia Geral da ONU; não há que se falar aí duma ditadura como alguns conspirólogos vulgares fazem mas dum sistema federativo o que não quer dizer que isso não signifique uma ameaça aos povos já que suas vozes seriam deveras diluídas num sistema piramidal). Em resumo: em qualquer dos casos a Plataforma de Desenvolvimento dessa dominação seria a tradição política americana como veículo privilegiado do Iluminismo. A única atitude possível ante este quadro seria uma posição anti-imperialista e anti- americana o que significa recusar a hegemonia dos USA sob que forma aparecesse. 


Mas os críticos do tal governo mundial falam de um "globalismo" sem dizer  do que se trata: Americanismo puro e simples. Então o que figuras como Olavo e seus pupilos fizeram foi desinformar: ao mesmo tempo que chamam a atenção para o globalismo tiram-na do seu verdadeiro agente, os USA, e estimulam as pessoas a se unirem aos EUA contra uma suposta elite satanista global anti EUA associado a esquerda. Então o problema central passa a ser a Esquerda e não mais os USA embora as esquerdas atuais estejam se americanizando e se redendo a Globalização e ao Fórum Econômico Mundial, instrumento da elite global de origem norte americana. Um exemplo disso é Lula que se afastou da òrbita tradicional da esquerda latino americana, que girava em torno de Cuba e do Chavismo mais recentemente, para a de Washington e sua defesa da "democracia" em moldes estadunidenses. O maior exemplo da fraude de um antiglobalismo de direita é que Trump, em menos de um ano de governo, durante 2017, atacou a Síria de Assad, descumprindo sua proposta de isolacionismo. Os USA não podem nem querem deixar o poder global. Trump é um blefe. 

terça-feira, 13 de agosto de 2024

O mito da Terra plana: lenda negra anticristã

 



Diz-se que os medievais sustentavam que a Terra era plana, mas isto é falso: os estudiosos da época já consideravam que a Terra é esférica. O mito nasceu no século XIX e, que coincidência, em tom anticristão. Saul Finucci conta isso em Il Timone: d A Idade Média não acreditava numa "Terra plana"

Aqueles que defendem hoje que a Terra é plana são considerados “medievais” e, de qualquer forma, os medievais sempre foram desprezados por terem apoiado a teoria de que a Terra era plana. Na realidade, os medievais eram mais modernos do que alguns contemporâneos.

Por exemplo, numa série de ficção de 1984, Colombo, convencido de que a Terra é esférica, é visto discutindo com professores da Universidade de Salamanca, convencido de que a Terra é plana e, portanto, não pode ser alcançada pelas Índias pelo oeste. Mas esse debate nunca existiu.

Na verdade, o povo medieval recebeu esta teoria do astrônomo Ptolomeu (século II dC), segundo a qual a Terra era uma esfera no centro do universo.

Vários testemunhos 

É verdade que o escritor Lactâncio (250-317) rejeita a ideia de que o mundo seja esférico, mas ninguém o segue. De facto, pouco depois, Agostinho de Hipona, uma das máximas autoridades dos medievais, num comentário ao Génesis (Genesi ad litramam), considera a Terra como um planeta esférico: “Como a água cobriu toda a Terra, nada impediu que em de um lado dessa massa esférica de água a presença da luz produzia o dia e do outro lado a sua ausência produzia a noite, que, a partir da tarde, ocorria no lado de onde a luz recuava, que se dirigia para o outro lado" (Livro I, 12, 25). Muitas cópias medievais dos escritos de Macróbio (século V) contêm mapas da Terra que incluem os Pólos Norte e Sul e as zonas climáticas descritas por Ptolomeu, mostrando a esfera da Terra (globus terrae) no centro de todas as outras esferas celestes. 

Dois textos de Macróbius do século XI (século V), trazem imagens da Terra esférica: uma Terra com zonas habitadas de acordo com a distância ao equador e uma Terra como esfera e não como centro de um universo esférico. Ambas as imagens pertencem ao Comentário ao Sonho de Cipião, escrito de Macróbio sobre De Republica de Cícero. “Macróbio é um dos dois responsáveis ​​pela persistência da crença na esfera da Terra entre os geógrafos medievais”, afirma à Biblioteca Nacional de Espanha ao apresentar as suas cartografias.


Isidoro de Sevilha (559-636), autor da mais famosa “enciclopédia” medieval, diz em outra obra (De natura rerum) que a Terra é esférica. O monge Beda, o Venerável (673-735), explica: “Dizemos que a Terra é um globo (...), porque é realmente um orbe colocado no centro do universo; na sua parte larga é como um círculo , não circular como um escudo, mas como uma bola" (De temporum ratione, 32). O livro de Beda foi amplamente divulgado entre os padres do período carolíngio. Teodorico de Chartres (falecido por volta de 1155) diz que, durante a criação do mundo, o ar envolve e comprime a Terra por todos os lados, reunindo-a "em uma forma esférica" ​​e dando-lhe a dureza que vemos hoje (De sex dierum ópera, 8). Roger Bacon (século XIII) e Tomás de Aquino (século XIII) também dizem que a Terra é esférica. Tomás de Aquino escreve: “As ciências distinguem-se pelos diferentes métodos que utilizam. O astrónomo e o físico podem provar a mesma tese, por exemplo, que a Terra é esférica; natureza da matéria" (Summa Theologica, 1, q.1, a.1). Em 1230, Johannes de Sacrobosco escreveu o Tractatus de Sphaera, livro muito utilizado na universidade, no qual é considerada a Terra esférica.

Uma mentira anti-medieval 

O primeiro a narrar um debate imaginário entre Colombo e os terraplanistas foi o escritor Washington Irving, que publicou The Life and Voyages of Christopher Columbus em 1828. Mais tarde, em 1874, o historiador amador J. W. Drapier publicou a História do Conflito entre Religião e Ciência: para ele, os medievais eram terraplanistas e, portanto, adversários da ciência. Em 1888, o divulgador Nicolas Camille Flammarion publicou a história de um missionário medieval que chega aos confins da Terra e toca o ponto onde se encontra com a abóbada celeste. A história é acompanhada por uma imagem (uma gravura), muitas vezes reproduzida em textos sucessivos. Esta história não se encontra em nenhum texto medieval, portanto é fruto da fantasia, assim como a imagem. Segundo alguns autores do século XIX, a religião teve que ser superada. Para conseguir isso, foi necessário convencer as pessoas de que a religião e a ciência eram inimigas. Mesmo ao custo de inventar falácias, como explica o historiador Jeffrey Burton Russell, em seu livro Inventing the Flat Earth: Columbus and the Modern Historians (1991), publicado em espanhol como "O mito da terra plana". 


domingo, 7 de julho de 2024

Assange revelou o plano sionista de um genocídio em Gaza e da destruição nuclear do Irã


    

    A atual escalada militar e genocida de Israel em Gaza já havia sido prevista por Julian Assange, conhecido internacionalmente como um revelador de verdades inconvenientes e um prisioneiro político do Ocidente, suas revelações tiveram impactos profundos em quase todos os cantos do globo, incluindo o mundo árabe. Uma das várias contribuições do Wikileaks para a Palestina foram telegramas que funcionaram para confirmar um elemento da agenda de Israel na Faixa de Gaza, ajudando a moldar a nossa compreensão geral da realidade no terreno hoje durante o ataque genocida lançado pelo governo israelita. Telegramas confidenciais secretos, de Março de 2008, revelaram que os diplomatas dos EUA tinham aprendido que as intenções de Tel Aviv, com o seu cerco abrangente imposto à Faixa de Gaza, eram “manter a economia de Gaza a funcionar ao nível mais baixo possível, consistente com uma crise humanitária”. 

    O que aprendemos com os documentos vazados foi uma confirmação de que Israel estava seguindo a estratégia delineada em 2006 por Dov Weisglass, conselheiro sênior do primeiro-ministro israelense na época, Ehud Olmert, que falou em colocar os “palestinos em dieta, mas não para fazê-los morrer de fome", numa espécie de genocídio sutil.  Além disso, os telegramas do Wikileaks revelaram que o antigo secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, tinha falado sobre o seu conhecimento das armas nucleares israelitas e disse que Israel tinha 200 armas nucleares apontadas contra a República Islâmica do Irão. Esta foi uma grande revelação, pois foi o primeiro reconhecimento por parte de um importante funcionário americano das capacidades de armas nucleares israelitas, que Washington e Tel Aviv se recusam a comentar publicamente; em grande parte devido à recusa de Israel em assinar o tratado de não-proliferação nuclear. 

    A primeira revelação de Assange já está a se realizar agora em Gaza, tudo indica que o próximo passo será atingir o Irã e levando em conta que o país acaba de eleger um presidente moderado, o plano sionista ganhará fôlego dado que a tendência é que o regime iraniano baixe a guarda. 

quarta-feira, 26 de junho de 2024

Bets, Tigrinho, crime organizado, Bolsonaro e Lula: onde "menos estado" nos levou e a esquerda igual a direita

 


    O voto e o apoio a Bolsonaro foi defendido por muita gente em nome de tirar o "estado do cangote do cidadão" para usar uma expressão usada pelo então presidente. Nós aqui sempre dissemos que se tratava de uma proposta inócua pois além de não entregar um novo ciclo de prosperidade econômica, afinal nenhum país rico e desenvolvido chegou a sê-lo sem o estado subsidiar o crescimento o que exigiu mais e não menos estado, deixaria o país a mercê do crime que só é possível combater sob um estado forte. 



    No domingo último, dia 23/06/2024, o jornal O Globo, trouxe, na capa, uma reportagem mostrando como o crime organizado do Comando Vermelho está usando os sites de Bet, conhecidos pelas apostas esportivas, para lavar dinheiro do Tráfico de Dorgas. Bolsonaro tem culpa direta pois em 2022 deixou findar o prazo para regulamentar esses sites.que, pelo decreto de 2018, que autorizou seu funcionamento teriam que, uma vez regulamentados, operar com endereços .com.br. Sem regulamentação eles operam como off shores, portanto fora do país, evadindo divisas.  




    Agora os fatos que tem vindo a tona em torno do jogo do Tigrinho, que se notabilizou pelos golpes e estelionatos, apontam para uma provável destinação dos lucros destas Bets. O pior é que já anda no Congresso o projeto que regulariza cassinos e jogos de azar no país. Segundo Lula, se o congresso aprovar ele vai sancionar pois "pobre não vai jogar em Cassino, torrando seu dinheiro, mas vai trabalhar lá". O projeto dos cassinos era de Paulo Guedes sob patrocínio do rei da jogatina de Las Vegas, norte americano, Sheldon Adelson. Quando esse debate estava em curso durante o governo Bozó gravamos uma denúncia no canal Legião da Santa Cruz no link que segue https://www.youtube.com/watch?v=SHu_4VLr0Gg. O governo Lula, com essa atitude complacente com a jogatina que, ao contrário do que diz o atual presidente, arruinou e continua arruinando a vida de trabalhadores, inclusive de crianças e jovens (https://sampi.net.br/ovale/noticias/2840990/brasil-e-mundo/2024/06/bets-vicio-em-apostas-ameaca-criancas-e-adolescentes) mostra não ter nenhuma diferença para o último governo. 

terça-feira, 16 de abril de 2024

Israel derrotado pelo Irã


Se Israel obteve uma vitória tão grande ao repelir o ataque do Irão há algumas noites, porque é que os israelitas estão tão desesperados para retaliar? Quando você vence uma guerra, na maioria das vezes você reserva férias, deseja fazer uma pausa em vez de retaliar. Você adivinhou corretamente.

Israel foi amargamente derrotado naquela noite. Recebeu todos os avisos necessários do Irão. Como sabemos, o Irão deu indicações completas sobre a escala do ataque, as tácticas e o tipo de armas utilizadas. Na noite, o Irã deu a Israel 5 horas para se preparar e, ainda assim, apesar de tudo isso, o Irã conseguiu penetrar na IAF mais protegida em Nevatim e, segundo algumas fontes, também na Base Ramon da IAF. Ambas as bases aéreas estão localizadas no deserto de Negev, pouco povoado.

Israel relata uma taxa de sucesso de interceptação de 99%, mas este número é obviamente tão verdadeiro quanto a história sobre os 40 bebês decapitados.

O Irão estava praticamente a testar o sistema de defesa aérea de Israel e a eficácia das forças proxy de Israel na região: os EUA, a Grã-Bretanha, a França e também a Jordânia. Irã, se bem entendi. nem sequer usou ogivas explosivas. Não era necessário. O seu objectivo era apenas transmitir uma mensagem e testar o sistema de defesa israelita.

O Pentágono e o Ministério da Defesa do Reino Unido compreenderam a mensagem iraniana. Eles também entendem o resultado do teste de armas antiaéreas israelenses. O fracasso de Israel há duas noites é ainda maior do que a catástrofe de 7 de Outubro. Israel apostou numa estratégia e tecnologia erradas e insustentáveis. A América e a Grã-Bretanha elogiam o sucesso de Israel numa tentativa desesperada de conter o entusiasmo maníaco e autodestrutivo israelita. Mas Israel sabe que foi derrotado pelo Irão naquela noite. Percebe que investiu no sistema de defesa errado. O custo da repulsão mal sucedida de um ataque balsítico iraniano de média escala foi mais de 10 vezes superior aos meios envolvidos no ataque em si. E isso sem levar em conta os danos que podem ser causados ​​por ogivas explosivas adequadas.

Nem Israel nem o seu representante podem sobreviver 3 noites desse tipo de guerra. O Irã lançou cerca de 200 mísseis balísticos naquela noite. Mas o Hezbollah é capaz de lançar mais de 2.500 mísseis balísticos de médio alcance por dia durante meses.

Tudo o que foi dito acima faz da guerra israelense uma aventura fatal e sem esperança.

Gilad Atzmon

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Padre Antônio Vieira revela por que Portugal perdeu o lugar para os povos loiros do norte

 




No sermão da Epifania do Padre Antônio Vieira, pregado em 1662 , ele defende a liberdade dos índios contra a cobiça dos colonos que desejavam usá-los como escravos, e explica a razão de Portugal ter perdido a hegemonia para os Países Protestantes do Norte relacionado ao fato de a defesa da escravidão do índio ter sido feita com base no argumento de que eram os “negros da terra”:


“Nos acusam de defender os índios por que não queremos que sirva ao povo mas somente a nós o que não é verdade pois devemos defender o gentio que Cristo trouxe a nós como Ele defendeu os Magos da Tirania de Herodes pois fê-los voltarem para sua terra livres e soberanos, não lhes tirando a pátria nem a liberdade natural e é assim que zelamos que os índios permaneçam […] Mas nada disto basta para moderar a cobiça dos nossos caluniadores por que dizem que são negros [os índios] e hão de ser escravos...Ora dos Magos que vieram visitar Cristo um era preto, Belchior, seria justo que Cristo o mandasse ficar em Belém para ser escravo de São José? Bem o pudera fazer pois é Senhor mas nos quis ensinar que os homens de qualquer cor são iguais por natureza e mais iguais ainda por fé se creem e adoram o Cristo como os Magos. Um etíope se se lava na água do Zaire fica limpo mas não fica branco mas se for batizado fica ambos: limpo e branco. Por isso é tão pouco a fé dos inimigos dos índios que depois de nós os termos feitos brancos pelo batismo eles o querem fazer escravos por negros.


Não é minha intenção que haja escravos...o mesmo sucedeu a São Paulo que tendo libertado do demônio uma escrava em Filipos, na Macedônia foi vítima do motim do povo contra eles – Paulo e Silas – que foram maltratados, presos e expulsos. Pois o povo queria apenas a escrava mas ela com o demônio: pois os cativeiros lícitos sem demônio são poucos e os ilícitos com demônio são muitos […] confundidos pela evidência o que dizem? Que sem escravos não se pode sustentar o Estado! Vede que coisas para se ouvir com ouvidos católicos e apesentar a um rei cristão: que só podemos nos sustentar com a carne dos miseráveis índios. E por que os pregadores do evangelho não querem entregá-los ao açougue dizem-lhe, fora de nossas terras! Ora o Castigo de Sodoma e Gomorra foi mais moderado que será das terras que expulsaram os pregadores de Cristo!


Já considerei por que aquelas terras [ do nordeste do Brasil ] fossem dominadas, pela permissão da Divina Providência, pelos hereges do norte [ holandeses adeptos do protestantismo que dominaram Bahia e Pernambuco no século 17 ]: e a razão é que nós somos tão pretos em relação a eles como os índios em relação a nós! E era justo que se fizemos tais leis por elas se executasse em nós o castigo. É como se dissesse Deus: já que vós fazeis cativos a estes por que sois mais brancos que eles eu vos farei cativos de outros que são mais brancos que vós!


As nações umas são mais pretas e umas são mais brancas pois estão mais vizinhas ou mais remotas do sol! E pode haver maior inconsideração de alguém deve ser senhor de outro por ser ter nascido mais perto ou mais longe do sol?”


Foi o incipiente racismo dos colonos, adverso a união mística das três raças consubstanciada no Brasil e que realiza o grande ethos português como monarquia cristã obrigada a converter e salvar os gentios pois para isto Cristo fundou e instituiu o reino de Portugal, a causa da ruína lusitana. Tiremos disso uma lição sobretudo nesta hora de trevas em que brasileiros se insurgem uns contra outros estimulados pelo bolsonarismo e lulismo que promovem o ódio regionalista entre nordeste x sul/sudeste