terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Jonas Abib: falso profeta duma falsa religião

 


"Salva-nos, SENHOR, porque faltam os homens bons; porque são poucos os fiéis entre os filhos dos homens''- Salmos 12,1

Face ao falecimento do Padre Jonas Abib, fundador da Canção Nova, comunidade mais importante da RCC Brasil (Renovação Carismática Católica) importa destacar suas graves e perigosas heresias cujo objetivo é afastar os fiéis da sã doutrina católica que considera a manifestação dos carismas algo secundário e acessório perante as três virtudes teologais, os sete sacramentos, os sete dons do Espírito Santo e a prática dos mandamentos que são muito mais fundamentais para a salvação e santidade do povo cristão. A defesa da fé exige que se denuncie a RCC como produto do revival pentecostal protestante que deita raízes no círculo “santidade”, movimento que explodiu nos USA do século 19 sob liderança de metodistas que tinham em mira a constituição duma religião pessoal desligada de controle hierárquico e episcopal, onde a segunda benção da “santificação inteira” ou novo pentecostes desencadeasse uma experiência massiva do Espírito Santo, uma verdadeira democratização dos carismas bloqueada pela vigilância clerical. Esses pentecostais preconizavam um perfeccionismo no lugar do gradualismo em matéria de progresso na vida espiritual: uma operação direta e total do Espírito Santo, desbloqueada pela experiência religiosa direta, desencadearia um boom de santidade imediata entre os mais simples fiéis. Foi esse o contexto onde a RCC nasceu quando alguns leigos foram receber das mãos de lideranças protestantes a unção da nova efusão do Espírito, na Universidade de Duquesne, na Pensilvânia, USA, estado criado por Willian Penn um Quaker que defendia um novo cristianismo simplório, sem clero e dogma sob inspiração direta do Espírito Santo. Cristo nunca anunciou demonstrações de carismas que levasse as turbas a um estado de histeria emocional como costuma ocorrer nos eventos carismáticos como se confiasse em poderes hipnóticos e na auto sugestão a fim de poder fazer discípulos por meio de gestos sensacionais. Os milagres do Novo Testamento eram inteiramente diferentes dos pretendidos pelos movimentos carismáticos de hoje em dia. O interesse nisso é sintoma de morbidez espiritual pois ao colocar ênfase nas manifestações mais materiais da religião o aspecto espiritual dos ensinamentos da Igreja ficam em segundo plano e com eles a prática das virtudes cristãs perdem espaço para fenômenos supostamente sobrenaturais cujo interesse é expressão de gula e soberba espiritual. Cristo disse a Tomé: bem aventurados os que não viram mais creram. Para a RCC é preciso ver, experimentar para crer. São como os judeus incrédulos do tempo de Cristo que diziam a Jesus no calvário: se és o Messias, desce da cruz! A estas massas necessitadas de constantes provas materiais da verdade imaterial Nosso Senhor já respondeu: nenhum sinal lhes darei a não ser o de Jonas. Isto deve ser o bastante para o cristão.

Lista de erros da RCC:

1- A Igreja Católica não terá futuro se não virar um misticismo amplo e irrestrito: “ O futuro do catolicismo depende da hierarquia mudar de discurso e práxis a fim de levar qualquer católico de qualquer idade a ser um místico” - Padre Alírio Pedrini SCJ, “Experiência de Deus e RCC”, Edições Loyola, p. 35

2- O catolicismo se racionalizou em demasia e deve recuperar a experiência direta de Deus - Padre Alírio Pedrini SCJ, “Experiência de Deus e RCC”, Edições Loyola, p. 68

3- Nos primeiros cinco séculos a Igreja era carismática mas deixou de ser quando se clericalizou; o Vaticano II e a RCC são a restauração do caráter carismático da Igreja - Padre Alírio Pedrini SCJ, “Experiência de Deus e RCC”, Edições Loyola, p. 72

4- A Igreja deve mudar ao ponto de profecias, curas, línguas estranhas, sejam normais e frequentes nas manifestações públicas de fé ( missas, procissões, etc) - Padre Alírio Pedrini SCJ, “Experiência de Deus e RCC”, Edições Loyola, p. 73.

5 – O Espírito Santo é o Deus abscôndito, desconhecido, dos católicos onde ele se encontra em estado de coma ou anestesiado - Padre Alírio Pedrini SCJ, “Experiência de Deus e RCC”, Edições Loyola, p. 35.

6- A RCC não é mais um Movimento da Igreja mas a Igreja em Movimento, o Espírito Santo em ação, cabendo a ela primazia em toda a Igreja - Padre Alírio Pedrini SCJ, “Experiência de Deus e RCC”, Edições Loyola, p. 80.

7- O antigo pentecostes não foi suficiente, por isso a RCC é um Novo Pentecostes - Padre Alírio Pedrini SCJ, “Experiência de Deus e RCC”, Edições Loyola, p. 81.

8 – O cristianismo é uma religião da experiência não da doutrina - Padre Alírio Pedrini SCJ, “Experiência de Deus e RCC”, Edições Loyola, p. 82/83.

9- O novo pentecostes começou fora da Igreja Católica – Padre Jonas Abib no site da CN :

Mensagem do dia Segunda-Feira, 25 de fevereiro 2008


A nova vitalidade divina na Igreja


O Papa Leão XIII consagrou o século 20 ao Espírito Santo, mas, infelizmente, nós, Igreja, não estávamos prontos. Depois na tarde do outro dia, um grupo de evangélicos pentecostais, em sua maioria negros, receberam os Pentecostes, e a partir daí começaram os Cenáculos. Houve falhas, mas os pentecostais são lindos e santos. Isso não só gerou homens santos, como também retornaram o Pentecostes e os Cenáculos. Essa graça aconteceu, mas por quantos preconceitos e por quantas lutas – até por parte de nós católicos – os pentecostais passaram. O Papa João XXIII mal tinha acabado o Concílio de 1965, e em 1966 já aconteceu o derramamento do Espírito Santo. E daí começaram a surgir grupos de oração nos finais de semana. A Renovação Carismática Católica é a efusão do Espírito; depois do Concílio, Deus viu que o “odre” estava novo e colocou o “vinho novo”, que é o Espírito Santo. A partir de Pentecostes a Igreja expressa a vitalidade divina, que se manifesta com os dons dos carismas. E nós precisamos dessa vitalidade.


Seu irmão,Monsenhor JonasAbib”

10 – A igreja católica é a videira do Senhor, enquanto que a rcc é a FIGUEIRA, uma árvore diferente - Quem quiser ler na íntegra.: http://www.cancaonova.com/portal/canais/especial/pentecostes/2005/eventos.php?id=%207177

11- RCC é um Novo Sacramento: “A Igreja precisa deste sacramento que somos nós, a Renovação Carismática Católica: vejam mais - http://www.cancaonova.com/portal/canais/especial/pentecostes/2005/eventos.php?id=%207174

12- Cristo vai reinar na Terra durante o Milênio segundo padre Abib: https://gloria.tv/post/3KeTt9LrJTDw1paMk4MeWrDkD

13- Salvação é só pela fé segundo padre Abib: "A primeira necessidade de um cristão é ter a certeza de sua salvação" - Padre Jonas Abib A Bíblia foi escrita para você, ed Loyola, 1993, p. 16

14- O Deus do NT é diferente do Deus do AT: "O Deus do Novo Testamento traz inovações, se comparado ao Deus manifestado no Antigo Testamento. O Deus de Jesus não é um legislador, mas um Pai. Perdoa sem exigir compensações; perdoa porque, sendo os homens seus filhos, os ama. Em compensação, os homens são fiéis a ele, não para evitar o castigo infligido por um Juiz, mas porque é seu Pai. Assim a religião segundo a ordem da Lei é substituída por um laço familiar irracional" - Christian Diquoc O. P. "Os carismas, formas sociais do caráter imprevisível da graça" In Carismas, ed. cit. P. 94.

15- RCC é um novo modo de ser católico longe do catolicismo das obras - Padre Alírio Pedrini SCJ, “Experiência de Deus e RCC”, Edições Loyola, p. 84

16 – Defesa do sacerdócio feminino: "Excluir as mulheres do acesso ao ministério seria, de fato, voltar a legalizar o carisma. Seria criar uma lei segundo a qual se determinasse que os seres humanos, em razão de seu sexo -- uma condição natural, portanto-- são a priori, excluídos de qualquer apropriação pelo Espírito Santo, em vista de ajudar a comunidade de forma ministerial ou sacerdotal. Não é o carisma que faz eclodir aqui, o institucional, mas é o institucional que limita o carisma" - Christian Diquoc O. P. "Os carismas, formas sociais do caráter imprevisível da graça" In Carismas, ed. cit. P. 100

17- A Igreja Católica não é o instrumento exclusivo da Graça: “Um dos modos em que se manifesta aos nossos dias este modo de agir do Espírito para além dos canais institucionais da graça é o chamado «batismo no Espírito» da” - P. Raniero Cantalamessa O.F.M.Cap. – Primeira pregação de Quaresma na Casa Pontifícia, 2021.

18 – O Novo Pentecostes é maior que a Igreja Católica e deve unir todos os cristãos pela experiência ecumênica do Espírito Santo: "a Renovação Carismática Católica (RCC) é parte de uma corrente de graça ecumênica" - Estatuto do Charis, Serviço internacional para a renovação carismática católica, p.1 (https://www.charis.international/wp-content/uploads/PT_Estatutos_CHARIS.pdf)

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

A incapacidade de Lula e Bolsonaro revelada por Carl Schmitt

 

Dois incapazes e traidores

A eleição presidencial de 2022 no Brasil aponta a um profundo processo de lavagem cerebral por duas alas ideológicas que enganam a população com promessas irrealizáveis no atual sistema democrático burguês que molda a estrutura do estado. Lula promete empregos, cerveja e picanha – inviável sem a quebra da PEC do Teto, imposta pelo sistema financeiro ao qual o PT, desde 2002, está vinculado – e Bolsonaro acena com defesa dos costumes, segurança e combate a corrupção – apelando a uma pauta conservadora ao mesmo tempo que se mantém dentro do esquema capitalista global que o financia. A vanguarda dessas duas alas apostou numa campanha suja e mentirosa: dum lado a esquerda fala de ameaça a democracia – da qual Bolsonaro é produto - enquanto a direita, na falta de propostas concretas, apela para uma ameaça comunista inexistente. No fim das contas ambos contribuem para a continuidade desse modelo politico onde vigora um controle oligárquico das altas finanças mascarado de democracia produzindo o medo dum golpe militar ou dum golpe comunista, duas realidades longínquas, para mobilizar massas e garantir votos dos idiotas úteis, ingênuos demais para saberem que estão sendo usados e para qual fim os utilizam. Todo esse processo, todavia, mostra que o povo, manietado por duas forças políticas que apelam para anseios legítimos, está votando em ambas pelas razões certas – costumes e trabalho - mas enganados quanto a capacidade delas de encaminharem a solução.


Daí a importância de resgatar o pensamento de Carl Schmitt nessa hora grave do país. O teórico político alemão mostra a incapacidade do parlamentarismo burguês em proteger o povo dos seus inimigos. Um povo somente existe quando ele pode determinar autonomamente, existencialmente, quem é amigo e quem é inimigo. Quando um povo renuncia a essa responsabilidade em prol de um ideal apolítico como “humanidade”, “direitos humanos”, “democracia”, “respeito às liberdades” o político enquanto poder não desaparece do mundo: desaparece apenas um povo fraco incapaz de se defender das ameaças. Exemplo disso é o que saiu recentemente no Jornal Gazeta do Povo sobre como o Lobby do Aborto no STF é financiado por ONGs dos EUA/ Europa. O Brasil está a beira dum inverno demográfico sem ter vivido um auge civilizacional – algo incomum e que pode nos condenar a jamais ocupar um lugar de relevância na história da civilização pois estamos envelhecendo antes de virarmos uma potência, vocação a qual o Brasil é chamado pelo seu imenso território – e isso por que nunca formos capazes de opor resistência àqueles que impedem nosso desenvolvimento. Isto está diretamente relacionado ao modelo parlamentar que adotamos , cópia da Europa Ocidental e do sistema estadunidense. Pertence à essência do liberalismo burguês – criado por Guizot, teórico francês - não tomar decisões, e, por isso, a burguesia política pode ser descrita como ‘uma classe que discute’”, que transfere toda atividade política ao discurso parlamentar ou à via da imprensa. A discussão liberal seria uma prova manifesta de um modo de pensar tipicamente conciliatório, incapaz, por isso, de gerar decisões necessárias a defesa do povo.


Por isso, se ao Parlamento é feita a pergunta “Cristo ou Barrabás?”, ela é respondida com uma moção de adiamento ou com a instalação de uma comissão de inquérito. E aqui o objetivo é simples: retirar da mão do Estado e do Povo a capacidade de decidir contra interesses estabelecidos. Num quadro de crise histórica o Estado Liberal é incapaz de resolver as necessidades vitais duma nação pois para um liberal a lei é norma inflexível e as constituições verdadeiras “bíblias”. Um Estado Forte que não seja limitado pelo direito é juso quando estamos perante o risco duma futura extinção a medida que vamos sendo sugados pelos poderes financeiros internacionais. É fundamental ressaltar isto dado que o liberalismo se caracteriza por ser um “Estado de Direito” no qual seu poder é limitado pela Constituição. E aqui se evidencia a hipocrisia subjacente ao Bolsonarismo e ao Petismo: se o primeiro fala de “revolução comunista iminente” e o outro de “ameaça de uma nova ditadura militar” seria de esperar que ambos defendessem medidas draconianas, ou seja, Estado Forte, mas ao contrário apelam para “liberdade” ou “democracia” em suma, a velha receita de enfraquecimento do país frente as supostas ameaças internas que ambos alegam existir e que não poderiam ser resolvidas por meio do diálogo democrático ou garantia das liberdades. Neste momento a nós nacionalistas e dissidentes, absoluta minoria num país que enlouqueceu, resta explicar as massas que um governo submetido aos banqueiros não pode prover nem empregos de qualidade, nem fim da corrupção e do crime, nem defesa dos valores morais. É necessário, enquanto somos minoria, fazer um trabalho de crítica e esclarecimento desmascarando a mentira petista e da direita liberal conservadora mostrando que só uma frente nacionalista que reafirme nossa Soberania pode nos libertar e que as promessas dos políticos do sistema não passam de ilusão.

quarta-feira, 27 de julho de 2022

É falso que a Igreja maltratou índios nas escolas do Canadá

Francisco diz no Canadá que "fé não pode ser imposta" porém isso não aconteceu nas escolas indígenas administradas pela Igreja no Canadá: na maioria dos casos os pais indígenas mandavam seus filhos a estes estabelecimentos por livre vontade. 

 


    Um grupo de cerca de uma dúzia de acadêmicos no Canadá não acredita em toda a história sobre as escolas residências, administradas por freiras e padres, para crianças indígenas, que o Papa Francisco endossou chegando ao disparate de pedir perdão sobre fatos nunca comprovados. Antropólogos militantes pela pauta decolonial com ajuda da mídia internacional criaram a narrativa de que religiosos católicos associados ao estado canadense, teriam perpetrado um “genocídio” cultural e maus tratos generalizados sob a justificativa de salvar almas e civilizar selvagens. Porém diversos historiadores profissionais negam a versão assumida por Bergoglio. “Nenhum corpo foi encontrado”, disse Jacques Rouillard, professor emérito do Departamento de História da Université de Montréal, ao The Post. “Após meses de recriminações e denúncias, onde estão os restos mortais das crianças enterradas na Escola Residencial Indígena Kamloops?” Larry Read, porta-voz dos responsável pela comissão que analisa a denúncia, confirmou que nenhum corpo ainda foi exumado da escola Kamloops e nenhuma data foi definida para iniciar as escavações. Ele acrescentou que o relatório que mostra os resultados do radar de penetração no solo (GPR) não foi divulgado. Rouillard, que primeiro defendeu o que disse ser uma total falta de evidências para as valas comuns em um ensaio de janeiro, não nega que abusos graves possam ter ocorrido em escolas residenciais. 

Mas ele e outros questionam a narrativa altamente carregada sobre a escola Kamloops, que inclui crianças sendo assassinadas e enterradas no que alguns alunos do passado dizem ser um pomar de macieiras. Sarah Beaulieu, antropóloga da Universidade de Fraser Valley, foi contratada para escanear e pesquisar o local. Ela disse que sensores remotos detectaram “anomalias” e “reflexos” que indicam os restos mortais de crianças. Eles usam muitas palavras como ‘genocídio cultural'”, diz Rouillard e que “Se isso for verdade, deve haver escavações. Tudo é mantido vago. Você não pode criticá-los. Os canadenses se sentem culpados, então ficam quietos.” Os membros da “Primeira Nação”, índios que se consideram os descendentes dos indígenas que viviam no país antes da chegada dos europeus acreditavam há muito tempo que a área continha os restos mortais de estudantes de Kamloops. Quando eles decidiram usar os fundos federais que conseguiram durante o Covid para contratar um especialista para procurar os restos mortais, os resultados foram rápidos o que aponta para uma provável fraude paga para favorecer uma pauta política. Do ponto de vista do analista Yellowhorn, a evidência real da vala comum no local de Kamloops é escassa. Tudo o que o radar mostra é que existem anomalias ou reflexos”, disse ele. “A única maneira de ter certeza é descascar a terra e verificar o que está por baixo. Não chegamos ao ponto em que podemos fazer isso. É um trabalho enorme.” Apesar de seu próprio ceticismo, Yellowhorn diz que é perfeitamente possível que, se as escavações forem realizadas em Kamloops, restos humanos reais possam ser encontrados, assim como em 2014 na Irlanda, depois que o radar de penetração no solo mostrou anomalias em uma das notórias mãe do país e lares de bebês. Já a professora canadense Frances Widdowson disse que ninguém se atreve a questionar os líderes indígenas no Canadá nos dias de hoje, o que torna difícil verificar suas alegações sobre restos mortais de crianças enterrados. 

Afinal, os detentores do conhecimento não podem ser questionados, porque fazer isso seria visto como ‘desrespeitoso'”, escreveu Widdowson em “The American Conservative” em fevereiro. Widdowson é um ex-professor titular da Mt. Royal University em Calgary. Widdowson escreveu que a conversa “sinistra” de crianças indígenas enterradas circulou por mais de 25 anos e “agora está firmemente arraigada na consciência canadense”. Mas ela disse que não há provas concretas. Os professores canadenses também discordam dos relatos de que pelo menos 150.000 crianças indígenas foram forçadas a frequentar escolas residenciais, o que agora é aceito como evangelho no Canadá. Flanagan e outros historiadores dizem que o número é, na melhor das hipóteses, enganoso – porque uma grande porcentagem de pais indígenas optou voluntariamente por escolas residenciais, pois eram a única maneira de seus filhos obterem educação. 


Tom Flanagam, historiador da Universidade de Calgary


O caso de Tomson Highway, um Cree puro-sangue, mostra isso; ele é um conhecido compositor, autor e pianista canadense. Agora com 70 anos, ele conta que “a escola mais próxima de onde sua família perambulava como nômades ficava a 300 milhas ao sul, então a ideia de podermos caminhar alguns quarteirões até a escola ou pegar o ônibus para o ensino médio era um luxo inimaginável, não conseguíamos conceber isso”, disse ele. Então, para receber educação, Highway disse que entrou na Guy Hill Indian Residential School, em Manitoba, em 1º de setembro de 1958. Highway, que escreveu sobre sua infância sub-ártica em “Permanent Astonishment” do ano passado, disse que credita seus anos passados em Guy Hill por seu sucesso na vida. Fui porque meu pai queria”, disse Highway sobre seu pai, um caçador de caribus e campeão de trenós puxados por cães que era analfabeto. “Meu irmão mais velho também era analfabeto. Ele não queria que a mesma coisa acontecesse com o resto de nós, crianças. Então nós fomos."Highway disse que a escola de Guy Hill não era perfeita e que ele testemunhou e sofreu alguns abusos. Mas “não vi nenhuma morte estranha”, disse ele. “Muitos dos brancos de lá eram gentis. A educação que obtive lá... me preparou para a vida”. 


Tomsom Higwhay


Diante do exposto o endosso de Bergoglio a esta acusação é uma irresponsabilidade e um verdadeiro perigo sobretudo por que ela vem sendo ecoada para promover queima de Igrejas no Canadá e posterior eliminação do cristianismo através de um acerto de contas com o Catolicismo por supostos crimes cometidos na era colonial.


quarta-feira, 13 de julho de 2022

Por que o "marxismo" cultural é capitalismo?


 




A direita conservadora costuma fazer uma enorme confusão quando o tema é família e marxismo. A compreensão dominante na cena conservadora é que a nova esquerda é marxista e que o marxismo propugnava a destruição da família patriarcal. A raiz da confusão é a leitura superficial que fazem do livro de Engels sobre a Origem da Família, da Propriedade e do Estado, no qual ele postula que foi o desenvolvimento da propriedade privada que criou o patriarcado – um chefe com poder sobre os membros da gens ou clã – e que essa instituição estabeleceu o primeiro antagonismo de classes, entre homem e mulher, e por tabela o Estado. Engels considera, erradamente, que antes do estabelecimento do patriarcado teria existido um matriarcado e que nele, vigoraria o comunismo de bens e de relações sexuais: todos os homens do clã seriam de todas as mulheres e vice versa, sendo os filhos daí gerados, responsabilidade de todo o clã. Nesta forma de família a parentela é estabelecida pela linha materna, cabendo as matronas definir o lugar e função de cada membro do clã além de distribuir os bens como alimentos e campos de cultivo. Pois bem: essa tese jamais foi confirmada pelos antropólogos ou historiadores embora tenha sido defendida por Bachofen e Frazer, no século 19, que pegaram casos isolados de tribos do Havaí e Polinésia para generalizar que todos os povos passaram por um estágio de matriarcado para depois transitarem para o patriarcado. Hoje os antropólogos concordam que não existem provas consistentes de sociedades francamente matriarcais.


O erro dos conservadores é ignorar que o marxismo nunca adotou como práxis a luta contra o patriarcado mas sim a luta de classes, meio para debelar uma revolução que estabeleça uma propriedade coletiva dos meios de produção, que ficariam sob a regência do estado e não dum matriarcado. É verdade que Engels dizia, na obra supra citada, que “um lar sob direção feminina é um lar comunista” mas tomando em consideração a estrutura social de tribos polinésias em que uma suposta gens oriunda duma matriarca tinha bens em comum. Também é verdade que para o marxismo o fim do patriarcado virá com o fim do capitalismo: mas o foco nunca foi destruir o primeiro e sim o segundo para acabar com o primeiro. O marxismo nunca teve nem terá como foco a destruição duma estrutura familiar qualquer pois para Marx e Engels essas estruturas são produto do modo de produção capitalista e não realidades autônomas que poderiam deixar de existir mesmo dentro duma sociedade e economia capitalista.


A nova esquerda, nos anos 60, inverteu essa equação pois ela espera destruir o capitalismo matando a família patriarcal, nuclear, burguesa (que aliás são conceitos diferentes e que são confundidos pelos autores da esquerda). Marcuse, autor neomarxista, na obra Eros e Civilização, é quem vai avançar na tese de que a liberação da libido seria uma frente de luta contra a sociedade do capital. Assim ele entende que destruída a família patriarcal que reprime a libido, surgiria uma nova forma de sociedade onde o corpo do sujeito sexualizado daria lugar a novas relações de trabalho, abrindo caminho para o fim do capitalismo.


Acontece que o capitalismo já destruiu a família patriarcal que consistia no pai de família controlando os meios de produção; a industrialização acabou com a oficina familiar; o que restou do patriarcado foram alguns dispositivos jurídicos e uma cultura que diferencia o papel sexual masculino e feminino; para eliminar de vez esses resquícios o capitalismo soube absorver a proposta neomarxista desenvolvendo novos nichos de mercado a partir do Maio de 68, movimento claramente influenciado pelas teses marcusianas, através da indústria pornográfica, da erotização da cena musical internacional, etc. A nova ênfase cultural no desejo individual – proporcionada pelo marcusianismo - permitiu realocar capital em produção voltada a demanda e a diversificação de produtos, atendendo ao gosto do cliente, dando vazão, nos anos 70, a uma reestruturação do sistema capitalista mantendo-o como modelo vigente face a concorrência do socialismo soviético, cada vez mais estagnado. Nesse contexto é que entra a segunda onda do feminismo que assumiu a tese dum matriarcado nas origens da humanidade mas dentro dum enquadramento liberalizante: o objetivo não era recriar os velhos clãs matriarcais mas usar a tese para propagar a idéia de que não há uma natureza feminina ligada a cumprir uma missão como esposa e rainha do lar que era o valor dominante nos anos 50/60. Essa segunda onda visava liberar a mulher do esposo, pelo divórcio, da casa, pela inserção no mercado de trabalho, da maternidade, pelo uso de contraceptivos e pelo recurso ao aborto para dar vazão a liberdade sexual. Isso ajudou decisivamente a modernização técnica e produtiva do capitalismo dos anos 70 pois houve uma corrida ao corte de custos com substituição de fontes de mão de obra remunerada mais cara por outras mais baratas com destaque para a feminização da força de trabalho remunerado. Tanto é verdade que em 1940, as mulheres casadas que viviam com os maridos e trabalhavam por salário somavam menos de 14% do total da população feminina dos EUA. Em 1980, eram mais da metade.


Agora os novos formatos de “família” defendidos pelos partidos de esquerda não estão trazendo nenhum novo formato de propriedade capaz de desafiar o modo de produção capitalista: boa parte da militância lgbt é para que duplas gays possam se casar no civil a fim de que possam ter seus direitos patrimoniais garantidos. E não faltam pessoas de direita que defendam um contrato civil entre os envolvidos para assegurar seus direitos de propriedade individual.


Num futuro não muito distante, todo esse experimento em torno de novos arranjos “familiares” - mães solo, “famílias” formadas por filhos de pais diferentes, trisais, duplas lgbt – pode criar um caldo confuso em que será praticamente impossível determinar um herdeiro inconteste do patrimônio familiar, mas isso de per si não gera um contexto propício a retomada da propriedade coletiva, favorecendo o comunismo. Pelo contrário isso estabelece de vez a soberania do indivíduo contra o estado, a religião, a sociedade, a quem caberá decidir, em última instância, o que é ou não família.

quinta-feira, 23 de junho de 2022

E. Jones revela como a CIA interferiu no Concílio Vaticano II e por que a Igreja tem perdido a luta cultural

 

Padre Murray, agente da CIA infiltrado no Vaticano II

 

    A guerra psicológica e doutrinária da CIA, tornou-se operacional em 1953. Em outras palavras, antes que possamos entender o que está acontecendo agora temos que voltar atrás e entender o que aconteceu em 1953, o ano crucial em que a CIA assumiu a Casa Branca e inaugurou a era da guerra psicológica, efetivando, no Irã, o golpe de Estado que derrubou Mossadegh e colocando o fantoche da América, o Xá Reza Pahlevi no Trono do Pavão. 1953 foi também o ano em que a CIA lançou o seu programa de guerra doutrinal contra a Igreja Católica. O programa foi criado por um professor da Universidade de Georgetown com o nome de Edward Lily, mas seus principais executores eram Henry Luce, editor e fundador da revista Time, John Courtney Murray, o jesuíta que aconselhou Luce em assuntos católicos, e CD Jackson, o agente da CIA que era o enlace da agência com a publicação império Time / Life.


   A CIA precisava de uma narrativa de base para orientar eventos. E, ao longo dos anos 1950 os agentes Jackson e Luce tinha trabalhado nas páginas de TIME para produzir essa narrativa. Eles haviam lançado o padre Murray como o servo sofredor, vítima progressiva do retrógrada e tradicionalista Cúria Romana, liderada pelo Cardeal Ottaviani. Qualquer um que defendeu Ottaviani, como PP. Fenton e Connell, foram simplesmente ignorados ou retratados como atrasadas, teólogos judiciais de pensamento cabeça-dura. A Revista Time retratava João XXIII como um Papa essencialmente americanista. Jackson e Luce criaram a expectativa de que grandes mudanças estavam vindo da Igreja Católica. 


    A partir de 1963, Murray, Luce, e Jackson usando programa de guerra doutrinal da CIA, passaram a interferir no Concílio Vaticano II e transformá-lo no que o Papa Bento XVI chamaria mais tarde de "o Conselho dos Meios de Comunicação" que passava a dar a interpretação conveniente dos Documentos da Igreja, não importa o que eles realmente dissessem. Murray continuou esta campanha de guerra psicológica, escrevendo as notas à tradução Abbott, dedicada a falar da "Dignitatis Humanae". Essas notas davam a impressão de que a Igreja Católica aceita agora a versão americana da liberdade religiosa e a separação entre Igreja e Estado.


     As Notas de Murray enfatizaram o valor da Primeira Emenda e imunidade de coerção. Fiel a seus assessores norte-americanos, os comentários de Murray também apontou para o comunismo soviético como a única verdadeira ameaça para a liberdade e para a Igreja Católica, omitindo o liberalismo.


    1965, o ano em que o Concílio Vaticano II terminou, foi também o ano em que a Igreja Católica abandonou o ensino tradicional sobre a relação entre a Igreja eo Estado. Em vez de reclamar, como o Papa Leão XIII tinha feito, que a Igreja era para o estado o que a alma é para o corpo, a Igreja aceitou agora a separação americana de igreja e estado como algo, não apenas para ser tolerado, mas algo bom em si mesmo .


    Os resultados desta decisão tem sido desastrosos, tanto para a Igreja quanto para o mundo: sem o abrigo do Estado a Igreja Católica perdeu todas as batalhas nas guerras culturais por 50 anos. 


    A Igreja falhou consistentemente porque nos últimos 50 anos, ela tem sido intelectualmente destruída por um conjunto de idéias ruins que garantem o fracasso. A principal idéia ruim no cerne do problema é a liberdade religiosa. Os católicos tem falhado pois aceitando a filosofia libertária para a ordem econômica e política imaginando que isso os protegeria do comunismo mas isto levou à sociedade aceitar o libertarianismo com respeito a toda a ordem social. E as Sagradas Escrituras nos ensinam que parte da vida é a guerra contra as paixões e a mentira da qual as falsas religiões são expressão, e o libertarianismo rejeita essa guerra.Sem uma guerra da Igreja contra o Liberalismo ele continuará perdendo as batalhas contra o mundo e seu príncipe, o Diabo. 


- Adapatado de E. Michael Jones

sábado, 23 de abril de 2022

Guerra justa é só a guerra defensiva? A opinião de São Gregório de Tours!

 

Clóvis, rei franco, teve suas guerras ofensivas celebradas por São Gregório de Tours



Diante da operação especial da Rússia na Ucrânia - classificada por inúmeros "analistas" como guerra ofensiva - a consciência católica se pergunta se tal empresa é justa ou não, afinal, via de regra, prevalece a posição de Santo Agostinho que concebe apenas a guerra defensiva como moralmente válida. 


O primeiro ponto a que devemos nos ater é que o conceito de defesa não é tão restrito como alguns imaginam: em certas ocasiões é preciso atacar para não ser atacado, aquilo que, na doutrina militar, chamamos de "ataque preventivo". A operação especial da Rússia na Ucrânia - lembro que não houve uma declaração oficial de guerra - pode ser classificada como ataque preventivo contra a expansão da Otan e a probabilidade de instalação de bases nucleares norte americanas na Ucrânia, colocando a Rússia, e o mundo, em severo risco o que justificaria a medida tomada pelo Kremlin. 


O segundo ponto é que santos como Gregório de Tours, autor da famosa "História dos Francos", chegou a justificar a guerra ofensiva. E aqui precisamos focalizar a biografia que Gregório faz da vida de Clóvis que uniu a tribo dos Francos e se aliou a Igreja, sendo o primeiro rei do Estado Franco. Ao suceder seu pai, Childerico, Clóvis herda o controle de Reims e Tournai. Percebam que Clóvis não se limitou a manter as terras herdadas mas ampliou seus domínios vencendo os turíngios e conquistando Soissons. A tomada de Soissons por Clóvis foi consagrada pelo Bispo local. Depois que Clóvis se converte a fé cristã ele acumula vitórias em guerras ofensivas contra os alamanos e burgúndios, povos bárbaros ainda pagãos. Quando de sua guerra contra os visigodos vai invocar a proteção de São Martinho na Basílica de Tours. Clóvis termina vencedor e é declarado augusto e cônsul. Gregório de Tours vai definir Clóvis como fiel cumpridor da vontade de Deus e que a recompensa pela sua fidelidade era a vitória nas batalhas expansionistas. Gregório usa as seguintes palavras:

"dia a dia Deus entregava seus inimigos em sua mão e aumentava seu reino pois Clóvis caminhava com Deus com coração reto e fazia o que era agradável aos seus olhos".

Percebam que Gregório faz vista grossa sobre a inteira falta de escrúpulos de Clóvis em aumentar seus domínios quanto em executar os seus adversários, inclusive familiares. Sabe-se que Clóvis, para unificar os francos, matou inclusive seus parentes fazendo o sangue jorrar em profusão. Apesar disso Gregório entende que Clóvis não era merecedor de censura pois fez isto tudo para maior glória de Deus já que a expansão de seu reino era, por tabela, a expansão da cristandade católica tanto que depois de sua morte ele é enterrado na Basílica dos Santos Apóstolos e celebrado como um Novo Constantino. 


Logo quando um rei ou chefe é protegido de Deus e faz guerras ofensivas para espalhar o estado sob Deus o ímpeto conquistador parece justificado. Neste caso haveria uma exceção à regra geral de que a guerra defensiva é a única legítima dum ponto de vista cristão. Um caso que nos ajuda a iluminar tal questão é o das Cruzadas: embora ele tenha iniciado sob a justificativa da agressão turca aos cristãos de Jerusalém, ela foi além do objetivo pontual de libertar os locais sagrados da infâmia dos turcos expandindo o domínio cristão sobre toda a Palestina com o Reino Latino de Jerusalém cujos domínios iam de Edessa, passando por Antioquia, Trípoli, Acre e Ascalão. 


Bibliografia

Brown, Peter. El primer milenio de la cristiandad ocidental. Barcelona, Crítica. 

Fletcher, E. The Barbarian Conversion. New York: Henri Holt. 

 

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

A Rússia de Putin é uma ameaça aos católicos?

 







Há muitos católicos temerosos dum neo-expansionismo russo . A alegação é que Putin poderia trazer de volta a práxis político da URSS marcada pela perseguição à religião que foi intensa e, num primeiro momento, atingiu todas as Igrejas: desde católicos a cismáticos “ortodoxos”, passando por protestantes batistas. Em 2008, quando apresentamos nossa monografia no curso de História da UERJ, mostramos como essa estratégia se desenvolveu e evoluiu até ao ponto que Stálin, percebendo a impossibilidade de destruir o sentimento religioso, resolveu favorecer a Igreja Ortodoxa Russa que historicamente vem sendo a religião predominante dos russos. Naquele período a “Ortodoxia” obteve um status de religião tolerada ficando sob forte controle do Politburo. Quando o regime soviético caiu a religião voltou a ter liberdade mas o número de católicos romanos era muito baixo, cerca de quinhentos mil quase todos ligados a minorias étnicas. A queda da URSS trouxe nos países que foram seus satélites, tensões entre o Patriarcado de Moscou e as Igrejas Católicas de Rito Oriental tanto na Criméia, quanto na Ucrânia e Romênia, acusadas pelos cismáticos “ortodoxos” russos de roubar templos e de influenciar cismáticos de outros patriarcados a reconhecer o papa como líder espiritual, coisa que o Patriarcado de Moscou não admite.



Sabemos que desde a ascensão de Putin o Estado e a Igreja Russa vem se aproximando de modo que o Patriarcado de Moscou hoje exibe um status privilegiado dentro do país. Na Rússia atual até os membros do partido comunista – que segue existindo sob a chefia de Zyuganov – se reconciliaram com a religião “ortodoxa”. Zyuganov já disse ao Patriarca de Moscou que o “maior erro dos meus predecessores foi que eles abandonaram a Igreja”. Logo, podemos ver um reencontro de Estado – Igreja mas sob a forma do cisma de 1054. Essa é a razão pela qual certos católicos imaginam que um crescente poder russo pode trazer problemas para a Igreja de Roma. Inclusive, na época da tomada da Criméia por Putin, houve padres romanos que relataram perseguições tais como o cura Iavorski, que foi sequestrado; acontece que ele era capelão das forças armadas e da polícia e sabemos que em uma guerra os alvos prioritários são os oficiais e soldados.



Portanto o uso desse fato para justificar um temor de perseguições russas generalizadas ao catolicismo, na era Putin, é, ao meu ver, exagerada e usada para fins de legitimação do ocidente entre católicos. A questão, apesar de pertinente, deve ser pesada sob três aspectos:



1- A nova constituição russa dá voz a religião na vida pública e reconhece como religiões do povo o “budismo, o islamismo e a ortodoxia”, estando o catolicismo excluído. Lembro que a Rússia é um país multiétnico que tem populações de origem mongol na Sibéria – onde o budismo se faz presente – e de origem tártara que corresponde a catorze por cento da população e que é adepta do islão. Mesmo assim a religião católica tem a proteção da lei e segue viva entre as minorias étnicas (polacos, armênios, alemães) na Rússia.



2- No ocidente laico a religião – seja qual for – está excluída da vida púbica e cada vez mais ameaçada pela pauta lgbt que se vale da “homofobia” - expressão imprecisa, lata e que abre brecha para qualquer coisa ser tipificada como tal, até a simples lembrança por parte dum padre católico ou “pastor” protestante de que a única prática sexual aceitável ante Deus é a entre homem e mulher casados  – para criminalizar tacitamente todas as religiões monoteístas.



3- Um império russo sobre a Europa talvez trouxesse dificuldades para os católicos romanos de países do leste europeu – caso a Rússia conquistasse essas regiões - onde eles são minoria frente aos cismáticos – Caso da Sérvia, Macedônia, da Bulgária, etc – dada a relação íntima Estado e Patriarcado no Regime de Putin mas também haveria choques com os patriarcados 'ortodoxos' locais, independentes de Moscou e que, dificilmente iriam ceder a um status de submissão; por isso mesmo é difícil apostar que um tal Império pudesse se estabelecer sem um acerto prático com o Vaticano e com a maioria católica na Polônia e da Hungria que nem mesmo o totalitarismo comunista pode eliminar – isso, é claro, na improvável hipótese duma expansão desse quilate.




Isto posto, pesadas as vantagens e desvantagens duma possível expansão russa é preciso dizer que:




1- As desvantagens seriam maiores em regiões onde a Igreja já enfrenta dificuldades – países de maioria cismática – e menores em países onde ela é maioria – isso se pensarmos na possibilidade remota duma restauração do Império Romano sob Putin em que ele governasse de Paris a Moscou.




2- O mais provável é que a Rússia busque apenas uma retomada do antigo espaço territorial da URSS, e isso só será possível se Putin tiver sucesso na Ucrânia. As vantagens dessa expansão – pensando em termos duma improvável conquista da Europa – seria o colapso do regime liberal que, pouco a pouco, vai criminalizando qualquer religião que defenda a lei natural. Num quadro desses Putin teria que se apresentar como defensor dos direitos tradicionais da religião em geral e mesmo que desse status privilegiado ao Patriarcado de Moscou teria que reconhecer os direitos dos católicos romanos e de outras Igrejas a fim de ter base para governar como o novo Augusto.




3- Putin pode não ser um novo “Carlos Magno” do qual a catolicidade precisa mas ajuda a frear o liberalismo ocidental e a manter de pé a lei natural. Já tivemos no Ocidente, mais precisamente nos EUA, agentes de cartório sendo presos por se recusarem, por conta de sua fé, a celebrar casamentos lgbt. Impensável tal coisa num mundo sob Putin que, aliás, sempre manteve a linha de diálogo aberta com Roma desde sua visita a Bento 16 em 2007. .

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Lista de heresias públicas, notórias e pertinazes de Olavo de Carvalho, morto na impiedade




Lista de heresias públicas, notórias e pertinazes de Olavo de Carvalho, morto na impiedade:


- Negação da Graça;

A inteligência pode, por si mesma, elevar-se a esfera do infinito e absoluto...Somente o cultivo do intelecto abre o homem para a dimensão do espírito, colocando-o acima de si mesmo / 05-04-2017

- Identidade substancial entre Deus e o homem;

"Deus não é "exterior" à consciência: é o seu núcleo mais íntimo e pessoal" "Todo ser humano possui esse núcleo". "Descoberto sob a dupla aparência de consciência e de presença, é o mesmo Logos, a mesma Inteligência que se manifesta dentro e em torno de nós, que dialoga comigo sempre que um homem vê uma pedra e a pedra é mostrada ao homem"(Olavo de Carvalho, artigo Lux in Tenebris", in Jornal da Tarde, 25- XII- 1997).

- Deus impossível de ser conhecido pela razão;

" Se há um Deus onipotente, onisciente e onipresente, é óbvio que não podemos conhecê-Lo como objeto, ou mesmo como sujeito externo, mas apenas como fundamento ativo da nossa própria autoconsciência, maximamente presente como tal no instante mesmo em que esta, tomando posse de si, se pergunta por Ele." - Deus dos Palpiteiros, artigo de 2009.

- Teologia não é superior à Filosofia

"a diferença entre teologia e filosofia não é a diferença existente entre duas ciências ( uma superior e outra inferior e subordinada) mas, sim, a mesma diferença que há entre fatos e teoria." - http://catolicidadetradit.blogspot.com.br/.../olavo-de...)

- A mente individual deve examinar o dogma (heresia modernista que visa ressaltar a necessidade de estudar o dogma a luz de sua evolução a fim de concluir que dogmas não caem do céu mas são interpretações da mente humana em face de um problema religioso)

"ninguém tem o direito de proibir que a mente individual, no empenho de compreender o sentido do dogma proclamado, siga mais ou menos os mesmos passos da discussão, detendo-se em cada dificuldade pelo tempo necessário, mesmo conhecendo de antemão o resultado a que deva chegar. Afinal, uma conclusão só faz sentido como resposta à dificuldade que a suscitou".

- Cristianismo é esoterismo

"Quando fui para a Tariqa não estava atrás de religião mas dum conhecimento mais profundo da vida espiritual, independente de preferências confessionais... Foi só quando conheci Schuon que entendi que o Cristianismo era uma ciência, a Ciência das Ciências". 15 de Março de 2014

- O magistério é incapaz de assegurar a fé;

" o processo do conhecimento - incluído aí o conhecimento da fé - não pode ser transmitido por uma autoridade coletiva - quer dizer por um magistério público como o magistério da Igreja - mas tão só por indivíduos que tenham elaborado a "verdade fática" do cristianismo interiormente para dar a ela forma teórica. A um outro indivíduo que recebesse a teorização da fé em forma de dogma caberia fazer o processo de ligação entre a teoria e os fatos que são a essência mesma da fé; ou seja, não basta para cada fiel receber as fórmulas dogmáticas para terem acesso a fé: eles devem obrigatoriamente reconstituir a "verdade fática" originária em seu interior. Só aí o legítimo entendimento do dogma seria possível...o dogma não garante a verdade doutrinal, assim sendo os ensinamentos solenes do magistério nada resolvem, pois toda fórmula, pelo caráter simbólico que tem, pode deslindar para a heresia já que sempre permitiria diversas interpretações."- Março de 2014

- Maçonaria é compatível com Catolicismo;

""Conheço muito católico que está na maçonaria que é bom católico...esses que lutam pela pacificação da maçonaria com a Igreja Católica...eles estão certos" - Ouçam o áudio aqui: http://imperiya.by/.../Olavo-de-Carvalho...)

- EUA maior nação cristã da História;

"Maçonaria fez muita merda na história mas criou os EUA que são a maior nação cristã da terra...então é um meio a meio...a maior nação cristã do mundo foram os maçons que construíram" de 00:20 a 01:00 minuto no áudio acima.

- Maçonaria não é anticristã;

"há evidente mistificação em interpretar toda a simbólica maçônica...no sentido de um anti cristianismo"- Olavo de Carvalho na p. 237 do Jardim dos Aflições.

- Separação entre fé e autoridade da Igreja;

"Fé não é crer no que a autoridade diz mas permanecer fiel a uma verdade conhecida" - 26/01/2018.

- Anticlericalismo;

"O filhinho de Georges Bernanos quando via uma comissão de padres para visitar o pai anunciava:
Pai, os idiotas vem aí." - 26/01/2018

- Dogmas são produtos da interpretação da mente e não verdades caídas do céu;

"Um só dogma pode ter mil transposições filosóficas diferentes"- 25/01/2018.

- Salvação só por "fé" sem obras;

"Se só a fé salva mas a fé sem obras é morta devemos fazer o bem para dar a Deus um pretexto elegante para nos salvar" - 21/12/2016

- Preservar pessoas de contato com o demoníaco é um erro;

"A falta de contato com o reino do demoníaco impede o acesso a vida religiosa profunda, às profundezas da filosofia e às profundezas das artes e ciências

Israel Azevedo: Professor, quando o senhor fala de contato com o demoníaco, o que quer dizer?

Olavo: todo o reino do ocultismo" - 18/01/2018.

- Legitimação do Juros e da Usura ( Artigo http://www.olavodecarvalho.org/.../capitalismoecristianis...)

- Condenação da Doutrina Social da Igreja e legitimação do liberalismo ( Artigo http://www.olavodecarvalho.org/.../capitalismoecristianis...)

-O homem não precisa da revelação para chegar a Deus;

"a Filosofia no sentido mais puro", buscando "a unidade do conhecimento" encontra Deus no mais fundo da consciência humana " (Cfr. Olavo de Carvalho, Seminário de Filosofia de Olavo de Carvalho, bloco 8, junho de 1998, p. 15).

Provérbios 10, 7: A memória do justo é abençoada, mas o nome dos ímpios apodrecerá. 
Caio César, Bruno Menezes e outras 5 pessoas

sábado, 22 de janeiro de 2022

A mídia mente sobre Bento 16 e Pedofilia: entenda por quê!


 




    A mídia internacional deu destaque a uma manchete que aponta Bento 16 como culpado por abusos sexuais de padres contra crianças. No Brasil a Gazeta do Povo, aqui: https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/breves/papa-emerito-bento-xvi-sabia-de-casos-de-abuso-de-criancas-na-alemanha-diz-relatorio/, traz uma matéria sobre isso. A tática da grande mídia, quando se trata da Igreja Católica, é velha e já foi delineada lá no século 18 por Voltaire que mandava “esmagar a infame” se referindo ao Catolicismo. É a estratégia do “Calunie sem cessar. Algo fica”. Isto posto é preciso lembrar como Bento 16 lutou, quando Papa, contra a pedofilia no Clero criando mecanismos mais eficazes de combate à mesma.


    Cabe lembrar como Bento 16 posicionou o cardeal Bertone como secretário de Estado e que foi ele quem segurou as decisões nada simpáticas do então Papa contra o Cardeal Mahony de Los Angeles que acobertou crimes de pedofilia de seus padres. Bento 16 criou instrumentos para punir bispos omissos nos casos de pedofilia e isso desagradou imensos setores do episcopado que se voltaram contra Bertone, dando começo a crise que levaria a renúncia de Ratzinger, que era quem sustinha, como Secretário de Estado, estas medidas. Importa entender que o Papa não pode demitir um Bispo que acobertou pedófilos; o código de Direito Canônico só considera esta possibilidade em casos que atentem contra a verdade de fé. A pedofilia é ato gravíssimo mas não é contra a fé. No entanto Bento 16, como possuidor de poder pleno e supremo para julgar e legislar na Igreja, criou mecanismos que levam um bispo a pedir demissão. Mas agora tudo isso passa ao largo da cobertura midiática: o que importa é difamar a Igreja. Notem que a matéria acima elenca que a investigação chegou a conclusão que quando Bispo de Munique, foi informado de padre abusadores mas não agiu para afastar os suspeitos. 

    Cabe lembrar que uma mera denúncia, sem indícios veementes, não é suficiente para afastar um padre de seu ofício. Exigir que sanções fossem tomadas pelo simples fato de ter sido “informado” beira o absurdo. A matéria não esclarece se uma investigação foi instaurada e a suspeita afastada. 

    Bento 16 já teve a oportunidade de abordar o problema: o ex-papa aduz que a culpa disso é da revolução sexual. Nesse gráfico https://www.bishop-accountability.org/reports/2004_02_27_JohnJay_original/cleric3.pdf podemos ver que a década que produziu o maior número de abusadores sexuais foi, de fato, a década de 1960. 

    Por que a mídia, que exalta a revolução sexual, não põe na sua conta a culpa pela pedofilia no clero? Aliás outra pergunta que não quer calar é por que os órgãos de informação não abordam os fatos trazidos à baila pelo trabalho de Michael Rose ( que vocês podem ler aqui https://catolicidadetradit.blogspot.com/2013/02/como-o-movimento-gay-penetrou-na-igreja.html) sobre a penetração de homossexuais nos seminários católicos, por obra do movimento LGBT, e como isso impactou na pedofilia dentro do clero?