quarta-feira, 17 de junho de 2020

O Nacionalismo verdadeiro x direita populista pseudo nacional: por Marcio S. Forti



O controverso plano de Steve Bannon para "unificar a direita" na ...
Bannon, ideologo da direita que se jacta de nacional mas não é


A chamada direita populista ou extrema direita atual é neoliberal, sionista, sendo também antinacionalista e anti -identitária, além de ser anti-histórica nada tendo a ver com as terceiras posições nacionais. Como pode alguém ser nacionalista identitarista se os financiadores de VOX, Jair Bolsonaro, Maurício Macri e Emannuel Macron, por exemplo, promovem padrões degenerados, como desfiles do movimento lgbt, promoção do minarquismo, despenalização de narcóticos, libertação do uso recreativo da maconha, não tendo nenhuma preocupação com o identitarismo nacional?

O nacionalismo real sabe conciliar valores culturais e geopolítica soberanista, algo chave. Ou seja, o verdadeiro nacionalismo é de corte protecionista além de tradicionalista, identitário, algo que só é possível através da égide duma autoridade forte e dotada de respeitabilidade moral. Ou seja, um regime que rejeita, os dois espectros clássicos da política, como marxismo e neoliberalismo, sendo ambas as faces da mesma moeda, tendo por trás os mesmos atores.


Milan Italy April 29 Casa Pound Stock Photo (Edit Now) 124288531
Manifestação da Casa Pound, legítima herdeira da terceira posição nacional. 


Desse jeito, a extrema direita ou direita populista é totalmente funesta. A gente típica que apoia o VOX, malta de corte sionista e anti-espanhola, nada a ver com verdadeiras forças nacionalistas europeias que defendem um mundo multipolar, como o Attaka búlgaro de Viorel Siderov ou o Partidul Romania Mare de Corneliu Vadim Tudor, simplesmente para mencionar dois exemplos. Os grupos que a mídia toma como “nacionalistas” são frutos da pós-modernidade, grupos de pessoas funestas, sem consciência geopolítica que só denigrem e difamam o nome do nacionalismo. Então eles não nos representam, nunca o fizeram e nunca o farão. Eles são fruto da mesma modernidade que marxistas, neoliberais, anarquistas, maçônicos, são todos filhos da mesma degeneração, herdeira de padrões materialistas, de corte globalista.

O nacionalismo sempre existiu na história. Ao longo de milênios, temos vários exemplos de levantamentos nacionalistas. O terceiro Reich, por exemplo, é legado de 1000 anos de história, sendo enraizado no panteão nacional germânico e isso é muito bem documentado e provado, sendo evidenciando através de vários eventos históricos.

A ′′noção′′ de que o nacionalismo seja uma invenção da burguesia, do capital e do liberalismo simplesmente é um mito ultrapassado da historiografia marxista catastrófica. O nacionalismo é legado de milênios de história, de valores identitários, culturais, religiosos, étnicos, linguísticos, civilizatórios, geográficos, etc que sustentam e consolidam esse forte fervor patriótico que consiste na base fundamental para a existência das nações, ou seja, países consagrados e apoiados pela história, sendo regidos por aspectos orgânicos como os mencionados.

Ou seja, rejeitamos o neoliberalismo, bem como o comunismo, pois por mais dicotômico, que pareça ser, estas duas posições ideológicas são semelhantes devido à sua unidade de raízes teóricas, unidades de valores e unidade dos propósitos, apresentando em duas doutrinas igualmente materialistas. As duas almejam um mundo globalista, uma delas regida pela ditadura do proletariado e a outra pela do capital. Para nós, nacionalistas de terceira posição, materialismo histórico, ou seja, considerar o ser humano apenas sob os seus aspectos econômicos e materiais, é a base do que é chamado de ′′civilização burguesa", e é a grande influência na formação do neoliberalismo, como do comunismo.

A imagem pode conter: Márcio S. Forti
Por Marcio S. Forti, analista de relações internacionais pela UDEM/ Centrul de Studii Europene - Universitatea "Alexandru Ioan Cuza"/ Iranian Studies em University of Teheran


sábado, 6 de junho de 2020

O imbecil coletivo "conservador" perante a OMS: a burrice bolso-olavete exposta.


Coronavírus: OMS registra 427.630 mortes e 7.690.708 casos no mundo


A doutrina social da Igreja pontua que a saúde é um bem comum, o que significa que o acesso à mesma deve ser universal. Partindo deste pressuposto iniciativas seja do Estado, seja de órgãos internacionais que subsidiam os Estados em ações de saúde, estão perfeitamente em consonância com o ensino social católico na medida em que apoiam iniciativas locais e nacionais de combate a moléstias que transcendem as fronteiras pátrias. No caso do combate a uma epidemia mundial que exige ações em comum a fim de que a vida dos povos seja garantida é perfeitamente aceitável e razoável que haja uma coordenação. É importante frisar isso pois há, neste momento, alguns católicos reverberando uma crítica da direita política bolso-olavista à OMS, ao mesmo tempo que rechaçam seu papel em qualquer caso. Essa crítica acaba, muitas vezes, indo na direção de uma visão ingênua de que qualquer coordenação em termos de política sanitária entre estados-nações via um órgão internacional são um exemplo de “globalismo”.

Primeiro é preciso dizer que é inegável que a OMS nasce dum ideário globalizante enquanto órgão que preconiza medidas padronizadas de saúde pública que muitas vezes não levam em conta a cultura dos povos. Exemplo disso é a campanha da OMS contra a mutilação do clítoris em tribos africanas sob a justificativa de que isto constitui opressão patriarcal ao sexo feminino, desigualdade de gênero e violência. Todavia é sabido que nestas populações a retirada do clítoris se reveste de caráter religioso e cultural, é um rito de passagem e até mesmo as mulheres destas tribos costumeiramente aceitam tal práxis dado que ela é ista como a remoção duma parte “masculina” da genitália, uma limpeza que contribuiria, segundo a maneira de pensar destas populações, para a maior beleza da mulher e maior adequação da mesma ao papel de esposa. Não queremos aqui entrar no mérito da discussão sobre se tal prática é justificável mas é óbvio que este tipo de intervenção da OMS é uma tentativa de invasão na identidade cultural de diversas nações africanas, sob auspício duma visão ocidentalizante do como deve ser tratada a mulher. E aqui temos algo muito interessante: o ideário da OMS não é exatamente “comunista” como querem os idiotas conservadores ao estilo olavista que pululam no Brasil, mas sim ocidentalista. Por outro lado apesar das iniciativas da OMS neste sentido ela não tem poder coercitivo para obrigar países a proibir as práticas de mutilação, agindo mais como fórum de pressão sobre os países ocidentais que financiam a África de modo a submeter ajuda financeira ao cumprimento dos “direitos das mulheres”, fazendo campanhas de conscientização através dos médicos sem fronteiras, etc. Prova disso é que, apesar das suas recomendações no tocante ao trato da Covid-19 houve muitos países que não seguiram os protocolos da mesma, sem sofrerem sanção alguma por conta disso ( Aliás é bom destacar que a maioria dos países que ignoraram a OMS neste caso foram Belarus, Turquestão, Vietnã, Nicarágua, Venezuela, México, todos países que tem governos socialistas ou de esquerda, o que desmonta a tese do bolso-olavismo político de que medidas de locaute ou isolamento seriam de cunho “comunista”).

Por outro lado há iniciativas da OMS muito positivas como os esforços para controlar doenças tropicais negligenciadas – tais como dracunculíase (infecção pelo verme da Guiné), lepra, esquistossomose, filariose linfática e bouba – que resultaram em ganhos progressivos na área da saúde, incluindo a erradicação da dracunculíase. Desde 1989 – quando a maioria dos países endêmicos passou a relatar mensalmente a situação de cada localidade infectada a OMS– o número de novos casos de dracunculíase caiu de 892.055, em 12 países endêmicos, para 3.190, em quatro países, em 2009: uma redução de mais de 99%. Isto foi resultado de ações conjuntas da OMS junto aos estados africanos, numa abordagem plenamente condizente com o princípio da subsidiariedade da Doutrina Social da Igreja, que preconiza que entes superiores deem suporte a entes inferiores a fim de que os segundos consigam dar conta de suas demandas sociais, econômicas, sanitárias, culturais, etc.

Dito isto precisamos contextualizar a recente alegação do governo Bolsonaro de que irá retirar o Brasil da OMS. Os “conservadores” de plantão ( “conservadores” que nada conservam na medida que postulam o liberalismo econômico e a consequente destruição dos instrumentos de defesa e ação do Estado Brasileiro via privatizações do nosso patrimônio ) imaginam que isto será melhor dada a recente atuação falha da OMS no que tange ao Covid-19. Sabe-se que a OMS atrasou o alerta de emergência sanitária por pressão da China como podemos ver aqui:

Depois de sete horas de reuniões entre especialistas na Organização Mundial da Saúde, adiamentos de anúncios e pressões nos bastidores, a entidade com sede em Genebra anunciou na noite de quinta-feira que seria "cedo demais" para declarar uma emergência sanitária global por conta do coronavírus. A decisão, porém, rachou os especialistas convocados de forma extraordinária e demonstrou a dificuldade e pressões sobre um anúncio que poderia ter amplo impacto comercial e político. "Houve uma divisão dos membros", reconheceu Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS....Mas a conclusão da OMS também foi resultado de uma ampla manobra do governo da China para evitar um constrangimento internacional. Politicamente, a declaração de emergência significaria um duro golpe contra a economia local e, em especial, contra o presidente Xi Jinping. Fontes em Genebra acreditam que, se a opção fosse por tal medida, o sinal que se mandaria ao mundo era de que Pequim não estaria sendo capaz de conter um surto, um certificado de uma falha no seu sistema de saúde....” - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2020/01/24/sob-pressao-china-manobra-para-abafar-emergencia-sanitaria-global.htm?cmpid=copiaecola

Para bem colocarmos a questão é preciso que entendamos como a OMS funciona. Da OMS fazem parte os 194 países membros da ONU, incluso o Brasil. Os Estados- membros nomeiam delegações para a Assembleia Geral da Saúde Mundial que se reúne em Genebra. A saída do Brasil e o corte de recursos advindos dos EUA a OMS – tal como anunciado por Trump – é algo que favorecerá ainda mais a China pois, numa próxima epidemia, ela poderá, mais uma vez, atrasar o aviso de emergência mundial como se deu agora, coisa que não aconteceu no quadro da H1N1 por que os EUA atuavam mais diretamente na OMS. Na época o surto de H1N1 teve início em meados de março de 2009 no México. A OMS, já no começo de Abril, quando o número de infectados era bastante baixo, lançou o alerta mundial de epidemia, permitindo aos países que se preparassem melhor para combater a moléstia. Comparem o trato que a OMS deu ao H1N1 com o que deu ao Covid-19, que é dez vezes mais letal que o H1N1: NO CASO DO COVID-19, CUJOS PRIMEIROS CASOS FORAM REGISTRADOS NO FIM DE DEZEMBRO DE 2019 ATÉ O ALERTA DE EMERGÊNCIA, PASSOU-SE UM MÊS! Nesta altura já havia mortos pelo COVID-19 na China!

Mesmo em fevereiro a OMS, ainda sobre pressão da China, recursou a considerar a coisa como pandemia mesmo o Covid-19 já tendo registros em 37 países como vemos aqui: https://news.un.org/pt/story/2020/02/1705381 ).

Como bem observou Tatiana Prazeres, especialista em relações internacionais:

os Estados Unidos estão mais autocentrados e menos dispostos a liderar uma resposta internacional para a pandemia, o que abre espaço para o avanço dos chineses. A China está ocupando um espaço gerado pela retração dos americanos", aponta ela, que é professora na Universidade de Negócios Internacionais e Economia, em Pequim. "Há realmente o risco de que a mudança geopolítica se dê nessa direção, e é um resultado que depende mais do que os americanos estão deixando de fazer do que o que a China está fazendo." - https://www.bbc.com/portuguese/internacional-52410557


Desta forma tudo isto expõe a absoluta incapacidade intelectual dos conservadores brasileiros de lerem o contexto político internacional. Se a China pode ser culpada pela pressão feita sobre a OMS, Trump e os EUA também devem ser responsabilizados em razão de seu desinteresse nas questões sanitárias mundiais.

Outro ponto em que precisamos insistir é no do financiamento da OMS. A retração do financiamento dos USA à organização vai aumentar a influência de fundações globalistas como a de Bill e Melinda Gates e a da Fundação Rockefeller além dos mega-oligopólios farmacêuticos. Não era a hora de Trump aumentar os recursos para a OMS e fazê-la servir aos países em vez de ser pautada por ONGs e Fundações vincadas ao poder financeiro internacional ( Hoje a OMS recebe recursos de 80 ONGs que não tem compromissos com os estados-nações mas que atuam como Lobbys de causas como a do feminismo, a mesma que embasa a campanha de invasionismo cultural da OMS em tribos da ÁFRICA que extraem o clítoris das meninas ) ? Não é a hora da direita que se diz anti-Globalista tomar a peito a missão de rediscutir o papel da OMS e ONU em vez de simplesmente recusá-las? Não é a hora de fazer essas organizações servirem de entes que subsidiam ações positivas em prol do bem estar geral e dos estados-membros em vez de levar a cabo uma crítica imbecil e desconexa do mundo real que hoje exige ações conjuntas para vencer problemas que acabam transbordando fronteiras? O fato é que a OMS não vai desaparecer quando Brasil e EUA saírem dela. Isto tudo expõe o caráter psicótico do fenômeno bolsonarista; o apoiador médio do presidente hoje encampa o “estado mínimo” legitimando sua opinião na base do combate a corrupção, na base do “já que usaram o estado para roubar, diminuamos o estado!” - isto equivaleria a dizer que devemos ter menos carros circulando porque há quem os utilize para cometer assaltos! Da mesma maneira fazem com a OMS: já que ela foi usada pela China vamos abandoná-la.

Lembramos que Tedros Adhanom, chefe da OMS desde 2017, só pode virar o diretor geral dela por conta do Lobby da China sobre a instituição, ampliado justamente no ano em que Trump subiu ao poder nos USA com a retórica de deixar de lado a atuação dos EUA nos órgãos internacionais. Se um país se faz presente na OMS ele evita que China paute quase exclusivamente a OMS e pode se fazer ouvir. Saindo não há esta chance.

Já passa da hora do imbecil coletivo bolsonarista que repete clichês automaticamente, começar a refletir, se é que isso ainda é possível.