quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Uber não é Empreendedorismo ou a ignorância de Kogos





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Kogos e sua camiseta maçônica. Precisa dizer mais? 


Recentemente o programa Fantástico da Rede Globo trouxe uma matéria sobre “empreendedorismo” onde exalta o fato de pessoas estarem se virando para sobreviver inventando formas de vender serviços e produtos usando plataformas cibernéticas ligadas as redes sociais e aos apps. A impressão passada pela referida matéria é que novos nichos de mercado estão nascendo e que isso traz ganhos de produtividade ao país em meio a recessão que vivemos – o Brasil cresceu pífios 1% em 2019! Quem embarcou nessa canoa furada foi o Ancap Paulo Kogos que se jacta de entendedor de economia.

Kogos lançou invectivas contra Felipe Neto, no vídeo que listamos aqui: https://www.youtube.com/watchv=n6uIpQwX7jE&lc=z23dtfbjhzjwj34pj04t1aokg5ksy0solyyklxqfrkh1rk0h00410 que teria criticado a matéria do Fantástico.

No dizer de Kogos, Neto estaria a desestimular as altas possibilidades produtivas abertas por plataformas como UBER EATS, IFOOD, RAPPI, etc. Segundo Kogos haveria altas vantagens para o pólo do capital representado pelas plataformas referidas quanto para o indivíduo que se emprega nessas atividades. Kogos reitera que a CLT trava a produção no país impedindo o emprego de pessoas cuja produtividade fica abaixo daquela requerida pela lei – que exige um salário-mínimo a ser pago ao funcionário. A falácia kogosiana é clara: por um lado ele exulta com as possibilidades produtivas abertas pelos serviços de apps, depois reconhece que a produtividade deste tipo de trabalho está abaixo do salário-mínimo o que prova que seu discurso está a serviço do grande capital e sua sanha por redução brutal de custos ao mesmo tempo que ele critica os monopólios numa clara expressão de dissonância cognitiva. O que Kogos e os jornalistas do Fantástico não entendem é que a produtividade nesse setor é definida não apenas pela demanda do que é entregue mas também pela oferta dos entregadores, para ficarmos só no exemplo dos serviços de entrega. O quadro nesse setor é de alta elasticidade nos preços pagos pela entrega. Se, por algum motivo, as pessoas param de comprar comida fora, isso vai afetar diretamente a margem de ganho de cada entregador. A curva de demanda aí é muito sensível a qualquer mudança nas condições gerais da economia – inflação de alimentos podem levar as pessoas a preferir cozinhar em casa que comprar lanches prontos por conta da elevação do preço. Mas se a demanda por entrega aumentar e o número de entregadores for pequena a tendência é que o recebido por entrega feita aumente em termos não só nominais mais reais. Esses elementos são os que determinam o ganho num setor onde prevalece o mecanismo da competição perfeita – a presença de muitos concorrentes incapazes de dominar amplas faixas do mercado e fadados a dividi-lo – o que leva todos a buscar reduzir custos, única forma de angariar maiores lucros num mercado onde a margem de lucro não pode ser aumentada via hegemonia. Se houver uma mudança institucional de redução de custos via uma reforma trabalhista como a que tivemos na era Temer, então os empreendedores vão criar lobbys para impedir que a margem de lucros diminua; todos vão impor um regime de redução de custos extremo. Reparem que é esse sistema brutal que Kogos defende ao mesmo tempo que alega que tais atividades permitiriam ao sujeito poupar para abrir seu próprio negócio! Num quandro de redução brutal de custos e pagamentos irrisórios por entrega onde o empregado é obrigado a ampliar suas horas de labuta para sobreviver falar de poupança – portanto num contexto de puro sobrevivencialismo – chega a ser um escárnio. A realidade é que Kogos tem uma função clara: legitimar o processo de Mamonismo, de culto ao lucro desmedido e de rapinagem empresarial incluído aí a sanha do capital global representado pela UBER – que já se vale de processos técnicos que visam substituir de vez o homem pela Inteligência Artificial num cenário de futuro fracamente distópico - que tomou conta do país faz um tempo. Não há nenhuma preocupação dele com o bem geral do país mas apenas com a defesa intransigente das “trocas voluntárias”, noção mercadológica aplicada a tudo, até a relações de trabalho que deveriam estar sob a regência duma ética, sem considerar a disparidade de poder que envolvem as mesmas e os consequentes abusos empresariais quando falta a proteção duma autoridade/poder/lei que modere a cupidez do pólo do capital.

Outrossim é uma piada de mau gosto Kogos chamar tudo isto de empreendedorismo. Isso não é empreendedorismo. Empreendedor é aquele que cria seu próprio trabalho e isso se dá quando ele identifica que há um nicho de mercado que não está sendo atendido e ele vê que o risco de criar um negócio vale a pena. Ele calcula que entre o grau de risco e aquele emprego conservador dele com salário certo, que vale a pena arriscar, que correr o risco é uma alternativa melhor e mais promissora se ele tem as condições mínimas para atender aquele nicho. A primeira coisa que determina o empreendimento é não a falta de possibilidades mas a presença delas, pois isso permite calcular riscos e tomar riscos. Quem trabalha com UBER e entrega não tem possibilidades, ou seja, está trabalhando ali pois é o que tem então não há opções. O empreendedorismo, via de regra, acontece em cenário de prosperidade e crescimento econômico e não de depressão pois ele depende do empreendedor identificar uma demanda não atendida e tentar atendê-la mas agora vivemos um cenário de depressão e falta de demanda pois não há novos desejos de consumo.; a demanda está estável, não há nenhum novo mercado surgindo.

Aliás Kogos desconhece a própria escola austríaca pois nela temos o conceito de Bawerk que seria o de circularidade ou produção indireta; este conceito implica em que quando temos taxas de juros mais baixas há um favorecimento a produção indireta pois geralmente produtos industrializados – que são feitos por etapas - demandam grande capital; num cenário de prosperidade econômica os bancos estão mais propensos a conceder crédito, nos de recessão os bancos jogam as taxas lá em cima de modo que os tipos de empreendimento que surgem nas fases de crescimento são de qualidade superior aos que surgem nos de período recessivo. Pensemos num cenário de milagre econômico a 12 por cento de crescimento por ano onde um sujeito quer criar uma fábrica de calculadora que vai exigir algum capital mas não tanto quanto para fazer um smartphone que exige mais tecnologia. Nesse cenário o banco vai liberar esse crédito pois há confiança; num outro cenário – recessivo - o banco não vai liberar crédito e se liberar talvez não seja vantajoso levar a produção de calculadoras a cabo pois a margem de lucro será muito baixa em face as taxas de juros que estarão altas. Suponhamos que o Brasil comece a vender minério de ferro a todo vapor para EUA e China; o que ia acontecer é que esses subempregos ( uberistas, entregadores, etc) iam murchar para dar lugar aos empregos formais pois os reajustes de salários tornarão esses empregos mais vistosos somados a segurança jurídica que oferecem; os empregos informais certamente vão oferecer ganhos mais altos em razão da produtividade geral da economia mas não a ponto de roubar os empregos formais; então há, para sermos aristotélicos, o bom e o mau empreendimento e a tendência é que os melhores empreendimentos nasçam na passagem da fase de recessão para a de crescimento e que os empreendimentos nascidos na fase recessiva desapareçam em face aos maiores ganhos fornecidos pelos empregos formais. Se há uma elevação qualitativa dos padrões de empregos a tendência é que esses empregos mais sofisticados acabassem superando em muito o ganho dos empregos informais. Logo o segredo da produtividade não está numa mera liberalização no setor de serviços como imagina Kogos mas está na dependência da produtividade geral do país o que passa por mudanças nas estruturas produtivas e no estímulo a demanda.


Créditos ao contributo do amigo Arthur Rizzi. 



terça-feira, 24 de dezembro de 2019

O Natal de Cristo por Dom Marcel Lefebvre

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Sermão de Natal de 25 de dezembro de 1981






Meus queridos amigos
Meus queridos irmãos


A liturgia desta festa da Natividade de Nosso Senhor é tão bela, tão rica em expressões, em sentimentos, que se pergunta quais são aqueles sobre os quais devemos meditar mais e dos quais devemos aprender, tão profundo é esse mistério, tão extraordinário é esse mistério. Mas se a Igreja nos pede todos os anos para nos encontrarmos com o Presépio do Senhor e meditar nos ensinamentos deste presépio, é particularmente para nossa edificação, nosso bem espiritual, nosso bem sobrenatural.
Estamos na via, estamos a caminho, em direção à eternidade, e precisamos durante esta peregrinação reavivar nossa fé, reavivar nossas resoluções para nos desapegarmos deste mundo e sempre aumentar nosso amor por Deus, para almas, para o próximo.
As três missas que a Igreja nos pede para celebrar hoje expressam uma verdade particular, uma verdade especial. Na missa da noite, é especialmente a eterna geração de Nosso Senhor que a Igreja nos pede para meditar: Hodie ego genui te Hodie, ou seja, hoje hoje é eterno, hoje que ainda hoje existe: hodie ego genui te. Sim, a geração da Palavra não foi iniciada. Sempre foi assim. Sempre esteve na Santíssima Trindade.
A missa do amanhecer nos pede especialmente para meditar no nascimento de Jesus em nós, nossa santificação. De fato, Jesus nasceu em nós pela graça do batismo e sua divindade e sua humanidade estão sempre mais próximas de nós, pelos sacramentos que recebemos, pelos esforços que fazemos para estar cada vez mais unidos a Nosso Senhor Jesus Cristo.
E a terceira missa, a do dia, cujos textos acabamos de ouvir, em particular o do Evangelho, mostra-nos que é a geração temporal de Nosso Senhor que meditamos e que admiramos e que veneramos. durante esta missa. Alguns momentos atrás, nos ajoelhamos diante das palavras: E Verbum caro factum é: "E a Palavra se fez carne". E a Palavra viveu entre nós. E recitamos com tanta frequência, quando tomamos o cuidado de dizer esta bela palavra do Angelus: E Verbum caro factum est.
Sim, é bom para nós contemplarmos essa verdade extraordinária, incrível e inimaginável, que Deus foi feito um de nós. E assim, insistiremos particularmente nos arranjos de que precisamos para aproveitar plenamente esse grande mistério, este lindo dia de Natal. Parece-me que podemos insistir particularmente em três disposições particulares, que são aquelas que observamos naqueles que se aproximaram de Jesus, que eram de determinada graça, escolhidos e chamados a Jesus na manjedoura.
A primeira disposição é a da renúncia. Por um plano muito particular da Providência, o próprio Senhor queria nascer em um estábulo, numa manjedoura, mostrando-nos em particular que precisamos saber como renunciar às coisas deste mundo. Se Ele, o Criador de todas as coisas. Aquele que segura o mundo em suas mãos, Aquele que criou tudo. Aquele que poderia ter nascido em um palácio como nenhum outro príncipe neste mundo teria conhecido. Ele preferiu nos dar essa lição de renúncia, de pobreza, mostrando-nos pelo mesmo fato, quanta coisa espiritual é infinitamente superior às coisas materiais, que devemos desprezar essas coisas materiais em benefício das coisas espirituais.
E também vemos que, se Nosso Senhor queria nascer em uma manjedoura e em uma espécie de exílio, longe da casa de Maria e José, longe de Nazaré, ele também queria chamar aqueles ao seu redor e destacá-los da família, propriedade, casa. Maria e José foram reduzidos a acolher Jesus em uma manjedoura. Enquanto Maria é a Mãe de Deus, enquanto José é o guardião de Maria e Jesus, eles também tiveram que praticar renúncia, desapego. Sem dúvida, se eles estivessem em Nazaré, com que cuidado eles teriam preparado para a vinda de Jesus. Eles teriam os meios para recebê-Lo de maneira mais digna. Mas não, Jesus teve que escolher este lugar, pedir também a Maria e José, que abandonassem os bens deste mundo.
E então, quando Ele chamou os pastores, os pastores estavam a alguma distância de Belém. Vamos para Belém, eles dizem. Eles estão, portanto, a uma certa distância. Jesus pede que eles deixem seus rebanhos. Sem dúvida, eles confiaram a maioria de seus rebanhos a algumas pessoas que ficaram para trás. E eles foram embora. Eles deixaram o que estavam apegados, para ir a Jesus, a Nosso Senhor, mostrando assim que, se queremos encontrar Nosso Senhor, precisamos saber como abandonar o que estamos apegados.
E é o mesmo para os Três Reis. Os Três Reis também tiveram que deixar seu país, deixar suas casas, deixar suas casas. Sem dúvida, atravesse o deserto e por longos dias vá a Jesus em Belém.
E eles O reconheceram e O amavam. Veja quanto, para encontrar Jesus, para amar a Jesus, você precisa saber como se destacar. É o que diz São Paulo na epístola da missa de hoje: saiba viver de maneira sóbria, piedosa e santa, abandonando todos os desejos deste mundo.
Portanto, essas também são nossas disposições […] que seu coração também seja desapegado. Não basta ser desapegado fisicamente, fisicamente da própria pessoa, das riquezas deste mundo, dos bens deste mundo; também é preciso desapegar-se internamente de nossas almas.
Quanto a vocês, meus queridos irmãos, vocês que estão no mundo, sem serem do mundo - pois vocês não são do mundo sendo batizados - vocês são os filhos de Nosso Senhor Jesus Cristo, membros do Corpo Místico de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Então você também, embora precise usar os bens deste mundo, se desapegue deles. Não coloque seu coração nisso; não coloque toda a sua alma nela, mas use-as de acordo com a vontade de Deus, desapegando-se de todos esses bens.


E então, o segundo sentimento que deve nos preparar para receber Jesus de uma maneira muito particular, profunda e real, é a fé.


Jesus pede fé. Hoje, infelizmente, os berços estão desaparecendo porque se diz que essas coisas são um tipo inútil de folclore que remonta à Idade Média e agora deve ser abandonado. Mas estamos muito errados. Porque essa fé simples que Jesus nos pede. Ele é a fé que salva. É pela fé que somos salvos.
E Jesus se apresenta precisamente em aspectos que exigem nossa fé. Ele poderia ter se manifestado como Deus. E então não precisaríamos ter fé. Teríamos visto Deus. Ele não queria isso. Ele queria se esconder sob essa aparência humilde, essa realidade de um corpo humano e uma criança, além disso. Ele poderia ter vindo, descido do céu, já adulto. Não. Ele queria se apresentar quando criança.
Então, por que os Três Reis, depois de terem feito uma jornada tão longa, chegando a ver o Rei de Israel, não foram adiados e não disseram para si mesmos: Mas não é possível, não é que o rei de Israel, somos enganados e teríamos voltado para casa.
Não, eles tinham fé. E os pastores também. Eles também tinham fé em Nosso Senhor; eles o amavam. E a Virgem Maria e São José também tiveram fé. E, no entanto, eles também poderiam ter dito a si mesmos: Mas não é possível que Jesus tenha nascido em uma manjedoura. Não é possível que o Filho de Deus chegue a um lugar tão pobre e miserável. Eles poderiam ter hesitado em sua fé. Não, não hesitamos, nem por Maria, nem por José. Eles já eram espirituais; eles entenderam que as coisas deste mundo não são nada.
Então nós também devemos ter fé; temos que entusiasmar nossa fé e acreditar que Jesus é o Filho de Deus, mesmo que ele pareça em forma humana, tão pobre, tão destituído, tão fraco. É o mesmo para nós todos os dias, quando recebemos a Santa Eucaristia. Aqui também o bom Senhor nos pede (para) ter fé. E fé. Ele nos pede isso de uma maneira incrível. Que Jesus, Deus, o Filho de Deus, esteja presente na Santa Eucaristia, neste pedacinho de pão; que o pão desapareça, que não haja nada além das aparências do pão e que Jesus tome seu lugar: coisa incrível!
E precisamente, é sob essas aparências de fraqueza, mas que revelam um amor infinito de Nosso Senhor por nós, que devemos excitar nossa fé e que Jesus nos pede, de nossa parte, para acreditar, acreditar em sua presença em sua humanidade. , acredite em sua presença na Santa Eucaristia.
E, finalmente, a terceira provisão que deve nos aproximar de Jesus, que deve nos fazer amá-Lo, é precisamente a caridade. Sim, Jesus veio a Belém nesta manjedoura, nasceu nesta miséria, nesta pobreza, por amor. Primeiro por amor a Deus, por amor a seu Pai. Ele queria restaurar a glória de seu pai.
Mas como podemos restaurar a glória de seu Pai, em aspectos tão pobres e fracos? Sim, a glória de Deus foi restaurada por Jesus Cristo. E os anjos cantaram: Gloria in excelsis Deo: Glória a Deus. E nós também devemos, portanto, aproximar-nos de Jesus com amor e pedir-Lhe para participar de seu amor por seu Pai. Tudo em Jesus lembra sua divindade e seu Pai. Ele é completamente tendido ao amor de seu pai. Ele veio a realizar sua vontade: Ecce venio (...) ut facimam, Deus, voluntatem tuam (He 10,7): "Aqui estou eu, para realizar sua vontade". Então, foi por amor a seu Pai que Jesus veio e também por amor a nós. Se ele queria se tornar um homem; é para nos libertar dos nossos pecados. Toda a liturgia nos ensina isso. Para que esse amor de Nosso Senhor Jesus Cristo também excite em nós um profundo amor por Ele e que tomemos hoje resoluções cada vez mais fortes, sempre mais eficazes, para amar a Deus acima de tudo; amar Nosso Senhor Jesus Cristo acima de tudo; querer seu reinado, seu reinado em nós, seu reinado em nossas famílias, seu reinado em nossas cidades, seu reinado por todo o mundo, até que ele venha nas nuvens do céu para mostrar seu reinado.
Desta vez. Ele virá no esplendor de sua divindade e manifestará sua divindade em toda criatura. Portanto, tenhamos certeza de que o reino de Nosso Senhor Jesus Cristo avança em nós e entre nós.
[…] Pediremos, em particular, a Virgem Maria para nos ajudar a ter esses arranjos que ela tinha para receber Jesus nela e recebê-lo no presépio, como ela o tinha nos braços. Peçamos à Virgem Maria que nos dê Jesus.

[Tradução e adaptação nossa do original em francês]

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Vargas e o Catolicismo

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Há, agora, entre vários segmentos católicos um rechaço preocupante a figura do ex-presidente Getúlio Vargas que, se não instaurou um Estado Católico, esteve muito longe de ser um anticatólico; bem ao contrário, Vargas promoveu vários postulados católicos o que o coloca, em certos aspetos até mesmo a frente de Dom Pedro II que, para temos uma idéia, mandou prender bispos anti-maçonaria durante o segundo reinado, bispos que apenas cumpriam com os ditames de Pio 9, papa que condenou taxativamente a maçonaria.

Sobre isto o insigne professor Eduardo Cruz, catedrático em História, esclarece o seguinte: 

"Um católico não pode ter essa opinião em hipótese alguma. Numa escala comparativa, Getúlio foi muito superior a Bolsonaro, tomando como critério o Magistério da Igreja:

(1) Consagrou Nossa Senhora Aparecida como Padroeira do Brasil, em 1931:
https://www.facebook.com/TrincheiraMoral/posts/499334023799577

(2) Reintroduziu o ensino religioso nas escolas públicas, por meio do Decreto nº 19.941, de 30 de abril de 1931.

(3) Proibiu a usura, nos termos do Decreto nº 22.626, de 7 de abril de 1933.

(4) Baniu os maçons do governo:
http://bensodicavour.org.br/.../95-a-maconaria-de-volta.../

(5) Solicitou ajuda do clero para elaborar a CLT:
https://www.facebook.com/TrincheiraMoral/posts/315070735559241.

(6) Instituiu incentivos ao casamento e à natalidade, por meio do Decreto-Lei nº 3.200, de 19 de abril de 1941. O texto foi redigido com sugestões do Centro Dom Vital.

(7) Reintroduziu o serviço de assistência religiosa nas Forças Armadas, nos termos do Decreto-Lei nº 6.535, de 26 de maio de 1944. O serviço havia sido extinto décadas antes, com a proclamação da República, que separou a Igreja do Estado.

(8) Determinou ao DOPS que reprimisse a propaganda anticatólica disseminada por maçons, protestantes, comunistas e demais transviados:
https://www.livrariacultura.com.br/.../os-quebra-santos...

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Vargas ao lado do Cardeal do RJ, Dom Sebastião Leme. 
Fato pouco conhecido é que durante o Estado Novo houve uma negociação entre o governo e a Santa Sé para a assinatura de uma Concordata, por força da qual o Brasil voltaria a ser um país oficialmente católico (1939). Por algum motivo, não se chegou a um acordo. Isso, sim, é um bom motivo para criticar Getúlio Vargas, não o fato de ter sido ditador. Ele deu vários passos rumo à construção do Estado Católico, mas não deu o passo definitivo, que seria o mais importante de todos."


Professor Eduardo Cruz, catedrático pela  Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Em torno da entrega do Brasil à China comunista: o papel de Olavo/ DEA-USA



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A primeira vista pode parecer contraditório a reorientação da política externa do Brasil para os interesses chineses - em razão das falas de Ernesto Araújo e de Olavo de Carvalho, logo no começo do governo onde tentavam, a todo preço, demolir qualquer via de diálogo com Pequim, sob justificativa de que estaríamos sob o risco de espionagem comunista e/ou de apoio a um regime que nega a liberdade dos cristãos e que seria preciso duma “santa aliança”, nas palavras de Araújo, contra a mesma - sobretudo quando o atual governo optou claramente pela via da aliança com os EUA, num momento em que Trump leva adiante a guerra comercial contra a China.

Nós ficamos a pensar no que poderia explicar essa mudança brutal em meio ao aumento da influência da ala olavete no governo - a mesma que sempre torceu o nariz para o "bloco sino-russo". A princípio tudo parecia ser um resultado da rearticulação da ala militar que teria conseguido um acordo pragmático onde a ala olavete/estadunidense havia falhado em conseguir algo semelhante com os EUA - vide o caso da venda de nossa carne ao mercado americano. Isto significaria um retorno da ala militar com a consequente perda da influência da ala olavete. Todavia a coisa parece ser diferente. Um dos fatos a considerar é que esse acordo amplo com China recém obtido mesmo depois de Araújo e Olavo terem sido avessos a aproximação com a mesma no início do ano, só pode ter sido alcançado se alguma nova orientação viesse do DEA/USA dada a total incapacidade de Bolsonaro de pensar para além do guru. O que está em jogo bem provavelmente é que a China compra nossa carne e deixamos para lá a venda da mesma no mercado americano salvando a produção dos EUA que pode seguir investindo no seu mercado interno para se refortalecer sem precisar levar a guerra comercial com os chineses tão longe neste momento, dando alguma vantagem aos mesmos no Brasil, enquanto ganha tempo. Talvez este acordo de bastidor explique o desinteresse das cias petrolíferas dos EUA no nosso leilão do Pré-Sal. Outrossim importa ressaltar que quem financia o consumo americano é a poupança chinesa - a China possui boa parte dos títulos públicos dos EUA - e faz-se necessário assegurar à mesma alguns mercados sem os quais ficaria impossível incrementar esse financiamento garantindo a continuidade da dinâmica de crescimento econômico da era Trump. O Brasil abre seu mercado para o excedente chinês enquanto o Partido comunista de Pequim aceita a supremacia estadunidense na Sul América. Vemos uma reedição da política externa da era Richard Nixon, onde, na década de 70 Washington buscou quebrar o bloco comunista atraindo a China para seu lado como parceira comercial do capitalismo ocidental enquanto fornecedora de mão de obra barata para as indústrias dos países desenvolvidos em troca de pesados investimentos e transferência de parques produtivos para suas zonas abertas. A vantagem era dupla pois criava as condições finais para a globalização do capital estadunidense/ocidental ao mesmo tempo que assegurava à China a condição de potência do Extremo Oriente com a anuência do Tio Sam. O mesmo se dá agora: os EUA se recolocam na dianteira da globalização enquanto dá a China um naco da América.

Agora isto tudo – a articulação americana em entregar o Brasil a China - fica ainda mais patente com os recentes acordos que vão entregar nosso petróleo, terras e mercado na mão chinesa. A gigante de tecnologia Xiaomi já anuncia a abertura de lojas no Brasil o que vai inviabilizar de vez as marcas de celulares nacionais; o grupo chinês Citic Agri Fund Management comprou a operação de sementes de milho da Dow AgroSciences Sementes e Biotecnologia Brasil por US$ 1,1 bilhão. A nova empresa, rebatizada de LP Sementes, já surge com cerca de 20% do mercado nacional de sementes de milho – terceira no ranking – e com planos ambiciosos para ir além. A Yuan LongPing High-tech Agriculture – subsidiária do Citic Agri Fund – é a líder de mercado de sementes na China e líder global de sementes de arroz híbrido. Com a compra, terá acesso total ao banco de germoplasma de milho brasileiro e à marca Morgan. Um fator preponderante que pode potencializar muito o apetite chinês para a produção agrícola no Brasil é a autorização da compra dessas terras por estrangeiros, tópico que está sendo discutido no Congresso Nacional depois de o projeto de lei referente a isto ter sido desarquivado(in:https://www1.folha.uol.com.br/colunas/mercadoaberto/2019/03/projeto-que-libera-compra-de-terra-por-estrangeiro-e desarquivado.shtml).

Cabe destacar que até 2032 o desmatamento da Amazônia vai ampliar em 950 mil hectares devidos aos projetos rodoviários em andamento para atender o escoamento para a China (o que torna toda a histeria bolsonarística contra os interesses de Macron e da França na Amazônia apenas cortina de fumaça para esconder quem de fato representa risco à soberania do Brasil sobre a mesma: em tempo gostaríamos de saber dos bolsonaristas onde a França tem necessidade do minério amazônico se ela tem amplas reservas no Sarre e Lorena e se a Siderurgia francesa vive um declínio produtivo, tendo a França se especializado noutras áreas de produção que demandam muito menos minério? Quem tem necessidade dele são os EUA e a China). Com o aval à China, dado pelo governo Bolsonaro, agora o terreno estará pronto para que o Partido comunista chinês compre terras no Brasil.

Portanto, o que estamos a assistir, bem provavelmente, é nosso país sendo retalhado entre o capitalismo americano e o comunismo chinês sob a anuência dum governo que se apresentava como anti-socialista e patriótico ( quem não se lembra do dístico “Brasil acima de todos”?); toda esta articulação entre interesses geopolíticos de EUA-China em torno do Brasil explica o silêncio de Olavo de Carvalho – um agente da DEA/USA determinado a garantir que o Brasil seja sacrificado à China comunista em troca da subida político/econômica dos EUA/Trump.




quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Em torno do Halloween como festa neopagã e esotérica


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Festival do Samhain no século 18
Muito se fala a respeito da festa do Halloween, celebrada no dia 31 de outubro sobretudo nos EUA e que merece, por lá, até feriado. Nas últimas década a data se consolidou no Brasil como referência cultural. A data também é celebrada no México como dia dos mortos, envolvendo elementos da antiga cultura asteca no que tange a exaltação do culto aos antepassados, numa tentativa clara de combater a influência da festa norte americana do Halloween, se valendo de símbolos locais. Deste modo é preciso compreender corretamente donde vem a festa em tela, objeto de imensas polêmicas pois há quem diga que ela nada mais é que uma versão popular da festa de todos os santos, tendo origem no calendário da liturgia católica enquanto outros insistem em referi-la unicamente a cultos pré cristãos e pagãos do mundo antigo e até a práticas satânicas. 

Em primeiro lugar é preciso que se diferencie a etimologia da palavra "Halloween" (Termo que se refere diretamente à data de todos os santos: hallow - santo/ eve - véspera; em suma, dia da véspera de todos os santos que cai em 1 de novembro) da festa que lhe dá origem - o Samhain, celebrado pelos celtas e galeses, durante a idade média, na Ilha da Britânia - atual Inglaterra. Durante o século 8 o Papa Gregório 3 mudou a data de todos os santos - antes celebrada dia 13 de maio - para o dia 1 de novembro. O objetivo era claro; substituir o culto do Samhain pelo dia de todos os santos. Na época a Igreja estava em franca expansão entre os celtas e bárbaros germânicos através das missões dos monges beneditinos que abriam mosteiros e escolas nas zonas habitadas por estes povos a fim de cristianizá-los. A mudança da data contextualiza a ação do Papa dentro destes esforços evangelizadores. 

Logo, o Samhain, É uma festa que remente a celebração celta de cunho agrário ligado ao fim do verão. Na época esse festival assumia caráter sacrifical. Durante o auge da cristandade o Samhain foi semi-esquecido tendo ficado restrito a seitas que praticavam a antiga bruxaria e magia dos povos pagãos, uma religião subterrânea que sobreviveu nos porões da sociedade medieval apesar dos esforços de cristianização da Igreja. Mas a tradição do Samhain foi recuperada na Inglaterra e assumida nos EUA no século 18/19 .Na Inglaterra as leis contra bruxaria foram suspensas em 1736. Essa suspensão mantinha relação com o advento do iluminismo que considerava a crença em bruxas um sinal das "trevas da ignorância" produzida pelo império da religião católica sobre as massas. Desde então, apesar de todo o racionalismo da época, houve um ressurgimento do interesse na bruxaria mas de forma a positivá-la. As bruxas passaram a ser vistas como mulheres incompreendidas e a bruxaria como um fonte de conhecimento ignorada pelas "trevas da religião". Neste contexto se dá a retomada da prática céltica do Samhain. No século 18 esse processo teve como resultado a publicação dos Grimoires - livros populares de magia que tencionavam facultar à população o acesso a esse conhecimento oculto e a cabala. Uma nova visão sobre a bruxaria começava a ser construída nos círculos intelectuais da Europa do século, concepção que acabaria se refletindo na cultura popular do Halloween que só toma força no século 19, período onde existiu uma retomada romântica da bruxaria via ocultismo que tem muita relação com as correntes que revalorizavam os cultos agrários e de fertilidade.

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O livro do historiador Jules Michelet reabilitou a bruxaria


Em 1828 Karl Jarche argumentava que a religião agrária do Samhain e a bruxaria a ela relacionada, eram a antiga religião dos povos bárbaros que a Igreja, falsamente, qualificou de culto ao Diabo. A literatura de Walter Scott, apresentando as bruxas como mulheres perseguidas injustamente, literatura que vai ter amplo alcance popular, terá um papel fulcral para a retomada do Samhain. Franz Mone e Michelet relacionavam a bruxaria à religião do povo, das camadas baixas, oprimidas pelas nobreza e clero católico em suas manifestações sagradas. A bruxaria seria a emergência do espírito democrático dos camponeses medievais contra a opressão da aristocracia feudal, uma religião popular de massas avessa a religião da ordem e da lei (o catolicismo).

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Livro de magia dos Grimoires


Foi justamente este caldo de cultura que foi transportado para os EUA no meado do século 19 dando origem ao "Halloween" moderno. Houve uma grande fome em torno de 1840 na Irlanda levando muitos irlandeses a migrar para os EUA. Por volta de 1870, 30 anos depois dessa migração, já vemos referências à celebração do Samhain nos EUA. Nela várias tradições se misturavam como o uso de maçãs para prever o futuro - algo originado nas práticas de bruxaria medievais - com referências a elementos da vida agrária - a abóbora, o espantalho, etc. Tudo isto porém, está fortemente relacionado ao culto a natureza e aos aspectos noturnos da natureza humana - a tradição de vestir-se de fantasma e do susto, por exemplo. 

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Crowley foi um grande divulgador da bruxaria e ocultismo na Europa e em Nova Iorque, EUA. 

O Samhain é o ano novo pagão que marca o fim das colheitas e o começo dum novo ciclo natural que será iniciado com a morte invernal - não é sem razão que a festa do Halloween faça menção constante a morte e aos mortos; no hemisfério norte, outubro é o mês da queda das folhas e da última colheita, da morte da natureza para ressurgir na próxima primavera.  Os esotéricos do fim do século 19 e início do século 20 - como os seguidores de Aleister Crowley e MacGregor adoravam Pã e Ísis como símbolos da natureza. O Samhaim celta era um culto a natureza. O Halloween é uma retomada deste culto. O caldo de cultura gerado pelo Halloween é, ao mesmo tempo, causa da retomada do paganismo antigo agora sob forma esotérica - no neopaganismo - como efeito de sua restauração no século 19. Não é a toa que Halloween esteja muito presente nos EUA, país fundado pela Maçonaria - que pratica ritos ligados ao culto da mãe natureza - e de forte influência britânica e irlandesa - cabe dizer que a Inglaterra foi o pólo de onde partiu grande parte do movimento wicca moderno, da literatura esotérica vinculada a magia - Crowley, MacGregor, Graves e Gardner, esotéricos ligados a thelema, golden dawn, etc, eram todos ingleses e tiveram seus livros amplamente divulgados nos EUA - e da restauração de cultos de bruxaria em razão de eles estarem vinculados a recuperação da tradição céltica - mais preservada na Inglaterra e Irlanda que em qualquer outro lugar da Europa. Assim devemos enxergar o Halloween como uma expressão popular dessa renascença neopagã que começa no século 19 e como uma festa frontalmente anti-católica. 


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Cartão postal em celebração ao Hallowenn, EUA década de 1920. 

terça-feira, 17 de setembro de 2019

A estratégia criminal de Olavo de Carvalho e os Jacobinos de direita.



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Olhem o simbolismo ("ad dexteram") e tirem vossas conclusões. 



O primeiro passo em direção a uma ação condizente para livrar o Brasil do risco que está a correr é entender o que se passa. Não há a mínima chance de abrir uma via legítima de resistência ao governo Bolsonaro que seja, ao mesmo tempo, uma via alternativa para a reconstrução da nação, sem a compreensão da lógica que o caracteriza e do perigo que nos ameaça agora.

O governo Bolsonaro é um compósito de cinco alas: militares, protestantes, lavajatistas, olavistas, liberais. Cada uma delas tem propósitos e valores diversos o que torna o governo altamente instável por si só. Desde o começo dele ficou claro que estas facções iriam se digladiar pela hegemonia. Cabe lembrar da luta que elas travaram por ministérios antes da posse presidencial e como os militares saíram em franca vantagem no início. Um setor do generalato unido em torno de Bolsonaro, conhecendo bem os caminhos do poder e as tramas do establishment, conseguiu uma boa quantidade de cargos e ministérios, garantindo um importante espaço com 46 militares em posições estratégicas. Mas o embate dalguns milicos – como Mourão e outros que puseram barreira às pretensões israelófilas de transferência de embaixada para Jerusalém assim como aos arroubos de intervenção militar na Venezuela - com as pretensões da ala olavista – comprometida com os interesses de Israel/EUA e encalacrada no ministério do exterior quanto no da educação e contando com o apoio de Eduardo e Carlos, filhos de Bolsonaro, que tem um peso grande dentro da condução do governo – acabou trazendo a demissão dos generais Santos Cruz, Juarez Cunha e Franklimberg Ribeiro, numa clara vitória de Olavo de Carvalho pela hegemonia ideológica sobre o presidente. No começo do ano dissemos que o objetivo de Carvalho era radicalizar a direita aglutinando-a em torno de si sob a alegação de que o governo estaria repleto de “aparelhamento socialista”. A ameaça do “comunismo petista” passou a funcionar como uma “palavra talismã” capaz de suscitar o medo e a mobilização em prol do governo, numa defesa intransigente dele, a ponto de caracterizar possíveis desvios do mesmo em face as promessas de campanha ou dos princípios que legitimaram a subida de Bolsonaro ao poder como produtos de “agentes infiltrados” no governo e não como fruto da inépcia ou da conveniência. Cabe dizer que os postulados que sustentaram a candidatura Bolsonaro eram os da moralização da máquina pública, tecnicidade do estado, império da lei, eliminação dos conchavos e do “toma lá dá cá”, liberação de armas, combate ao crime, valores religiosos, anticomunismo, estado mínimo, etc, postulados estes que em sua maioria foram sendo deixados de lado, seja sob a pressão de limites reais, seja pela falta de compromisso real com estes temas, usados na eleição apenas como instrumentos de demagogia. Assim a moralização do Estado deu lugar ao filhotismo político – com a indicação de Eduardo para embaixador nos USA - e a admissão de notórios corruptos vinculados a velha política dentro da base aliada do governo e nalguns ministérios – caso de Onyx Lorenzoni – o império da lei deu lugar a política da conveniência no caso Queiroz/Flávio Bolsonaro, o toma lá dá cá voltou para passar a nefasta reforma da previdência – que penaliza os trabalhadores com mais tempo de contribuição para o Estado em troca de aposentadorias com valores menores no benefício final – a idéia de armamentismo deu lugar a um decreto pouco incisivo neste sentido, o combate ao crime, via proposta de lei de Moro, está na gaveta, os valores religiosos e morais só existem no discurso dado que o governo está mais empenhado nas reformas econômicas liberais, etc. O que restou de todo blá blá blá eleitoral foi o apoio cego de setores protestantes – que veem o presidente como um “enviado divino" - dos setores do liberalismo econômico que ainda apostam nas reformas, apesar da falta de habilidade de Bolsonaro em negociar com o congresso, e do olavismo militante cada vez mais fanático e empenhado em salvar um governo que naufraga a olhos vistos, incapaz de gerar crescimento, emprego e renda e de cumprir boa parte de suas pautas além de cada vez mais isolado de suas apoiadores de primeira hora e de suas promessas originárias. Boa parte da direita – aquela mais liberaldemocrática e centrista – já deixou o governo. Deputados do PSL – agora dividido entre a ala próLava Toga e AntiLavaToga – já ensaiam uma cisão e a formação doutra sigla o que prenuncia que a ala lavajatista deverá ser ripada do governo como fora, em parte, a ala militar. O exército, dando sinais de descontentamento, já faz movimentos em clara provocação ao governo como a recente promoção do general exchefe da segurança presidencial de Dilma Roussef somado ao fato de o general Otávio do Rego, porta-voz presidencial, ter sido preterido à indicação da quarta estrela o que fará o mesmo encaminhar-se para a reserva.

Perante tudo isto Olavo se colocou na vanguarda da defesa do governo lançando-se de vez como ideólogo-mor dele. Nos seus últimos vídeos, já prevendo a crise iminente entre setores próLavaJato, que defendem o combate a corrupção em geral, e as necessidades de sobrevivência do governo Bolsonaro – que envolvem o arquivamento das investigações sobre o Senador Flávio Bolsonaro, que poderiam resvalar no presidente, abrindo brechas para a queda do governo – o velho abriu fogo e lançou críticas ao lavajatismo acusando-o de descolar o combate à corrupção do combate ideológico ao PT. Para Carvalho o fato da LavaJato realizar-se sob os auspícios da neutralidade da lei impossibilita um combate eficaz ao petismo – razão de ser máxima do governo Bolsonaro, para o astrólogo – que, no fim das contas, seria a única coisa que de fato interessaria. Isto tudo permite dizer que, pouco a pouco, Olavo vai atingindo seus fins, quais sejam o de alcançar a hegemonia ideológica sobre a direita bolsonarista reaglutinando-a em torno do combate ao “fantasma petista” - a tal palavra talismã – apresentado-se como o único que tem o conhecimento efetivo para dar cabo de tal ameaça.

A idéia força de Carvalho é a renúncia a valores e princípios para uma defesa intransigente e pragmática do “Chefe”. Nem conservadorismo, nem combate a corrupção, etc, nada do que foi prometido durante as eleições importam agora mas, tão só, impedir que “O PT volte” e que o “Chefe” caia. O pressuposto do velho astromante é que politica se faz com luta pelo poder entre grupos opostos e não com idéias abtratas ou princípios gerais, ao mesmo tempo que se vale de idéias abstratas rasas – anticomunismo vago – para separar e distinguir sua facção das outras, ao mesmo tempo que aglutina os eleitores bolsonaristas perplexos com as recorrentes crises debeladas pelo governo, em torno dum princípio geral – o combate ao “petismo” (que, no linguajar olavista, significa tudo que não condiz com a narrativa do velho da Virgínia) – evitando, assim, sua dispersão. Como a facção olavista é a única que possui um intelectual como timoneiro de suas ações, a única que tem uma ampla rede de blogs, sites e canais capazes de ecoar uma narrativa política que atue no plano do sentimento popular, qual seja a raiva anti-petista que tomou conta do país - “quem defende lava toga ajuda o petismo pois cria instabilidade”, "MBL é comunista", etc - a única que tem “intelectuais” orgânicos atuando para formatar a opinião do eleitorado bolsonarista, ela acabará engolindo de vez as demais se nada for feito. Importa dizer que a facção olavista adotou um Gramscismo de Direita: eles são o Partido do Brasil. Eles são a encarnação da vontade do povo. Olavo é o Robespierre da Direita. Seus blogueiros e youtubers são seus Jacobinos a guilhotinar, ideologicamente, os divergentes. É bem verdade que os liberais ao estilo Guedes, tem seus thinks thanks, seus círculos e seus intelectuais orgânicos, contudo eles estão pouco interessados em impedir a ascensão do círculo olavista, a não ser que ele se engaje num anti-reformismo liberal – coisa absolutamente improvável pois, por anos a fio, Olavo foi um dos grandes divulgadores da escola austríaca de economia. O cenário é de completa deterioração da vida política brasileira e do estado nacional, prestes a ser capturado, mais uma vez, por um Partido, como já fora sequestrado na era PT, pelo esquerdismo militante tresloucado e facínora.

A ala olavete não medirá esforços para tanto. Seu Gramscismo de Direita levará inevitavelmente ao mais atroz imoralismo e maquiavelismo, destruindo de vez a malha ética necessária para um vida política minimamente razoável no país - cometendo os mesmos pecados que consagraram as ações do PT uma vez no poder - abrindo caminho, quem sabe, para um conflito sem fim e a consequente divisão definitiva do Brasil em facções inconciliáveis o que exigirá, como mostra a história, uma ditadura para assegurar a governabilidade – aí se encaixam as recentes declarações de Carlos Bolsonaro em torno da necessidade de fechar o congresso para que o presidente governe em paz. Este imoralismo e maquiavelismo fica evidente nas viradas repentinas de discurso – antes o STF era inimigo público número um pois recheado de juízes a reboque do petismo, agora é preciso governar sem irritá-lo, o inimigo real é o Foro de SP e não os juízes, etc – e nas composições de conveniência – como no caso da omissão do presidente em vetar a iniciativa do STF de equiparar racismo a homofobia, indo contra seu eleitorado religioso e conservador. Cabe dizer que Gramsci era um leitor dedicado de Maquiavel e que, para o escritor florentino, a política não pode ser fundada nos preceitos da moral ou da religião. Num amplo parágrafo dos seus Cadernos, Gramsci reflete sobre isto nestes termos: “Um conflito é ‘imoral’ quando torna o fim mais distante ou não cria condições que tornem o fim mais próximo (ou seja, não cria meios mais adequados à conquista do fim)...Desse modo, não se pode julgar o político por ser ele honesto ou não...Ele é julgado não pelo fato de atuar com equidade, mas pelo fato de obter ou não resultados positivos...”. Todos os conflitos que servirem ao fim de olavetizar de vez o governo – o que significa torná-lo um instrumento dum regime de força a serviço do direitismo – serão estimulados e promovidos. Portanto, a estratégia gramsciana agora incorporada pela facção olavete vai delinear a ação política em torno de dois métodos, quais sejam, o da  violência e do consenso: acusação sistemático de petismo/comunismo contra quem apoiar a LavaToga, divergir duma vírgula, etc, e caça às bruxas (a criação duma lista de inscrição para a formação da militância bolsonarista sob a chefia de Allan dos Santos do Terça Livre e a abertura da gratuidade do COF do senhor Carvalho para policiais militares envolve este objetivo, qual seja, forjar uma malta de fanáticos e uma força paramilitar que possa ser mobilizada contra os adversários usando até mesmo a força e o recurso ao assassinato) associada a construção duma narrativa – “estamos impedindo a volta do PT e limpando o Brasil, quem discorda é inimigo do povo, etc”.

Perante tudo isto que expomos ou há uma tomada de consciência sobre o problema que se avizinha ou a nação será engolida pelo vórtice do jacobinismo olavista.

domingo, 25 de agosto de 2019

São Luís IX, rei de França, modelo de estadista católico


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Introdução


Impregnar as realidades do mundo com o espírito cristão é um dever de todo católico e São Luís IX foi quem melhor encarnou esse espírito na política. Num tempo onde tantos católicos se deixam levar pelos cantos de sereia da esquerda e da direita sem ter como norte da ação política o Estado Católico, num tempo onde tantos se contentam com participar de manifestações de mera defesa da lei natural como sói ocorrer nos chamados movimentos pró vida ou contrários a ideologia de gênero, defesa que não integra a idéia de cristandade mas apenas dum combate pela moral natural, nos limites da constituição laica do Estado atual, São Luís aparece como um farol de luz a nos indicar a via certa.

A Europa do Século 13

A época em que São Luís desenvolveu sua atividade foi uma das mais fecundas da história pois nela desabrochou a arte gótica, a autonomia das Universidades e a escolástica de Santo Tomás. O século 13, segundo Regine Pernoud em sua obra Lumiére du Moyen Age”, é o apogeu duma era que marcou a máxima organicidade da sociedade medieval, na expressao de Jean de Salisbury. Por sua complexidade e a multidão de órgãos interligados concorrendo todos a existência como ao equilíbrio, a sociedade medieval apresentava notável semelhança com o organismo humano. Senhorias e províncias ciosas de suas prerrogativas, conquistadas através do tempo, corporações e Universidades com insenções garantidas pela tradição em correspondência com o saber dos seus mestres, respeitadas pelos reis e barões – um admirável mosaico de direitos e obrigações onde entre o indivíduo e o Estado se interpunham os corpos intermédios onde o poder era temperado pela tradição, lei divina e lei natural. Nesta época o poder central do rei é o árbitro entre os súditos: o poder que ele exerce é um direito de controle, um poder de julgar as querelas entre os vassalos, apaziguando a vida social e protegendo os usos e costumes.

São Luís IX encarnou o chefe de Estado dentro do ideal de Santo Tomás: o povo não foi feito para o príncipe mas o príncipe para o povo, levando ao mais alto grau a figura do detentor do poder soberano, numa sociedade orgânica e de cariz sobrenatural, inspirada pelo Evangelho como lembra Leão 13:

Tempo houve em que a filosofia do Evangelho governava os Estados. Nessa época, a influência da sabedoria cristã e a sua virtude divina penetravam as leis, as instituições, os costumes dos povos, todas as categorias e todas as relações da sociedade civil. Então a religião instituída por Jesus Cristo, solidamente estabelecida no grau de dignidade que lhe é devido, em toda parte era florescente, graças ao favor dos príncipes e à proteção legítima dos magistrados. Então o sacerdócio e o império estavam ligados em si por uma feliz concórdia e pela permuta amistosa de bons ofícios. Organizada assim, a sociedade civil deu frutos superiores a toda expectativa, frutos cuja memória subsiste e subsistirá, consignada como está em inúmeros documentos que artifício algum dos adversários poderá corromper ou obscurecer.”- Encíclica Immortale Dei, número 28

São Luís o pacificador

O fato de ter vivido em tais condições sociais e politicas que favoreceram sua função não tira mas antes realça o mérito do santo rei. Já no século 13 víamos os primeiros sinais de decadência moral dos reis onde tendiam a se afastar da orientação da Igreja seguindo, assim uma busca por independência em face ao poder do Papa. É o que explica, por exemplo, as lutas entre Frederico II, imperador alemão, e o Papa Inocêncio III, entre os barões ingleses e os herdeiros do Rei João Sem Terra. São Luís, fiel às tradições de seus antepassados foi, ao contrário, o pacificador e justiceiro defensor dos pequenos atingindo a santidade no exercício do poder público. A grande tentação que sempre assaltou os governantes foi o orgulho e a busca da glória, vício oposto às duas virtudes que seu cargo requer, quais sejam a moderação e a justiça.


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São Luís atendendo aos leprosos
Quando pediram a São Luís para deixar seus barões combaterem entre si, a fim de que eles enfraquecessem, respondeu: “ Se eles vissem que eu os deixo combater poderiam perceber e dizer: o rei nos deixa lutar por malícia; então eles viriam e, por ódio a mim, me combateriam e eu perderia e atrairia para mim a cólera divina pois Cristo diz: bem aventurados os pacíficos”. Por isto o santo rei proibiu toda guerra privada em seus domínios.

A virtude da justiça, não menos importante num chefe de Estado, para o católico se reveste de enorme valor pois foi com ela que os Evangelhos distinguiram São José: “José, seu esposo, que era justo”( São Mateus 1, 19). Ela que é uma virtude cardeal, tem graus. E ela chega ao grau máximo quando significa o sacrifício do próprio interesse. Foi o que praticou São Luís ao devolver aos ingleses, mesmo depois de conquistados, os territórios de Quercy, de Périgord, de Limousin, dizendo: “Estou cero que os antepassados do rei da Inglaterra perderam tudo por direito de conquista que possuo; as terras que lhes devolvo não as dou senão para manter na paz e amizade os meus filhos e os deles que são primos-irmãos. E parece-me que ainda assim faço bom uso da terra pois o rei da Inglaterra antes não era meu vassalo e agora será”. E com isto seu rival mais terrível tornou-se seu súdito, por ter terras na França e a paz ficou garantida entre os dois países por meio século.

Não só nas causas públicas mas também nas privadas Luis IX era o anjo pacificador da França. Como conta o cronista e biógrafo dele, Jean Sire de Joinville, onde mostra a disposição do rei de despachar diretamente os processos durante sua estadia em Vincennes durante o verão, atendado a cada pessoa em sua petição na medida do justo e adequado. Por isto Cesar Cantu disse: “Luís IX era São Francisco de Assis no trono”. São Luís aconselhava o filho nestes termos: “ Faze-te amar pelo povo pois preferiria eu deixar o trono a um escocês para governar bem que deixá-lo a ti se vier a governar mal”.

O santo rei fundou vários institutos de beneficência: O hospital dos cruzados para os cavaleiros que voltavam mutilados das expedições no Oriente, o Colégio da Sorbonne, abrigos para donzelas, etc.

São Luís pai da unidade cristã européia.

Regine Pernoud, na obra citada acima, fala sobre as relações internacionais na idade média ns seguintes termos: “ Praticamente a cristandade pode se definir como a universalidade dos príncipes e povos cristãos, obedecendo a uma mesma doutrina, animados duma mesma fé e reconhecendo o mesmo magistério espiritual. Ela repousa essencialmente sobre um acordo ou entente mística entre os povos. Essa comunidade de fé traduziu-se por uma ordem européia complexa em suas ramificações e grandiosa...a paz dos séculos 12 e 13 foi precisamente, segundo a bela definição de Santo Agostinho, a tranquilidade da ordem”

A autoridade de São Luís, numa sociedade deste naipe, só poderia ser enorme. Sua santidade e sabedoria era reconhecida em toda a Europa mas acima de tudo, sua largueza de vistas políticas ficou evidente pelas relações com a Inglaterra. Quando o rei Henrique III, filho de João Sem Terra se nega a reconhecer as autonomias que seu pai assinara ao chancelar a Carta Magna dos Barões ingleses em 1215, é a São Luís que os Barões vão recorrer. Na sentença arbitral de Amiens, o santo fá-los ceder em algumas exigências a Henrique III chegando a um bom termo e trazendo a concórdia para os dois lados do Canal da Mancha.

Se entendermos que as cruzadas foram guerras defensivas contra a ameaça islâmica que dominando todo o Oriente Próximo, invadindo a Espanha e ameaçando o sul do Mediterrâneo, veremos que São Luís foi o primeiro defensor da Europa contra as hordas orientais e que sua ida a Terra Santa como cruzado foi baseada no amor da cristandade, dessa unidade européia em torno da fé católica.


O perfeito cavaleiro cristão


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Sétima cruzada


São Luís foi o modelo perfeito de cavaleiro cristão que, nas cruzadas, mostrou outras virtudes raras: desprendimento e zelo pela causa da Igreja. Salientar o seu desprendimento é importante para rebater historiadores que não veem nas cruzadas senão ambição material. Claro que houve nas cruzadas e entre os cruzados elementos que, se aproveitando do entusiasmo geral, faziam valer seu proveito próprio. Mas a história relata a legenda dourada de cavaleiros que partiram com real pureza de intenções: Godofredo de Buillion, Tancredo de Siracusa, Luís VII da França, Conrado da Alemanha, Ricardo Coração de Leão, mas entre todos brilha São Luís.

Quando ele, sentindo-se chamado por Deus para a nobre empresa, se ergueu do leito e, mesmo depois de longa enfermidade, não puderam retê-lo: sua mão fez longas considerações políticas sobre os ricos da empresa mas de nada valeram: estava convicto de deixar França e seguir para salvar a Cristandade de seus inimigos. O seu cronista Joinville conta como foi amargo deixar terras, castelos, mulher e filhos à proteção da Igreja para se aventurar no Oriente. O sacrifício do rei que ia sem saber se voltaria foi imenso. Isto foi um daqueles atrevimentos cristãos dos quais fala Camões nos Lusíadas.

No Oriente o entusiasmo de São Luís levou a conquista de Damieta, caminho para o Oriente através do Egito. Como bem diz Michaud, a tática de atacar as cidades do Egito, dificultando a comunicação do Sultão do Cairo com Jerusalém foi digna dum hábil estrategista. A queda de Damieta trouxe o pavor aos mouros que voltaram a respeitar os francos como eram chamados os cavaleiros cruzados. Apesar disso São Luís não conseguiu liberar Jerusalém por conta das atitudes quixotecas de seu irmão, o Conde D'Artois, que mandou atacar as Muralhas de Mansourah, enquanto o grosso do exército estava retido na travessia do Nilo. Isto resultou a prisão dos chefes cruzados incluso São Luís. Em razão da devolução de Damieta como resgate, São Luís fora libertado. O santo rei não quis admitir a devolução mas sua esposa a rinha Margarida de Navarra, para salvar a vida do esposo, devolveu a cidade. Depois deste desastre o santo rei ainda permaneceu no Oriente tentando ajudar os templários e hospitalários na luta contra os islamitas. Eles que andavam divididos por rivalidades foram unidos pela mediação de São Luís. O santo chegou a carregar pedras para reconstruir castelos templários como um simples pedreiro, o que mostra seu intenso ardor cruzadístico. Em virtude da morte de sua mãe, Branca de Castela, ela volta a França mas logo é consumido pela tristeza de ter retornado sem a conquista de Jerusalém. Logo que obteve víveres e dinheiro voltou para o Oriente onde tenciona converter o Sultão de Túnis depois de vencê-lo em batalha. Mas uma epidemia de escorbuto interrompeu o cerco de Túnis que dizimou o exército católico. O filho de São Luís, Tristão, morre durante este evento. Por fim o próprio rei foi atingido e faleceu as 3 horas da tarde - a mesma hora em que Cristo morreu na cruz – do dia 25 de agosto de 1270, com os braços em cruz, deitado sobre cinza como poderia aos que o assistiam.

Embora sem ter conseguido seu objetivo São Luís cobriu-se de glória em razão de seu zelo destemido pela causa da Igreja. Com sua morte se desvanecia o maior ideal medieval, o da criação dum reino de Cristo na cidade onde ele havia sido crucificado e onde lhe recusaram o trono que lhe era de direito.

Neste dia 25 de agosto de 2019 em que vivemos um crise de fé jamais vista, pedimos a São Luís que rogue por nós a fim de que novos cruzados se levantem no sei da Igreja! Deus Vult!

Professor Rafael G. de Queiroz