segunda-feira, 26 de abril de 2021

A arte medieval era racista por retratar um Jesus Branco? Por Breno Baral*



     

    A prova de que a arte sacra medieval, renascentista e ocidental em geral representavam Jesus  Cristo, Virgem Maria e outras personagens bíblicos com traços europeus por uma simples questão de perspectivismo e não por conta de uma suposta ideologia da branquitude ou "branquismo" está em outros elementos anacrônicos em tais obras de arte: por exemplo, as vestimentas; todos os personagens nas gravuras vestem trajes que não eram habituais nas épocas que tais obras se referem. Não apenas as roupas. Há diversas imagens que mostram Jerusalém como uma fortaleza medieval, assim como era na época dos cruzados e totalmente diferente de como era realmente na época de Cristo. 


    Os soldados romanos, em vez de trajarem armaduras e escudos típicos dos romanos do primeiro século - tais como aquele que vemos em filmes - são, pelo contrário, representados com armaduras, elmos e escudos tipicamente medievais. 

    Logo, fica assim evidente que esses artistas representavam eventos de outros tempos e lugares, compostos etnicamente de pessoas e modas diversas, a partir da cultura e lugar onde viviam pessoas que o artista podia ver na sua experiência real. Sabendo que o mundo ocidental fora fechado do mundo antes das cruzadas e das grandes navegações, podemos imaginar que a totalidade do mundo conhecido era reduzido. Não apenas no sentido geográfico mas também histórico. 

    Hoje só temos uma noção histórica melhor, sabendo identificar épocas a partir de artes, roupas, artefatos, por conta do avanço da historiografia enquanto ciência e da arqueologia do século XIX. 

    Hoje é fácil para nós imaginar um soldado romano portanto um traje típico de sua época (até por conta de filmes que assistimos); para um medieval, porém, isso era quase impossível. O artista tinha que se virar com o que tinha disponível - em geral poucos textos que também não eram acessíveis a todos porque não existia ainda impressa e tais textos não ofereciam descrições detalhadas de outros tempos - e empreender um pouco da sua imaginação criativa. 

    Sem falar que o mais importante para os antigos era a "essência" da arte, dos textos, e não a exatidão da descrição histórica (algo que só começa a partir do século XIX) que seria uma coisa secundária e periférica. O importante em uma obra retratando a Paixão de Cristo, por exemplo, era mostrar o amor de Deus pela humanidade e não descrever o cenário com precisão histórica e científica; isto só seria importante para o historiador enquanto cientista e profissional. A arte é universal e popular. Na Idade Média, sobretudo nos vitrais das catedrais medievais, as imagens tinha uma função pedagógica para as pessoas simples que não podiam ler em aprender os ensinamentos da bíblia através da arte. Usando elementos e tipos de pessoas que os europeus da época podiam reconhecer e identificar, ficaria mais fácil assim compreender a essência de tais obras. 

    Completamente diferente é hoje a tentativa de hostilizar a arte ocidental como "racista" e, assim, representar um "Jesus negro" - que também é inexato historicamente - apenas para se CONTRAPOR ao suposto "branquismo" ou "europeísmo" da arte ocidental. Essa tentativa moderna sim é excessivamente IDEOLÓGICA: a ideologia do anti-ocidentalismo, do ressentimento, do identitarismo e racialismo que nada mais são do que braços e pautas que fazem parte de uma agenda global com fins meramente políticos. Como sabemos, para o "progressismo" contemporâneo, TUDO, absolutamente tudo tem um suposto significado político que oculta uma realidade de dominação de grupos mais fortes sobre mais fracos. 

    Refutar essas acusações desonestas e estúpidas dos modernos é livrar a arte da política contemporânea e elevá-la de volta ao plano independente e superior que ela sempre teve.


*O professor Breno Baral é docente com formação em História. 

quinta-feira, 15 de abril de 2021

Pedido de Responsabilização de Olavo de Carvalho na CPI da Covid 19

 

Olavo segue "fodendo" tudo, agora promovendo a morte de mais de 300 mil brasileiros. 



Recentemente nós pedimos que a CPI da Pandemia investigasse a responsabilidade de Olavo de Carvalho no desastre sanitário que o país vivencia, nestes termos:





Já que vai ter CPI da Pandemia o negócio é pressionar o Congresso a convocar Olavo de Carvalho para prestar depoimento. Afinal, foi o discurso dele de 'gripezinha' e sua ascendência junto ao presidente que atrasaram as medidas do Governo Federal”


Ao que o próprio Olavo nos respondeu, nos seguintes termos:


Este bosta não sabe sequer que a idéia da "gripezinha" não foi minha, foi do Drauzio Varela, o qual, como médico e com amplo acesso à grande mídia, exerce mil vezes mais influência nos altos círculos do que eu. Esta nota é só intriga de um invejoso, um zé-ninguém em toda a linha.”


Temendo as consequências de um tal pedido Olavo tergiversa sobre os fatos. Mas contra eles não há argumentos, pois vejamos:


- Drauzio Varela não tem nenhuma ascendência sobre o Presidente, já Olavo sim, tanto que graças a isto conseguiu “fazer” três ministros: Velez, Weintraub e Araújo.


- Varela se manifestou sobre a Covid – 19 em 30/01/2020 nestes termos:


Não precisa parar de andar na rua, não temos uma catástrofe, de cada 100 pessoas que pegarem, oitenta a noventa só terão um 'resfriadinho'”.


Desconsiderando a fala de Drauzio, o presidente, em 04/02/2020, decretou “emergência de saúde pública” atuando em dissonância com o reducionismo de Varela o que prova e sua total falta de ascendência sobre Bolsonaro.


No mesmo mês de fevereiro, agindo preventivamente em dissonância com a fala de Drauzio, o presidente fez esforços para que brasileiros que estavam na China ficassem em quarentena por lá antes de voltarem para cá.


Importante reiterar que o decreto 13.979 de 04/02 representava um instrumento jurídico muito positivo assegurando meios eficazes de enfrentamento do quadro sanitário que viria pela frente: basta lê-lo para verificar que no seu artigo terceiro previam-se locautes, isolamentos verticais e horizontais, além de fechamento das fronteiras como o bloqueio de transportes inter-regionais como metodologia de enfrentamento do Covid-19.


Apesar disso o governo não aplicou o decreto que havia editado e a questão que fica é: por quê? A resposta está em Olavo de Carvalho.

Março de 2020 nos ajuda a entender o papel de Olavo na paralisia do Governo Federal.


Em 10 de Março, o presidente, num evento em Miami, chamou a crise da Covid-19 de “fantasia”.


Durante todo aquele mês Olavo negou que houvesse razões para preocupação, preferindo falar dum complô entre a mídia, OMS e o governo chinês.


Em 22/03/20, reforçando a crença do presidente que tudo não passava de “fantasia”, Olavo compartilhou uma postagem assegurando que o pavor em torno da doença era um plano comunista para atingir Bolsonaro, com o seguinte teor:




No mesmo dia num vídeo cujo link vai na sequência - https://br.youtube.com/watch?v=s7s9rM5swGg – Olavo admitiu que:


- O número de mortes da suposta epidemia não aumentou um único caso de morte por gripe no mundo;


-A epidemia, portanto, não existe;

-Para saber se alguém morreu de Covid-19 há que fazer o exame de cada órgão em separado mas ninguém fez, logo não há provas de que alguém morreu da doença;


Reagindo a isso, o Presidente, em 24/03/2020 disse num pronunciamento à nação que:


Caso fosse contaminado não precisaria se preocupar pois nada sentiria ou, quando muito, seria acometido por uma gripezinha”.


Em suma: o mesmo discurso de Drauzio Varela em 30/01/2020 que Olavo reiterou no dia 22/03/2020 afirmando, taxativamente, que concordava com a opinião dele como vemos aqui:






Isto posto resta provada a relação de causa – efeito entre as intervenções de Olavo por escrito e por vídeo em 22 e 23 de Março de 2021 e o desastroso pronunciamento de Bolsonaro em 24/03/20 responsável pelo atraso das medidas sanitárias e pelas mortes no país.


Mas agora Olavo alega que a culpa não é dele e sim do Dr. Drauzio desconversando sobre o endosso que ele mesmo deu a fala de Varela sobre “resfriadinho”.


Pedimos, deste modo, que Olavo seja responsabilizado como principal culpado pela morte de tantos cidadãos brasileiros. Os falecidos e suas famílias clamam por Justiça.


Mande um email para o seu senador