Adeus, Homens de Bem.
Como os Liberais trouxeram a corrupção para a Igreja Católica
(Goodbye, Good Men: How Liberals Brought Corruption to the Catholic Church)
Como os Liberais trouxeram a corrupção para a Igreja Católica
(Goodbye, Good Men: How Liberals Brought Corruption to the Catholic Church)
Introdução
É
doloroso constatar o nível de degradação a que chegou grande parte do clero
atual, pós Vaticano II, com escândalos de toda natureza em toda parte do mundo.
Particularmente no campo da moral sexual, a mídia divulga cada vez mais casos
de pedofilia e homossexualismo envolvendo clérigos e religiosos católicos. Isso
se deve, em parte, à propaganda anticatólica massiva com a qual os meios de
comunicação têm bombardeado o mundo inteiro, e em parte à atual decadência
moral e doutrinária, talvez sem precedentes na História da Igreja.
O
livro recém lançado de Michael S. Rose, Goodbye Good Men, tenta
exatamente identificar por que o clero atual padece tão grande número de
escândalos. Sendo um católico conservador, ele atribui os problemas atuais da
Igreja à ala liberal que passou a dominá-la após o concílio Vaticano II, mas
não investiga os canais que este mesmo concílio abriu para que tais males
fossem perpetrados pelos herdeiros do modernismo do início do século XX e pelos
teólogos adeptos da Nova Teologia.
Em
suma, ele detecta o agente causador, o liberalismo clerical, mas não investiga
a sua origem, nem os mecanismos através dos quais ele empesteou a Igreja,
levando-a ao ponto em que se encontra atualmente.
Passemos
então a uma análise do conteúdo da obra.
Rose
inicia seu livro lembrando ter sido este publicado pouco depois dos escândalos
que balançaram os Estados Unidos em 2002, após a revelação dos crimes do padre
John Goghan (assassinado recentemente na prisão) e a denúncia de acobertamento
pelo Cardeal Bernard Law de Boston e sua posterior renúncia.
Tal
rede de escândalos e acobertamento é tão arraigada no meio clerical americano,
que este foi comparado por Patrick Buckanan, um político americano influente,
com os chefões da Máfia que arranjam refúgios para seus assassinos.
Em
resposta a tal acusação, o Bispo James Quinn, de Cleveland, sugeriu que os
líderes da Igreja deveriam guardar os registros de padres criminosos na
embaixada do Vaticano, que tem imunidade diplomática e não pode sofrer
investigações.
Porque
isto acontece? Para responder, Michael S. Rose entrevistou mais de 150 pessoas,
antes do acontecimento em Boston, dentre ex-seminaristas, padres e
especialistas.
De
acordo com Rose, a origem dos problemas de escândalos sexuais e seu
acobertamento, está na formação que os futuros padres recebem nos seminários.
Os
candidatos a padre que demonstram apoio total à doutrina católica,
principalmente no que concerne aos ensinamentos de moral sexual da Igreja, são
dispensados por serem considerados “homófobos rígidos e sem caridade”, enquanto
que os candidatos que se mostram contrários aos ensinamentos da Igreja e/ou se
declaram homossexuais abertamente, são acolhidos de braços abertos .
Uma
vez dentro dos seminários, os alunos são incentivados a deixar aflorar e
explorar sua homossexualidade, enquanto os alunos mais vinculados à moral
ensinada pela igreja são perseguidos e expulsos.
Segundo
Rose isto tudo é muito bem sabido em todos os círculos internos da igreja,
principalmente entre bispos e padres, mas muito pouco se faz para resolver o
problema.
Enfim,
Rose declara que os liberais seqüestraram e adulteraram o sacerdócio, de forma
a mudar a Igreja Católica em seu interior, a partir da degradação moral e
doutrinária dos seminários modernos.
Uma
Crise criada pelo homem
“Me parece que esta ‘crise’ de vocações é precipitada por
pessoas que querem mudar a agenda da Igreja, por pessoas que não suportam
candidatos ortodoxos leais aos ensinamentos magisteriais do Papa e dos bispos,
e por pessoas que desencorajam candidatos viáveis de buscar o sacerdócio e os votos
da vida religiosa como a Igreja define estes ministérios”.
Estas
são as palavras do Arcebispo de Omaha, Elden F. Curtiss citadas por Rose e que
resume todo o pensamento deste seu livro.
Um
ano após o Concílio Vaticano II, o padre jesuíta Robert E. McNally já previa
que haveria uma grande escassez de padres, e disse que “no curso do próximo
século o sacerdócio Católico pode quase desaparecer”.
Então,
segundo Rose, a falta de padres atualmente não é causada pela falta de
vocações, mas pelas atitudes e políticas deliberadamente e efetivamente tomadas
pelos diretores vocacionais e outras pessoas de influência no ambiente de
formação dos padres, de maneira a dispensar vocações sacerdotais verdadeiras. E
estas pessoas que desencorajam as vocações sacerdotais são as mesmas que
promovem a ordenação de homens casados e mulheres para substituir as vocações
tradicionais que eles mesmos abortaram.
Rose
segue afirmando que algumas dioceses americanas têm revisto mais cuidadosamente
os seminários e suas metodologias para seleção e formação de sacerdotes, e têm
obtido excelentes resultados.
A
diocese de Omaha, por exemplo, do citado Arcebispo Curtiss, tem conseguido a
ordenação de sete sacerdotes por ano para uma população de apenas 215.000
católicos.
Este
resultado salta a vista quando comparado com uma diocese mais “liberal” como
Wisconsin, por exemplo, que ordenou apenas quatro padres num período de oito
anos.
A
diocese ultraliberal de Milwaukee, liderada pelo arcebispo Rembert Weakland,
com uma população católica de 700.000, ordenou apenas dois padres em 2001.
Em
1991, o arcebispo Weakland, que não é “weak” (fraco) apenas no nome, escreveu
uma carta pastoral para os Católicos de Milwaulkee dizendo ao seu rebanho que
ele iria ordenar homens casados, sujeito à aprovação de Roma.
Em
1995 ele foi abertamente contra a carta pastoral Ordinatio Sacerdotalis,
do Papa João Paulo II, na qual o papa ensinou que a Igreja não tem a autoridade
para ordenar mulheres.
Este
mesmo arcebispo recentemente ‘antecipou’ sua aposentadoria, pois fora manchete
em jornais americanos por causa de um escandaloso caso de chantagem, onde se
revelou que ele pagara $450.000 dólares de sua diocese para calar um
homossexual que tivera um caso com ele logo no inicio de seu arcebispado.
Das
entrevistas realizadas por Michael S. Rose, ele conclui que os obstáculos que
impedem vocações verdadeiras são:
-
Um processo de seleção rigoroso e dirigido;
-
Aconselhamento psicológico antiético;
-
Corpo docente e diretores espirituais focados em detectar sinais de ortodoxia
entre os seminaristas.
-
Vida moral prática de alguns estudantes e de professores que não são
compatíveis com os padrões Cristãos.
-
Apoio a práticas homossexuais.
-
Promoção de idéias e ensinamentos que minam a crença católica nas doutrinas
mais fundamentais da Igreja.
-
Contestação aberta da liturgia apropriada e devoções tradicionais.
-
Abuso e manipulação psicológica e espiritual.
Segundo
Rose, aqueles em posição de autoridade nos seminários são motivados por um
desejo de “revisar” o sacerdócio e redefinir o ministério da Igreja de acordo
com seu próprio modelo (o modernista). Este modelo normalmente envolve mulheres
sacerdotes, paróquias dirigidas por leigos, adoração secularizada, e uma visão
“liberal” da doutrina da Igreja – em outras palavras, uma igreja dessacralizada
e “ politicamente correta.”
O
Fenômeno do Porteiro (The Gatekeeper Phenomenon)
Neste
capítulo Rose especificamente trata do assunto de rejeição dos candidatos logo
na entrevista de admissão dos seminários.
Atualmente,
cartas de recomendação, relatórios psicológicos e psiquiátricos, verificação de
antecedentes criminais, testes padronizados e uma série de entrevistas são os
filtros utilizados para seleção dos candidatos ao sacerdócio.
Tais
filtros, apesar de necessários, acabam sendo responsáveis pela eliminação de
muitos bons candidatos, uma vez que são orientados para selecionar candidatos
aptos a aceitar as modificações que os liberais introduziram e insistem em
introduzir na Igreja.
Thomas
Fath escreveu num artigo da New Oxford Review, que “ouve-se que pessoas que
fazem as entrevistas iniciais têm uma visão modernista sobre as qualidades que
um padre precisa ter”. De acordo com Fath a mensagem é: “temos muitas pessoas
com uma filosofia da Igreja Velha; o que estamos procurando são novos padres
que tenham a visão de como a Igreja deveria ser”.
Por
isso, em algumas dioceses e ordem religiosas é aplicado um teste onde o
candidato deve responder em sua opinião, o que a Igreja deveria ser.
Segundo
o Arcebispo Curtiss, uma das questões mais importantes levantadas na seleção de
candidatos é se o mesmo aprova ou não a ordenação de mulheres para o
sacerdócio.
Freqüentemente,
é o diretor vocacional que conduz a entrevista, e é bastante comum que seja
assistido por uma freira, que funciona como uma espécie de “inquisitora”. Em
alguns casos até, os bispos tem permitido que freiras encrenqueiras, algumas
que até abandonaram suas ordens, ocupem cargos de confiança no escritório
vocacional e nos postos administrativos dos seminários.
Parece
ser bem normal que freiras liberais, mesmo não sendo diretoras vocacionais,
acabem por ser os funcionários mais ativos do escritório vocacional. Muitas
vezes elas definem se o candidato pode ou não ingressar no seminário.
Muitos
seminaristas contam histórias de como, numa entrevista com uma freira
assistente para admissão no seminário, o telefone toca ou alguém bate à porta.
A freira, empolgada, entra em uma conversa animada, ao longo da qual ela diz
entusiasticamente que ela espera ser ordenada para o sacerdócio em alguns anos
ou então se diz plenamente favorável à ordenação de mulheres.
Esta
parece ser uma estratégia usada nas dioceses mais liberais para desanimar
candidatos mais ortodoxos. A irmã na verdade está tentando ver qual a reação do
candidato a essa farsa.
Outro
filtro na admissão de candidatos é a avaliação psicológica do mesmo.
Nessa
avaliação, feita por um psicólogo muitas vezes não católico, é fator importante
de avaliação qual é a postura do candidato com relação à homossexualidade.
Quer-se saber se o candidato está apto a aceitar a prática da homossexualidade
na sociedade moderna ou, mais especificamente, no seu ambiente de estudo e de
trabalho.
Se
o candidato adota posturas de acordo com o magistério católico como, por
exemplo: “Ame o pecador, mas deteste o pecado”; ou que “os atos homossexuais
são intrinsecamente desordenados e contrários à lei natural”, ele é logo taxado
de “sexualidade doentia” ou “sexualmente imaturo”. Imagine se ele disser que “O
homossexualismo é tão vil que clama aos céus por vingança” então?
A
um candidato, nestas entrevistas com psicólogos, são feitas várias perguntas de
ordem sexual tendenciosas que colocam como únicas opções situações pecaminosas.
Tais psicólogos não têm treinamento doutrinário e desconhecem o ensino
tradicional da Igreja, e se baseiam exclusivamente em padrões de julgamento
moldados pela sociedade laica. Quando o candidato mostra não ser complacente
com a visão moderna da sociedade em termos de sexualidade, normalmente é dito
que suas atitudes não são “pastorais” e, portanto, ele não está apto a servir a
igreja pelo sacerdócio.
Em
seus relatórios, muitas vezes reconhecendo que os candidatos têm muito boa
aptidão mental e desembaraço, os psicólogos relatam que: “suas convicções
religiosas permitem subentender uma raiva, desajuste social e imaturidade
sexual”. Tais avaliações psicológicas são responsáveis por eliminar até mesmo
candidatos com vida paroquial ativa e com recomendações de seus párocos.
Com
relação a este problema, o semanário católico conservador americano, The
Wanderer, publicou um artigo relatando como um certo doutor Joseph Wicker
estava rejeitando mais candidatos do que recomendando. Tal doutor Wicker diz
não se considerar mais um católico, e faz apologia da Maçonaria, da qual ele é
grão-mestre em sua região, além de ser adepto da Rosacruz, ambas seitas
condenadas pela Igreja Católica. Mesmo assim, tal doutor tem pleno
consentimento do arcebispo de Cincinatti, que está ciente de todos esses fatos.
Em
muitos casos, os psicólogos aprovam condicionalmente candidatos que mostrem
tendência à ortodoxia, contanto que façam terapia por um dado período de tempo.
Escreve
então Rose:
“Para
reiterar, o fato de se considerar questões sexuais durante avaliações
psicológicas é compreensível, principalmente em se considerando os processos
multimilionários que atualmente acontecem. As dioceses têm que tomar cuidado
para rejeitar aqueles que demonstram tendências para perversões sexuais. As
evidências, contudo, mostram que muitos dos psicólogos contratados para fazer a
seleção para a diocese recusam-se a recomendar homens que se atenham ao
magistério da Igreja em matérias sexuais, especialmente com relação ao celibato
do sacerdócio e à homossexualidade. Tais candidatos são chamados de sexualmente
imaturos ou sexualmente disfuncionais. Assim, aqueles que abraçam o celibato
sacerdotal como proposto pela Igreja e que dão evidencias que não aceitam
relações homossexuais como normais e aceitáveis do ponto de vista de
comportamento, são tratados como os que mostram sinais de perversões sexuais”
(obra citada, p.37. O negrito é meu).
O
problema pode ser resumido desta forma: muitos psicólogos que são
contratados pelas dioceses, para seleção de candidatos ao seminário, têm por
muitas vezes crença totalmente diversa da católica. Então falham em
objetivamente selecionar candidatos aptos a exercer o sacerdócio de acordo com
o magistério da Igreja.
Algumas
outras vezes, as entrevistas com diretores vocacionais ou comitês de admissão
rejeitam candidatos por razões ideológicas. O autor cita o caso de um candidato
que fora questionado sobre a ordenação de mulheres. Tendo o mesmo respondido de
acordo com os ensinamentos da Igreja, foi então rejeitado, e recebeu a seguinte
explicação do diretor vocacional: “Se você não acredita na ordenação de
mulheres, então não pode entrar em nossa ordem”.
Pessoas
que mostram admiração pelo Papa e pelos ensinamentos da Igreja freqüentemente
são descartadas por serem “muito rígidas” ou “muito dogmáticas”.
Chega-se
ao absurdo de rejeitar candidatos por sua paróquia ser reconhecidamente “muito
ortodoxa”, e até mesmo existem casos de homens que fingem ser efeminados
para serem aceitos no seminário.
A
uma pessoa foi dito que era “muito rígido” e “muito focado” para ser padre.
Querendo entender o porquê destes argumentos, este veio a descobrir que “muito
rígido” significa “levar o Papa muito a sério” e que ser “muito focado”
significa ter muita devoção por Nossa Senhora e por praticar a espiritualidade
Mariana de São Luis Maria Grignon de Montfort.
É
obvio que tais coisas podem até levar o candidato a perder sua fé.
Para
os que pretendam “corrigir” o “problema” são sugeridos retiros com padres e
psicólogos, tendo no programa, prosaicos exercícios como “se imaginar como
sendo Deus”, o que mostra a que ponto a gnose se desmascara nestes
seminários modernistas. Nestes retiros , muitas vezes dirigidos por freiras
feministas, os candidatos são levados a entender que “a Igreja está mudando, e
seria necessário ser flexível para aceitar uma Igreja pluralista”.
Rose
também relata uma posição curiosa do reitor do Seminário do Sagrado Coração em
Detroit, que encaminha candidatos ortodoxos para terapia, de forma que eles
deixem de ser tão “conservadores”.
No
Capítulo 3 Rose menciona um livro texto usado em seminários americanos sobre
sexualidade, que apresenta conteúdo pornográfico, que ele descreve cruamente,
descrevendo inclusive imagens do livro que ilustram atos obscenos. Este tema,
ele irá retomar em um capítulo posterior.
A
Sub-cultura Gay (The Gay Subculture)
No
livro The Changing Face of the Priesthood, do padre Donald B. Cozzens,
escrito quando este ainda era reitor do Seminário St. Mary de Cleveland, somos
alertados de um aumento da preocupação geral de que o sacerdócio estava se transformando
numa “profissão gay”. Segundo ele, uma grande parte do corpo docente e discente
dos seminários é composta por um número significativo de pessoas de orientação
homossexual. Isto atrapalha o desenvolvimento de homens heterossexuais dentro
do seminário, impedindo o prosseguimento dos seus estudos e sua preparação para
o sacerdócio.
Rose
diz não se tratar de uns poucos de tendência homossexual, que entretanto
guardam uma perfeita castidade. Pelo contrário, o que existe é uma atmosfera
homossexual intensa, ativa e ameaçadora.
Dentre
os absurdos decorrentes dessa situação , - que explica o assédio sexual que os
padres perpetram em suas paróquias -, Rose relata casos em que seminaristas
se vestem como mulheres e se maquiam dentro dos seminários. Professores que
enchem uma perua com seminaristas para ir a bares gays. Fotos pornográficas de
homens nus nos alojamentos.
Se
por acaso acontece algum tipo de reclamação dos seminaristas a respeito do
comportamento dos seus colegas “gays”, então, via de regra, o reitor diz coisas
como: “Não perguntamos aos nossos candidatos a sua orientação sexual nem suas
histórias sexuais. Seria uma violação dos direitos civis de um homem negar sua
ordenação nestas bases”. A sacrossanta declaração dos direitos do homem da malfadada
ONU não pode ser contestada, mas a própria vontade e ordem divinas sim.
Como
resultado de tais políticas, vários homossexuais são ordenados sacerdotes, para
vergonha da Igreja. Comenta-se que a profissão de padre católico hoje em dia
é uma das quais há mais incidência da AIDS.
Também
é comentado no livro de Rose, na pág. 59 que: “um grande número de estudantes
tem sido convencido por professores liberais que promiscuidade com pessoas do
mesmo sexo não é violação do celibato”.
Isto
é uma distorção ultrajante da doutrina católica a qual eu mesmo, infelizmente,
já ouvi da boca de um suposto religioso.
Os
seminaristas que aceitam o magistério católico com relação à moralidade sexual
são dispensados dos seminários como “encrenqueiros”. Também são ameaçados por
colegas e professores por não se submeterem à homossexualidade, defendendo ou
mesmo submetendo aos atos homossexuais, tendo assim suas carreiras ameaçadas.
Não
estranhamente, muitos dos alunos mais abertamente homossexuais estabelecem
vínculos estreitos com freiras feministas que ambicionam o sacerdócio.
Rose
alega que se o problema é grande dentro dos seminários diocesanos, é pior ainda
nas ordens religiosas, especialmente entre os Jesuítas.
O
Semeador da Heterodoxia (The Heterodoxy Downer)
Rose
diz que, além da imoralidade sexual, uma das maiores chagas dos seminários
modernos é a heterodoxia teológica e a discordância aberta dos ensinamentos da
Igreja. Segundo ele, muitos dos professores de seminários manifestam
abertamente aversão ao que a Igreja ensina.
Freqüentemente,
tais professores usam como livros texto trabalhos escritos por notórios
detratores do ensino católico, teólogos como Richard McBrien, Edward
Schillebeeckz, Hans Kung e Charles Curran.
Dentre
dos “ensinamentos” que tais professores passam aos seminaristas temos:
-
A Bíblia não deve ser levada muito a sério por causa de seus “laços culturais”.
-
Uma religião é tão boa quanto outra qualquer.
-
O papa não é infalível.
-
O magistério é autoritariamente abusivo.
-
A presença real de Cristo na Eucaristia é apenas um mito pré Vaticano II.
-
Cristo na verdade não era divino.
-
Deus é feminino.
-
A missa é uma ceia na qual devemos comer pão “que parece pão realmente”.
-
Mulheres devem ser ordenadas sacerdotisas em nome da igualdade.
-
Homossexualismo é normal.
-
Contracepção é moralmente aceitável.
Comentou
um seminarista que o corpo discente até parece seguir do topo ao fim a doutrina
modernista, tal como descrita e condenada por São Pio X na encíclica Pascendi,
nos mínimos detalhes.
Na
verdade, tais professores não suportam a Igreja, sua hierarquia, sua
Eucaristia, nem sua liturgia.
É
comum no corpo docente também a presença de freiras adeptas da teologia da
libertação e feministas que anseiam pela sua sagração sacerdotal. Algumas até mesmo
ensinam que os sacramentos não são necessários, tomando posturas mais
agressivas e ousadas mesmo que as de Lutero.
Criticam
a visão de um Deus paternalista, e querem um Deus criador andrógino para
aplacar seus anseios feministas.
Toda
doutrina e documentos anteriores ao Vaticano II apenas são usados em seminários
americanos quando se quer fazer zombaria e ridicularizar a Igreja. As palavras
de ordem dos seminários, que sempre aparecem durante as aulas e resumem o
léxico eclesiástico atual são: abertura, tolerância e pastoral.
Abertura
significa estar aberto para outras perspectivas, inclusive as heréticas.
Tolerância
significa tolerar desvios da moral e da doutrina, a ponto de abandonarmos
nossas crenças.
Pastoral
significa que tudo vale; não se nega nada para ninguém a não ser para os que
aceitam o ensino tradicional da Igreja.
Um
professor de seminário definiu tradição e tradicionalismo:
“Tradição é a ‘fé viva dos mortos’ enquanto
tradicionalismo é a ‘fé morta dos vivos’”.
Mas
o que mais choca são os ensinamentos de cunho comportamental e sexual. Rose
inclusive avisa que faz descrições explicitas de coisas imundas que são
ensinadas nas salas de aula do seminário, abrangendo desde atos sexuais,
incluindo homossexuais, até bestialidade. Para melhor ilustrar estas aulas, os
alunos são convidados a assistir filmes pornográficos que reproduzem diversas
obscenidades.
Em
alguns seminários, os cursos de teologia são abertos para alunos externos,
sendo aceitos alunos protestantes e até mesmos alunos não cristãos. É curioso o
relato de uma aluna bruxa, praticante de Wicca, que fez o curso de teologia em
um seminário americano. Além disso, ela era uma ativista lésbica e estava
estudando para ser ordenada ministra da Igreja Metropolitana Comunitária (uma
espécie de igreja New Age especializada em atender gays, lésbicas, bissexuais e
transexuais).
No
seminário Washington Theological Union (WTU) os seminaristas são obrigados a
usar estranhos métodos gnósticos e da Nova era, como eneagrama, cristais,
cartas de tarô, tabuas ouija, e muitos outros.
A
Piedade ridicularizada
Outra
razão para discriminação contra os seminaristas mais ortodoxos é a piedade
litúrgica. Freqüentemente é negada a oportunidade de adoração eucarística e
é proibido ao seminarista rezar o rosário em qualquer lugar do seminário, a não
ser em seu próprio quarto. Também costuma ser proibido ao seminarista ajoelhar
nos momentos apropriados da missa, como na consagração, por exemplo.
Entretanto,
as experimentações nas missas celebradas nos seminários são muito ousadas.
Em
alguns seminários, o corpo docente associa piedade com rigidez, sempre seguida
por uma análise de problemas de sexualidade reprimida (eles só pensam
nisso...).
Consta
que, de acordo com Rose, se um seminarista ajoelha durante a comunhão, ele é
tido como “suspeito” e invariavelmente “rígido”. O cerne de tal suspeita é
na verdade ideológico, e não litúrgico. O seminarista que ajoelha durante a
comunhão é culpado de três coisas: respeito, reverência e piedade, o que indica
que o seminarista tem um conhecimento “ultrapassado” da Presença Real de Cristo
na Eucaristia.
O
corpo docente do seminário talvez então tenha medo de que a devoção ao
Santíssimo Sacramento de alguma forma evite que o seminarista “veja Cristo nos
outros e sirva de acordo”.
Dentre
outras acusações de Rose, consta que os seminaristas não assistem missas
diárias e que nos experimentos litúrgicos americanos, freqüentemente são
utilizados ritos com profunda influência do movimento New Age e do feminismo “para
satisfazer o desejo das freiras feministas de poder e dominação na Igreja”.
Terrorismo
psicológico e lavagem cerebral
Para
os seminaristas ortodoxos, existe sempre o risco do aconselhamento psicológico,
que pode ser usado como um incentivo para o abandono do seminário, ou até mesmo
para realizar lavagem cerebral no candidato.
Rose
compara a pressão e a dinâmica utilizada nos seminários para que os
seminaristas abandonem pontos de vista ortodoxos, com os campos de reeducação
comunistas.
Seminaristas
que espionam uns aos outros, ameaças, chantagens, intimidação, coerção e mesmo
violência são empregados para proteger os statuso status quo do
seminário.
O
uso de psicólogos e terapias de grupo para seminaristas ortodoxos é bastante
freqüente. Isso tem por objetivo ou expulsar os alunos indesejados ou
oprimi-los de forma a submete-losa submetê-los.
Durante
terapias de grupo, os seminaristas são induzidos a confessar seus pecados para
todos os participantes, para que o grupo possa discuti-los. A terapia de grupo
é uma técnica que tem sido abandonada pelos psicólogos nos últimos tempos. Num
programa de terapia de grupo aplicado a oficiais da força aérea americana,
aconteceram alguns casos de suicídio após sessões de terapia de grupo.
Dois
psicanalistas da Filadélfia, Dr. Fraunces e Dr. Richard Fitzgibbons, que
atendem seminaristas que passaram por tais tratamentos psicológicos
preconizados pelo seminário, diz que as terapias são usadas para fazer o
seminarista “sair do armário”, gíria que quer dizer assumir a homossexualidade.
Os pacientes que adotam postura homossexual são aprovados, e os que demonstram
um pouco de ortodoxia são dirigidos para terapia de grupo.
No
restante do livro, Rose continua a descrever as provações a que são submetidos
os seminaristas durante sua preparação para o sacerdócio, levando a expulsão no
caso da maioria dos bons, ou a ordenação de pessoas que não tem a menor
qualificação para o múnus.
Com
tal crise criada, e conhecendo o que acontece nas paróquias e dioceses mundo
afora, não é de se estranhar uma tremenda falha na formação dos presbíteros, o
que Rose, apesar de sua percepção enviesada do problema (pois não atribui como
causa mais profunda o Vaticano II e a reforma da liturgia), acertadamente
indica ser uma crise artificialmente engendrada pelos modernistas no seio da
Igreja.
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