sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Lista dos crimes contra a Pátria cometidos por Bolsonaro em um ano de governo



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- Agenda de desinvestimento e desestatizações levantam 96.2 bilhões mas, assim mesmo o governo teve um défice fiscal de 95 bilhões, 15 bilhões acima da previsão do governo ( Que era de 80 bilhões) o que mostra a falácia da agenda das privatizações como meio de reduzir nossa dívida. 



- Governo mentiu sobre Embraer usando a farsa de que a negociação para sua venda era baseada no modelo de Joint Venture - acordo entre duas ou mais empresas que estabelece alianças estratégicas, com um objetivo comercial comum, por tempo determinado -, como foi sendo divulgado. A Boeing terá o controle operacional de gestão da nova empresa, que responderá diretamente ao CEO, seu presidente mundial. Se tiver uma condução errada de algo, quem é da Embraer não poderá fazer nada. Todos os países que possuem empresas desse porte não abrem mão delas, pois são geradoras de ciência e tecnologia. Ademais desde o anúncio formal da transação com a Boeing, no início de 2019, a Embraer tem enfrentado céus carregados. No mercado, ainda há muitas dúvidas quanto ao futuro da empresa, especialmente em meio ao momento delicado enfrentado pela companhia americana. E as ações da empresa brasileira refletem esses questionamentos. Desde o começo do ano, os papéis ON da Embraer (EMBR3) acumulam baixa de mais de 20% — o quarto pior desempenho entre as ações que compõem o Ibovespa. Começando pelo resultado líquido: a fabricante de aeronaves encerrou o terceiro trimestre de 2019 com um prejuízo de R$ 314,4 milhões — um salto de mais de 500% em relação às perdas de R$ 52,3 milhões contabilizadas há um ano.

-Economista da equipe do governo Bolsonaro prometeu, em 2018, 3.5 por cento de crescimento com as medidas liberalizantes porém crescemos só 0.9% em 2019; além disto refutar a capacidade da agenda monetarista e hiper liberal de Guedes, representou um claro ato de estelionato eleitoral 


- Jair Bolsonaro, que em 2000 se opôs a entrega da base de Alcântara aos EUA a fim de resguardar nossa soberania (Como revelou o WikiLeaks em 2011 o governo dos Estados Unidos sempre fez questão de impedir a produção de foguetes brasileiros. A organização vazou um telegrama enviado pelo Departamento de Estado dos EUA à embaixada de Brasília em que a política é reiterada. O texto ressalta a importância de garantir que a Ucrânia, nossa então parceira espacial, não transferisse tecnologia para a construção de foguetes. Historicamente, esse desencorajamento é justificado como forma de evitar que o Brasil produza mísseis balísticos intercontinentais, que são iguais aos foguetes utilizados para fins científico), decidiu entregá-la em 2019 colocando o Brasil na total dependência de tecnologia estadunidense em prejuízo de nosso avanço militar e científico.

-Mesmo o Brasil sendo auto-suficiente em Etanol, pois produzimos 30 bilhões de litro ano, Bolsonaro liberou a entrada de Etanol dos USA sem taxa extra de 20% para ajudar o TIO SAM sem abertura do mercado americano ao nosso açúcar. A liberação do mercado brasileiro para o etanol americano preocupa parte dos produtores, especialmente das regiões Norte e Nordeste, que produzem menos do que o Centro-Sul. Por questões econômicas e logísticas, a região acaba sendo o principal destino do etanol americano. Isso destroçará a indústria do etanol na área mais pobre do país, tão necessitada de empregos e renda.

-Bolsonaro fez uma reforma da previdência sem antes realizar a auditoria da dívida pública que ele chegou a defender, anos atrás. Todo os desvios dos recursos previdenciários previstos em lei feitos pelas DRUs nos governos FHC, Lula e Dilma, não foram levados em conta na hora do cálculo do défice real da previdência (na casa dos 50 bilhões entre o que entra e sai – previdência é fluxo e não estoque como o governo Bolsonaro vendeu uma mentira para a população, apresentando um défice muito mais alto pois somando fluxo com estoque) e a população mais pobre é que vai ter de pagar a conta do juros da dívida pública (pois parte do rombo previdenciário é resultante das seguidas DRUs para o serviço da dívida) se aposentando bem mais tarde e por valores menores.

- O governo se perdeu em brigas internas como as entre os filhos do presidente e o PSL o que deixou Jair sem partido no fim de 2019 com menos capacidade de passar suas medidas no congresso por redução de base parlamentar, prejudicando o andamento do pais.

-Bolsonaro comprou votos para passar a reforma da previdência seja por vias legais (liberação de 3 bilhões para emendas parlamentares) como por ilegais (como compra de votos tal como revela áudio de Carla Zambeli, deputada do PSL) usando o mesmo expediente de propina usado pelo PT na época de Lula, corrompendo ainda mais a já combalida vida política nacional transformada num balcão de negócios.



- Bolsonaro desviou 926 milhões da educação a fim de passar a reforma da previdência e servir ao poder financeiro global em prejuízo do ensino infantil e do futuro do país




- O presidente Jair Bolsonaro mentiu ao dizer que o dinheiro economizado com as universidades seria gasto no ensino básico, mas 2,4 milhões de reais foram bloqueados prejudicando creches, alfabetização e até ensino técnico que ele dizia pretender estimular



- Recentes acordos de Bolsonaro com a China comunista colocam nosso agronegócio e nossas terras na mão do socialismo maoísta, além de assegurar o avanço do seu soft power, através de 13 acordos fechados com Pequim, entre os quais destacamos: 

1- Plano de ação na área agrícola permite injetar dinheiro chinês na nossa agricultura = compra de bancos genéticos e de terras no nosso país por agroempresas chinesas (risco a soberania e segurança alimentar nacional)

2-Permissão para o China Media Group promover o cinema sínico no Brasil (Soft Power é ameaça a nossa cultura - lembrar do estrago que o cinema americano fez por aqui)
 

3- Plano de investimentos sínicos no setor de serviços (risco de perdermos o controle do nosso terceiro setor) 

4- Acordo com a State Grid Corporation para operar linha de transmissão elétrica entre Xingu e Rio de Janeiro  (risco para nossa segurança energética)

- Governo Bolsonaro criou Diretoria de direitos LGBT na pasta da Secretaria de Direitos Humanos de Damares coisa que não existia sequer no governo Lula (onde tais pautas não contavam com uma diretoria específica); o governo da moral cristã e do conservadorismo familiar promovendo a degeneração lgbt!


- Bolsonaro, para não ferir a relação com o STF e prejudicar a situação do filho Flávio Bolsonaro investigado pelo MP, não veta a equiparação de homofobia a lei de racismo pelo STF que constituiu ato legislativo o que permitiria ao presidente o exercício do poder de veto e, até, intervenção na corte suprema em vista da mesma ter extravasado sua competência constitucional, usurpando o poder do congresso nacional.


-Bolsonaro para servir ao sistema partidário, endossou um fundo eleitoral bilionário para enriquecer políticos ao mesmo tempo que faz cortes em áreas de saúde e educação; para piorar ainda mentiu alegando que poderia sofrer impeachment caso vetasse o fundo


-Bolsonaro sancionou a medida do Juiz de Garantias do deputado Marcelo Freixo do PSOL,um inveterado defensor de bandidos, descaracterizando o projeto Anti Crime (que tem claros objetivos de aumentar o poder de punitividade do Estado para conter a criminalidade) dando mais uma instância de proteção aos criminosos, indo na contramão de seu discurso de segurança e repressão.




quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Uber não é Empreendedorismo ou a ignorância de Kogos





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Kogos e sua camiseta maçônica. Precisa dizer mais? 


Recentemente o programa Fantástico da Rede Globo trouxe uma matéria sobre “empreendedorismo” onde exalta o fato de pessoas estarem se virando para sobreviver inventando formas de vender serviços e produtos usando plataformas cibernéticas ligadas as redes sociais e aos apps. A impressão passada pela referida matéria é que novos nichos de mercado estão nascendo e que isso traz ganhos de produtividade ao país em meio a recessão que vivemos – o Brasil cresceu pífios 1% em 2019! Quem embarcou nessa canoa furada foi o Ancap Paulo Kogos que se jacta de entendedor de economia.

Kogos lançou invectivas contra Felipe Neto, no vídeo que listamos aqui: https://www.youtube.com/watchv=n6uIpQwX7jE&lc=z23dtfbjhzjwj34pj04t1aokg5ksy0solyyklxqfrkh1rk0h00410 que teria criticado a matéria do Fantástico.

No dizer de Kogos, Neto estaria a desestimular as altas possibilidades produtivas abertas por plataformas como UBER EATS, IFOOD, RAPPI, etc. Segundo Kogos haveria altas vantagens para o pólo do capital representado pelas plataformas referidas quanto para o indivíduo que se emprega nessas atividades. Kogos reitera que a CLT trava a produção no país impedindo o emprego de pessoas cuja produtividade fica abaixo daquela requerida pela lei – que exige um salário-mínimo a ser pago ao funcionário. A falácia kogosiana é clara: por um lado ele exulta com as possibilidades produtivas abertas pelos serviços de apps, depois reconhece que a produtividade deste tipo de trabalho está abaixo do salário-mínimo o que prova que seu discurso está a serviço do grande capital e sua sanha por redução brutal de custos ao mesmo tempo que ele critica os monopólios numa clara expressão de dissonância cognitiva. O que Kogos e os jornalistas do Fantástico não entendem é que a produtividade nesse setor é definida não apenas pela demanda do que é entregue mas também pela oferta dos entregadores, para ficarmos só no exemplo dos serviços de entrega. O quadro nesse setor é de alta elasticidade nos preços pagos pela entrega. Se, por algum motivo, as pessoas param de comprar comida fora, isso vai afetar diretamente a margem de ganho de cada entregador. A curva de demanda aí é muito sensível a qualquer mudança nas condições gerais da economia – inflação de alimentos podem levar as pessoas a preferir cozinhar em casa que comprar lanches prontos por conta da elevação do preço. Mas se a demanda por entrega aumentar e o número de entregadores for pequena a tendência é que o recebido por entrega feita aumente em termos não só nominais mais reais. Esses elementos são os que determinam o ganho num setor onde prevalece o mecanismo da competição perfeita – a presença de muitos concorrentes incapazes de dominar amplas faixas do mercado e fadados a dividi-lo – o que leva todos a buscar reduzir custos, única forma de angariar maiores lucros num mercado onde a margem de lucro não pode ser aumentada via hegemonia. Se houver uma mudança institucional de redução de custos via uma reforma trabalhista como a que tivemos na era Temer, então os empreendedores vão criar lobbys para impedir que a margem de lucros diminua; todos vão impor um regime de redução de custos extremo. Reparem que é esse sistema brutal que Kogos defende ao mesmo tempo que alega que tais atividades permitiriam ao sujeito poupar para abrir seu próprio negócio! Num quandro de redução brutal de custos e pagamentos irrisórios por entrega onde o empregado é obrigado a ampliar suas horas de labuta para sobreviver falar de poupança – portanto num contexto de puro sobrevivencialismo – chega a ser um escárnio. A realidade é que Kogos tem uma função clara: legitimar o processo de Mamonismo, de culto ao lucro desmedido e de rapinagem empresarial incluído aí a sanha do capital global representado pela UBER – que já se vale de processos técnicos que visam substituir de vez o homem pela Inteligência Artificial num cenário de futuro fracamente distópico - que tomou conta do país faz um tempo. Não há nenhuma preocupação dele com o bem geral do país mas apenas com a defesa intransigente das “trocas voluntárias”, noção mercadológica aplicada a tudo, até a relações de trabalho que deveriam estar sob a regência duma ética, sem considerar a disparidade de poder que envolvem as mesmas e os consequentes abusos empresariais quando falta a proteção duma autoridade/poder/lei que modere a cupidez do pólo do capital.

Outrossim é uma piada de mau gosto Kogos chamar tudo isto de empreendedorismo. Isso não é empreendedorismo. Empreendedor é aquele que cria seu próprio trabalho e isso se dá quando ele identifica que há um nicho de mercado que não está sendo atendido e ele vê que o risco de criar um negócio vale a pena. Ele calcula que entre o grau de risco e aquele emprego conservador dele com salário certo, que vale a pena arriscar, que correr o risco é uma alternativa melhor e mais promissora se ele tem as condições mínimas para atender aquele nicho. A primeira coisa que determina o empreendimento é não a falta de possibilidades mas a presença delas, pois isso permite calcular riscos e tomar riscos. Quem trabalha com UBER e entrega não tem possibilidades, ou seja, está trabalhando ali pois é o que tem então não há opções. O empreendedorismo, via de regra, acontece em cenário de prosperidade e crescimento econômico e não de depressão pois ele depende do empreendedor identificar uma demanda não atendida e tentar atendê-la mas agora vivemos um cenário de depressão e falta de demanda pois não há novos desejos de consumo.; a demanda está estável, não há nenhum novo mercado surgindo.

Aliás Kogos desconhece a própria escola austríaca pois nela temos o conceito de Bawerk que seria o de circularidade ou produção indireta; este conceito implica em que quando temos taxas de juros mais baixas há um favorecimento a produção indireta pois geralmente produtos industrializados – que são feitos por etapas - demandam grande capital; num cenário de prosperidade econômica os bancos estão mais propensos a conceder crédito, nos de recessão os bancos jogam as taxas lá em cima de modo que os tipos de empreendimento que surgem nas fases de crescimento são de qualidade superior aos que surgem nos de período recessivo. Pensemos num cenário de milagre econômico a 12 por cento de crescimento por ano onde um sujeito quer criar uma fábrica de calculadora que vai exigir algum capital mas não tanto quanto para fazer um smartphone que exige mais tecnologia. Nesse cenário o banco vai liberar esse crédito pois há confiança; num outro cenário – recessivo - o banco não vai liberar crédito e se liberar talvez não seja vantajoso levar a produção de calculadoras a cabo pois a margem de lucro será muito baixa em face as taxas de juros que estarão altas. Suponhamos que o Brasil comece a vender minério de ferro a todo vapor para EUA e China; o que ia acontecer é que esses subempregos ( uberistas, entregadores, etc) iam murchar para dar lugar aos empregos formais pois os reajustes de salários tornarão esses empregos mais vistosos somados a segurança jurídica que oferecem; os empregos informais certamente vão oferecer ganhos mais altos em razão da produtividade geral da economia mas não a ponto de roubar os empregos formais; então há, para sermos aristotélicos, o bom e o mau empreendimento e a tendência é que os melhores empreendimentos nasçam na passagem da fase de recessão para a de crescimento e que os empreendimentos nascidos na fase recessiva desapareçam em face aos maiores ganhos fornecidos pelos empregos formais. Se há uma elevação qualitativa dos padrões de empregos a tendência é que esses empregos mais sofisticados acabassem superando em muito o ganho dos empregos informais. Logo o segredo da produtividade não está numa mera liberalização no setor de serviços como imagina Kogos mas está na dependência da produtividade geral do país o que passa por mudanças nas estruturas produtivas e no estímulo a demanda.


Créditos ao contributo do amigo Arthur Rizzi.