sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Liberação sexual, Escola Austríaca e Foucalt: o espírito Liberal do USA como base da new left - uma lição de E. Michael Jones

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Dr. E. Michael Jones
Por anos a fio a direita neoconservadora brasileira - cópia mal acabada da cena neocon do USA - viveu de afirmar categoricamente que a new left - que no jargão do direitista médio virou sinônimo de marxismo cultural  ainda que Marx tenha recusado uma via de revolução cultural - era um complot comunista cuja solução seria a implementação duma guerra cultural de direita. É claro que a new left tem elementos marxistas - embora ela seja mais neomarxista que marxista propriamente dita - mas também é evidente que ela é uma síntese de teoria crítica, liberalismo e valores americanistas, os mesmos que nossa direita assume como vias de restauração da ordem reta da sociedade. Portanto, dentro do esquema dialético da revolução como vetor de destruição da ordem cristã - leia-se catolicismo - a new left assumiu inclusive elementos da escola austríaca e do libertarismo - que estão, dentro do que diz respeito ao espectro das políticas econômicas, à direita na medida que tendem ao minarquismo e ao neoliberalismo - o que prova o intercâmbio entre direitas e esquerdas no processo final de dissolução do que ainda resta de mundo ocidental católico ou mesmo de ordem natural. 

O texto do ínclito historiógrafo E. Michael Jones, abaixo reproduzido, mostra bem a promiscuidade entre esquerdas, direitas, escola austríaca e Foucault dentro da cultura americana: 



"Foucault iniciou sua série anual de palestras no College de France. Ignorando eventos atuais. . . ele pediu que lessem com cuidado as obras de Ludwig von Mises e Frederick Hayek - ilustres economistas austríacos, críticos estridentes e prescientes do marxismo, apóstolos de uma vertente libertária do pensamento social moderno, enraizada na defesa do livre mercado como cidadela liberdade individual e um baluarte contra o poder do estado.

O mesmo aconteceu um ou dois anos antes, em São Francisco, quando ativistas homossexuais como Robert Sirico e Justin Raimondo se converteram à economia da Escola Austríaca. Pelos cinco anos seguintes, até sua morte em 1984, Foucault usou sua posição de professor para promover os trabalhos de Hayek e von Mises durante o dia e se envolver em rituais de sado masoquismo nos balneários de São Francisco à noite.
  
Essa combinação de direitos dos gays e economia libertária efetivamente modificou a esquerda, bem a tempo do ressurgimento do capitalismo sob Reagan e Thatcher.

Michel Foucault teve um papel crucial nisso. As pessoas que controlavam a Academia na América sabiam o que era uma coisa boa para dar resultados quando a viam. 

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Foucault, autor de várias obras de cunho histórico, defendia a tese dum que as condutas morais eram construções sociais que visavam assegurar um sistema de poder. Desta forma chegou a considerar a desconstrução dos padrões éticos a ponto de postular condutas como a "pedofilia não abusiva"

A Teoria do Poder de Foucault se tornou a pedra angular de muitos discursos públicos na América - da academia ao governo por meio de currículos educacionais. Desde seu lançamento bem-sucedido nos Estados Unidos, há um quarto de século, a filosofia de Foucault passou a ser adotada gradualmente como o idioma da esquerda intelectual dos Estados Unidos. Desde então, o pós-modernismo não apenas se tornou a fábrica de correção política patrocinada pelo Estado na América, mas, paradoxalmente, passou a se impor como a voz exclusiva da razão e da tolerância no ensino superior."