A
solução para o corona perpassa por uma discussão séria que
demanda que estejamos com os pés no chão, no plano dos fatos.
No
plano empírico/lógico temos modelos epidemiológicos que mostram,
num quadro de total inação dos governos, uma contaminação de 40 a
70 por cento da população mundial – uma média de 3 bilhões de
pessoas por baixo – com 3,5% de mortos – cerca de 160/180 milhões
de pessoas – o que impactaria severamente a economia e os sistemas
de saúde de vários países. Isto é um prognóstico mas que se
embasa em dados empíricos e modelos matemáticos desenvolvidos pelos
especialistas e que, por isso mesmo, goza de autoridade. Caso alguém
discorde desse modelo deve apresentar uma alternativa científica e
embasada em dados. Até aqui só vimos palpiteiros opinando com base
em narrativas políticas que beiram a irracionalidade.
Partindo
do modelo que temos podemos delinear uma ação condizente para o
Brasil onde economia e saúde possam ser conciliados em certa medida.
Antes de falarmos disto é bom lembrar que saúde está acima de
dinheiro. Não adianta estar rico e morto. Melhor é estar pobre mas
vivo. Há quem esteja forçando uma discussão como se a escolha
fosse entre economia ou saúde e como se ambas as coisas não
estivessem, de certo modo, imbricadas; caso haja um alto número de
mortes isso impactaria a economia fortemente; caso haja muita gente
necessitando de equipamentos e em estado grave teríamos o colapso do
sistema de saúde o que, também, afetaria a economia de maneira
trágica. A idéia é ajustar as coisas para que o sistema de saúde
receba de forma sustentada os casos graves. Isso só é possível num
modelo – no mínimo – de mitigação. A inação deve ser
descartada. A supressão total também. O que temos de adotar é um
caminho do meio.
Em
primeiro lugar é bom recordar que:
1-
Se o governo do Brasil tivesse fechado fronteira e fizesse testagem
total como na Coréia do Sul não precisaria de supressão. Pelo
contrário não temos testado ninguém que entra aqui.
2-
Se houvesse um governo federal responsável o presidente apresentaria
um plano articulado de combate onde seriam adotadas diferentes
estratégias em cada zona do território nacional, criando cordões
sanitários e medidas em conjunto com governos estaduais.
A
falta dessa estratégia é prova cabal da incompetência severa de
Jair Bolsonaro. Ele é incapaz de apresentar um plano alternativo e
viável ao do lockdown que critica.
Por
outro lado as medidas de supressão sozinhas, não vão resolver dados os
reclamos de médios e pequenos empresários - o fato é que a ajuda
proposta pelo BNDES é fraca e não resolve/ sem o governo federal
realmente tomando a iniciativa de arcar com os salários vai ficar
impossível para o país se levantar depois dessa - dos autônomos -
quem vai viver com 200 por mês? - e dos trabalhadores de baixa renda
- sem nenhum horizonte. A coisa vai tomando delineamentos trágicos
no país onde a escolha vai ser entre morrer de Corona ou morrer de
fome. Parece que ninguém sabe como conciliar saúde e economia nessa
hora. Mas repito: tudo isso poderia ter sido evitado se o presidente
tivesse fechado fronteira já em fevereiro. A culpa, no fim, é toda
dele.
O
método a ser adotado no quadro que temos, conciliando saúde e
economia, é o seguinte:
A-
Mitigação maior ou menor a depender da área.
B-
Supressão pontual no máximo em alguns dias (em áreas mais
contaminadas).
C-
O método do lockdown pode ser aplicado de forma escalonada e parcial
com alguns dias de fechamento e reabertura em outros.
D-
A medida central consistiria em fechar fronteira. Na verdade se este
método tivesse sido adotado junto com todo o Mercosul – Imaginem
que o Brasil conseguisse articular um cordão sanitário com
Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai? Teríamos uma zona livre de
lockdowns e mitigações onde a dinâmica econômica seria mantida.
Mas isso tornou-se impossível por várias razões, uma delas pelo
fato de Paulo Guedes não dar ênfase ao Mercosul – o que se
mostrou um erro crasso já que tendo fronteiras em comum, num quadro
de crise a solidariedade do Cone Sul poderia ajudar nossa economia a
se recuperar enquanto o mundo vivesse um inverno produtivo.
E-
Por outro lado se toda a questão está na falta de leitos
hospitalares e respiradores, por que não uma resposta de política
pública nacional de uma “economia de guerra” para suprir o
défice na infra estrutura de saúde sem precisar parar o país?
Agora
pensem: se partirmos para o método Bolsonaro de quase inação –
voltar às atividades sem nenhuma mitigação ou mesmo supressões
pontuais, nada de “economia de guerra” para manter país
trabalhando sem risco de colapso do sistema de saúde, existem duas
alternativas quais sejam, muitos mortos ou poucos mortos; sendo
assim:
-Caso
muita gente morra? Ele tem um plano B caso não seja uma
“gripezinha”?
-E
se houver baixa das empresas com muito número de mortos? Como vai
ser resolvida a baixa de mão de obra? Tem vários problemas que
podem aparecer e para os quais o presidente não tem uma resposta
antecipada. Ninguém sabe que resultados vão existir com inação.
Pode não ser tão grave ou muito grave. Se for muito? O que se fará?
Qual o plano B que o presidente oferece? Nenhum.
Outrossim
sem um pacotão do governo não vai ter como manter supressão. O que
está em jogo é que o presidente, sob a batuta de Guedes, não quer
fazer política fiscal, não quer criar um pacotão como ofereceram
Alemanha, Inglaterra e Até Trump. Sem ele os governadores estão
fritos. Trabalhador, empresário, todos estão fritos. Sem pacotão o
país vai passar fome. Vejam: até o partido republicano dos EUA,
normalmente contra tais políticas, aprovou um pacote. O presidente
fala que segue os mesmos protocolos de Trump o que é falso. Trump
falar de reabrir os EUA apenas daqui a três semanas. Trump fechou
aeroportos. Trump está escalonando mitigação e supressão e agindo
em harmonia com os governadores. Trump tem um pacote de salvação
para a economia. Trump anuncia medidas de contenção dos preços.
Aqui
nada. Fomos lançados no limbo. Bolsonaro está muito aquém de Trump
e é preciso que seus apoiadores cegos entendam isso e pressionem o
mesmo para que mude de rota.
Perfeita análise do exposto acima no entanto só podemos contar com a misericórdia divina pois a vaidade do governo nos joga à própria sorte infelizmente
ResponderExcluirMagistral meu caro. Palavras certas.
ResponderExcluirTemos a outra crise pela frente
ResponderExcluirDe nada adianta ficar confinando se não receber dinheiro para comer!
ResponderExcluirRafael, vá estudar a coisa seriamente e pare de dizer tanta bobagem sobre esse tema: http://diariodetierra.com/la-histeria-interminable/
ResponderExcluirSe for capaz, refute o supracitado artigo; ou então cale-se.
Creio que as medidas que Putin tomou na Rússia é o mais perto do caminho do meio. Conseguiu conciliar bem os interesses de todos. O que vc achou?
ResponderExcluirPeço a todos que denunciem esse Julio Severo por divulgar um artigo claramente atacando e distorcendo a Doutrina Católica para os propósitos da religião fundamentalista ao qual ele pertence:
ResponderExcluirhttps://juliosevero.blogspot.com/2020/04/sera-que-santa-corona-esta.html
Isso é perseguição religiosa!