quarta-feira, 25 de março de 2020

Caminho do Meio como solução para a Crise do CoronaVírus.



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A solução para o corona perpassa por uma discussão séria que demanda que estejamos com os pés no chão, no plano dos fatos.

No plano empírico/lógico temos modelos epidemiológicos que mostram, num quadro de total inação dos governos, uma contaminação de 40 a 70 por cento da população mundial – uma média de 3 bilhões de pessoas por baixo – com 3,5% de mortos – cerca de 160/180 milhões de pessoas – o que impactaria severamente a economia e os sistemas de saúde de vários países. Isto é um prognóstico mas que se embasa em dados empíricos e modelos matemáticos desenvolvidos pelos especialistas e que, por isso mesmo, goza de autoridade. Caso alguém discorde desse modelo deve apresentar uma alternativa científica e embasada em dados. Até aqui só vimos palpiteiros opinando com base em narrativas políticas que beiram a irracionalidade.

Partindo do modelo que temos podemos delinear uma ação condizente para o Brasil onde economia e saúde possam ser conciliados em certa medida. Antes de falarmos disto é bom lembrar que saúde está acima de dinheiro. Não adianta estar rico e morto. Melhor é estar pobre mas vivo. Há quem esteja forçando uma discussão como se a escolha fosse entre economia ou saúde e como se ambas as coisas não estivessem, de certo modo, imbricadas; caso haja um alto número de mortes isso impactaria a economia fortemente; caso haja muita gente necessitando de equipamentos e em estado grave teríamos o colapso do sistema de saúde o que, também, afetaria a economia de maneira trágica. A idéia é ajustar as coisas para que o sistema de saúde receba de forma sustentada os casos graves. Isso só é possível num modelo – no mínimo – de mitigação. A inação deve ser descartada. A supressão total também. O que temos de adotar é um caminho do meio.

Em primeiro lugar é bom recordar que:

1- Se o governo do Brasil tivesse fechado fronteira e fizesse testagem total como na Coréia do Sul não precisaria de supressão. Pelo contrário não temos testado ninguém que entra aqui.

2- Se houvesse um governo federal responsável o presidente apresentaria um plano articulado de combate onde seriam adotadas diferentes estratégias em cada zona do território nacional, criando cordões sanitários e medidas em conjunto com governos estaduais.

A falta dessa estratégia é prova cabal da incompetência severa de Jair Bolsonaro. Ele é incapaz de apresentar um plano alternativo e viável ao do lockdown que critica.

Por outro lado as medidas de supressão sozinhas, não vão resolver dados os reclamos de médios e pequenos empresários - o fato é que a ajuda proposta pelo BNDES é fraca e não resolve/ sem o governo federal realmente tomando a iniciativa de arcar com os salários vai ficar impossível para o país se levantar depois dessa - dos autônomos - quem vai viver com 200 por mês? - e dos trabalhadores de baixa renda - sem nenhum horizonte. A coisa vai tomando delineamentos trágicos no país onde a escolha vai ser entre morrer de Corona ou morrer de fome. Parece que ninguém sabe como conciliar saúde e economia nessa hora. Mas repito: tudo isso poderia ter sido evitado se o presidente tivesse fechado fronteira já em fevereiro. A culpa, no fim, é toda dele.

O método a ser adotado no quadro que temos, conciliando saúde e economia, é o seguinte:

A- Mitigação maior ou menor a depender da área.

B- Supressão pontual no máximo em alguns dias (em áreas mais contaminadas).

C- O método do lockdown pode ser aplicado de forma escalonada e parcial com alguns dias de fechamento e reabertura em outros.
D- A medida central consistiria em fechar fronteira. Na verdade se este método tivesse sido adotado junto com todo o Mercosul – Imaginem que o Brasil conseguisse articular um cordão sanitário com Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai? Teríamos uma zona livre de lockdowns e mitigações onde a dinâmica econômica seria mantida. Mas isso tornou-se impossível por várias razões, uma delas pelo fato de Paulo Guedes não dar ênfase ao Mercosul – o que se mostrou um erro crasso já que tendo fronteiras em comum, num quadro de crise a solidariedade do Cone Sul poderia ajudar nossa economia a se recuperar enquanto o mundo vivesse um inverno produtivo.

E- Por outro lado se toda a questão está na falta de leitos hospitalares e respiradores, por que não uma resposta de política pública nacional de uma “economia de guerra” para suprir o défice na infra estrutura de saúde sem precisar parar o país?

Agora pensem: se partirmos para o método Bolsonaro de quase inação – voltar às atividades sem nenhuma mitigação ou mesmo supressões pontuais, nada de “economia de guerra” para manter país trabalhando sem risco de colapso do sistema de saúde, existem duas alternativas quais sejam, muitos mortos ou poucos mortos; sendo assim:


-Caso muita gente morra? Ele tem um plano B caso não seja uma “gripezinha”?

-E se houver baixa das empresas com muito número de mortos? Como vai ser resolvida a baixa de mão de obra? Tem vários problemas que podem aparecer e para os quais o presidente não tem uma resposta antecipada. Ninguém sabe que resultados vão existir com inação. Pode não ser tão grave ou muito grave. Se for muito? O que se fará? Qual o plano B que o presidente oferece? Nenhum.

Outrossim sem um pacotão do governo não vai ter como manter supressão. O que está em jogo é que o presidente, sob a batuta de Guedes, não quer fazer política fiscal, não quer criar um pacotão como ofereceram Alemanha, Inglaterra e Até Trump. Sem ele os governadores estão fritos. Trabalhador, empresário, todos estão fritos. Sem pacotão o país vai passar fome. Vejam: até o partido republicano dos EUA, normalmente contra tais políticas, aprovou um pacote. O presidente fala que segue os mesmos protocolos de Trump o que é falso. Trump falar de reabrir os EUA apenas daqui a três semanas. Trump fechou aeroportos. Trump está escalonando mitigação e supressão e agindo em harmonia com os governadores. Trump tem um pacote de salvação para a economia. Trump anuncia medidas de contenção dos preços.

Aqui nada. Fomos lançados no limbo. Bolsonaro está muito aquém de Trump e é preciso que seus apoiadores cegos entendam isso e pressionem o mesmo para que mude de rota.

7 comentários:

  1. Perfeita análise do exposto acima no entanto só podemos contar com a misericórdia divina pois a vaidade do governo nos joga à própria sorte infelizmente

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  2. De nada adianta ficar confinando se não receber dinheiro para comer!

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  3. Rafael, vá estudar a coisa seriamente e pare de dizer tanta bobagem sobre esse tema: http://diariodetierra.com/la-histeria-interminable/

    Se for capaz, refute o supracitado artigo; ou então cale-se.

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  4. Creio que as medidas que Putin tomou na Rússia é o mais perto do caminho do meio. Conseguiu conciliar bem os interesses de todos. O que vc achou?

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  5. Peço a todos que denunciem esse Julio Severo por divulgar um artigo claramente atacando e distorcendo a Doutrina Católica para os propósitos da religião fundamentalista ao qual ele pertence:

    https://juliosevero.blogspot.com/2020/04/sera-que-santa-corona-esta.html

    Isso é perseguição religiosa!

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