sábado, 8 de março de 2025

Milei quer o Terceiro Templo





O novo presidente libertário da Argentina,  Javier Milei,  foi acusado de pedir a reconstrução do " Segundo Templo " em Jerusalém, uma demanda importante dos extremistas israelenses de extrema direita.


Milei visitou Israel na semana passada, onde prometeu transferir a embaixada argentina de Tel Aviv para Jerusalém, apesar dos palestinos reivindicarem o setor oriental como capital de seu futuro estado, e prometeu apoio à guerra de Israel em Gaza.


Mais tarde, Milei foi acusado por ativistas pró-Palestina de pedir a destruição da Mesquita de Al-Aqsa e a reconstrução do "Terceiro Templo" em seu lugar.


Embora não haja provas de que ele tenha feito isso diretamente, ele recontou uma fábula messiânica sobre a destruição do local sagrado pelos romanos e a resposta de um rabino contemporâneo.


Em um vídeo compartilhado online, Milei é visto contando a uma multidão em Jerusalém uma história bíblica apocalíptica sobre o sábio judeu Rabi Aqiba ou Akiva.


Ele relata a resposta do rabino à destruição do "Segundo Templo" em Jerusalém pelos romanos.


"Essa história aconteceu após a destruição do Segundo Templo pelos romanos. O rabino Aqiba e seus colegas estavam observando o Monte do Templo em ruínas e viram uma raposa deixando o Santo dos Santos no templo", disse Milei em espanhol.


"Não poderia haver cena mais desanimadora do que essa. Diante dessa cena terrível, os rabinos choraram de luto, mas o rabino Aqiba começou a rir.


"Seus colegas perguntaram como ele poderia rir diante de tal tragédia, ao que o rabino Aqiba respondeu: 'Há uma profecia sobre a destruição que diz que uma raposa invadirá o Santo dos Santos. Há outra profecia que diz que o mesmo lugar será reconstruído.'


"Agora que vejo com meus próprios olhos a primeira profecia se realizando, rio de alegria e cheio de esperança, pois a segunda profecia certamente se realizará."





quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Bannon refuta Olavo sobre Globalismo ser comunismo

Bannon é um dos ideólogos do segundo governo Trump

Isso aqui que Steve Bannon diz é interessante, independente da sua validade. 



Bannon identifica que há um projeto autoritário de poder global em curso. Segundo a sua interpretação não se trata de um projeto de poder comunista, capitaneado por "metacapitalistas", tal como crê a direita brasileira, mas sim o “tecno-feudalismo" de Elon Musk. Para OdC, os metacapitalistas seriam uma classe empresarial que, depois de prosperar e fazer fortuna, transcendeu o capitalismo e passou  aumentar o seu poder controlando o Estado e financiando movimentos e iniciativas socialistas e comunistas pelo mundo. Daí o suposto "marxismo cultural", as políticas econômicas estatistas etc. No entanto, apesar da sua aproximação com a Casa Branca, Elon Musk não se encaixa bem no personagem de comunista. O magnata da tecnologia financia mundo afora movimentos conservadores e ganhou fama entre a direita brasileira como inimigo del Alexandre de Moraes e herói da liberdade de expressão.

E agora? Sem poder contar com o seu principal ideólogo, que rumo vai tomar a narrativa da direita brasileira para manter o mínimo de verossimilhança, coerência e coesão interna?


Escrito por Bruno Pitella. 

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Milei piorou a Argentina


Parte da mídia estabelecida diz que o governo de Milei tem sido bem sucedido no campo econômico. Mas será que é verdade? A análise macro dos dados mostra que não e que a situação Argentina piorou em relação a era Fernandez. A inflação bateu pico no meio de 2024 ultrapassando os duzentos por cento. No segundo trimestre a inflação mensal desacelerou mas graças a cortes brutais no repasse as províncias, educação e saúde além da paralisação das obras públicas e do veto a aumento do salário dos aposentados. Com isso a Argentina teve uma queda do PIB em 3.5% para 2024, maior que a de 2023 que foi de 1,6%. O desemprego subiu de 6% em 2023 para 8% em 2024. Com redução do PIB e mais desemprego houve queda do consumo o que naturalmente provoca queda da inflação no segundo trimestre mas ela não revela melhora da economia. No governo Fernandez eram 41% da população em situação de pobreza. Agora são 52%. O peso desvalorizou em relação ao dólar de forma que para comprar um dólar precisaríamos de 1000 pesos argentinos em novembro de 2024, o câmbio ultrapassando 4 dígitos pela primeira vez na história. Por outro lado Milei anunciou superávit mas o governo não teria superávit se não fosse financiado com títulos do Tesouro, conhecidos como Lecap e LEFI, que permitem o adiamento do pagamento de juros uma vez que estes são pagos, juntamente com o capital, apenas no vencimento do título da dívida: Milei mascarou o déficit, não o eliminou. A Argentina também ficou cara em dólares. Significa que, se no início do ano, quando Milei assumiu, você precisava de US$ 100 para pagar a luz, no final do ano você vai precisar entre US$ 200 e US$ 210 para pagar a luz. 

Em resumo: a Argentina está pior agora que antes de Milei. Não se deixem enganar pelos demagogos de direita que, fazendo recortes sobre inflação mensal e redução mascarada de défice tentam passar uma imagem boa da economia argentina sem relacionar todos os dados com o contexto macro.

terça-feira, 31 de dezembro de 2024

O holocausto cristão provocado pelo Sionismo

O Cardeal Pizzaballa, líder do Arcebispado Latino de Jerusalém, mostra preocupação com a crescente política anti cristã de Israel. 




Até meados do século XIX, cerca de 500 mil pessoas habitavam a Palestina. O número de palestinos muçulmanos era cerca de 17 vezes maior do que o de palestinos judeus, e o de palestinos cristãos era três vezes maior que o de seus concidadãos judeus.


A população cristã palestina está em declínio há décadas. Em Belém, cidade natal de Jesus, os cristãos representavam 86% da população em 1947; hoje, são menos de 20%. Em toda a Palestina histórica, 12% da população era cristã até meados do século XIX, quando os primeiros ocupantes eurojudeus foram enviados pelo Império Britânico para colonizar a Palestina. Chegaram a ser 73.000 os cristãos da Palestina Histórica, segundo o censo britânico de 1922 (os muçulmanos eram 600.000, os judeus menos de 84.000). Hoje, os cristãos não chegam a 2%. 


Um estudo conduzido pela Universidade Dar al-Kalima na cidade de Beit Jala, na Cisjordânia, e publicado em 2017, entrevistou quase 1.000 palestinos, metade deles cristãos e a outra metade muçulmanos. Um dos principais objetivos da pesquisa era entender a razão por trás do esgotamento da população cristã na Palestina.


A pesquisa concluiu que “a pressão da ocupação israelense, restrições contínuas, políticas discriminatórias, prisões arbitrárias e confisco de terras aumentaram o sentimento geral de desesperança entre os cristãos palestinos”, que estão se encontrando em “uma situação desesperadora em que não conseguem mais perceber um futuro para seus descendentes ou para si mesmos”.


A população cristã de Gaza, por sua vez, caiu pela metade desde 1967. Assim como os muçulmanos de Gaza, esses cristãos estão isolados do resto do mundo, incluindo os locais sagrados na Cisjordânia. Todos os anos, os cristãos de Gaza solicitam autorizações do exército “israelense” para participar dos serviços de Páscoa em Jerusalém e Belém, mas uma parcela ínfima recebe autorização, e apenas com a condição de que tenham 55 anos ou mais e que não possam visitar Jerusalém.


O genocídio aprofundado desde outubro de 2023 teria dizimado 5% dos cristãos de Gaza (quase o dobro do extermínio da população geral, que é de 2,6%), segundo Khalil Sayegh (29 anos), nascido e crescido em Gaza, onde participava das atividades do Centro Ortodoxo Árabe e da Associação Cristã de Jovens. “A maioria das casas no norte, onde os cristãos viviam, foram bombardeadas. Tudo está destruído”.


Em Jerusalém, a tensão é particularmente palpável. Ocupantes “israelenses” ilegais (os “colonos”) frequentemente invadem propriedades cristãs, enquanto líderes religiosos lutam para proteger os poucos espaços restantes que ainda estão sob controle palestino. Isso reforça a sensação asfixiante de cerco, alimentando o êxodo de cristãos.


O chefe da Igreja Católica Romana na Terra Santa alertou em uma entrevista que a ascensão do governo de extrema direita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu piorou a vida dos cristãos no berço do cristianismo. O influente patriarca latino nomeado pelo Vaticano, Pierbattista Pizzaballa, contou à Associated Press que a comunidade cristã da região, que existe há 2.000 anos, vem sofrendo crescentes ataques, e o governo mais à direita da história de Israel encoraja os extremistas, que atacam o clero e vandalizam lugares religiosos num ritmo cada vez mais acelerado.


Atualmente, há cerca de 15.000 cristãos em Jerusalém, a maioria palestinos, mas já foram 27.000 - antes que as dificuldades posteriores à guerra no Oriente Médio em 1967 estimulassem muitos do grupo tradicionalmente próspero a emigrar.


2023  marcou como pior ano para os cristãos em uma década, segundo Yusef Daher, do Centro Interigrejas, grupo que faz uma coordenação entre as denominações.


Agressões físicas e assédio aos membros do clero muitas vezes não são objeto de denúncia, de acordo com o centro. A organização documentou pelo menos sete casos graves de vandalismo contra propriedades da igreja entre janeiro e meados de março - um aumento acentuado em comparação com os seis casos contra os cristãos registrados durante todo o ano de 2022. Lideranças da igreja culpam os extremistas israelenses pela maioria dos incidentes, e dizem temer um aumento ainda maior.


Em março de 2023, dois israelenses invadiram a basílica ao lado do Jardim de Getsêmani, onde se diz que a Virgem Maria teria sido enterrada. Eles atacaram um padre com uma barra de metal antes de serem presos.


Em fevereiro, um religioso judeu americano arrancou do pedestal uma representação de Cristo de 3 metros de altura e a espatifou no chão, golpeando seu rosto com um martelo dezenas de vezes, na Igreja da Flagelação da Via Dolorosa, pela qual Jesus teria arrastado sua cruz a caminho da crucificação. "Sem ídolos na cidade sagrada de Jerusalém!", ele gritou.


Em meio a esse holocausto de cristãos cada vez pior em Gaza, a mídia e os políticos querem que acreditemos que há em curso um crescente antisemitismo e que os judeus são as verdadeiras vítimas. Ouvimos mais sobre os sentimentos dos judeus sionistas do que a dor das crianças de Gaza como aponta um estudo que descobriu que  96%  delas sentem que a morte é iminente. Parece que a mídia, junto com os apoiadores de Israel, acredita que a possibilidade de algo ruim acontecer aos judeus é uma ameaça maior à humanidade do que a morte, os ferimentos e o trauma causados a centenas de milhares de palestinos incluindo cristãos.

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

O Globalismo é o Norte Americanismo

 

Os USA, primeiro estado a ser criado pela Maçonaria, é o principal poder operante de Satanás na Terra agora

Para você entender isso precisamos indicar que as três possibilidades de ação para os USA, no pós queda da URSS em termos de política internacional, se articulam em torno dum mesmo eixo: consolidar a hegemonia dos EUA no Globo. Estas três possibilidades são:


A- O neoconservadorismo do Partido Republicano que através de intervenções unilaterai objetiva espalhar as instituições americanas pelo mundo garantindo assim os interesses estadunidenses contra arroubos de líderes ditatoriais ou não antiamericanos que poderiam desestabilizar o cenário externo, pondo em xeque o domínio dos USA.


B- O multilateralismo do Partido Democrata que busca construir uma governança global ao lado de aliados como os países da Europa Ocidental mais o Japão.


C- O Globalismo do CFR que pretende dissolver as soberanias nacionais criando um Governo Global sob auspícios da super classe mundialista que coincide com os plutocratas dos EUA e Europa.


Nos três casos o que teríamos é, de qualquer modo, a hegemonia dos valores americanos, dos direitos humanos universais baseados unicamente na natureza e sem lastro em Deus, do modelo democrático liberal, secular e laico, a prevalência dos direitos individuais, etc; o que diferencia cada projeto é o modo e a forma de implementar essa hegemonia como o modo e a forma da inserção das elites nela (No caso dum Governo Global sob o CFR as nações teriam direito de voz num parlamento mundial, algo similar ao que já acontece na Assembleia Geral da ONU; não há que se falar aí duma ditadura como alguns conspirólogos vulgares fazem mas dum sistema federativo o que não quer dizer que isso não signifique uma ameaça aos povos já que suas vozes seriam deveras diluídas num sistema piramidal). Em resumo: em qualquer dos casos a Plataforma de Desenvolvimento dessa dominação seria a tradição política americana como veículo privilegiado do Iluminismo. A única atitude possível ante este quadro seria uma posição anti-imperialista e anti- americana o que significa recusar a hegemonia dos USA sob que forma aparecesse. 


Mas os críticos do tal governo mundial falam de um "globalismo" sem dizer  do que se trata: Americanismo puro e simples. Então o que figuras como Olavo e seus pupilos fizeram foi desinformar: ao mesmo tempo que chamam a atenção para o globalismo tiram-na do seu verdadeiro agente, os USA, e estimulam as pessoas a se unirem aos EUA contra uma suposta elite satanista global anti EUA associado a esquerda. Então o problema central passa a ser a Esquerda e não mais os USA embora as esquerdas atuais estejam se americanizando e se redendo a Globalização e ao Fórum Econômico Mundial, instrumento da elite global de origem norte americana. Um exemplo disso é Lula que se afastou da òrbita tradicional da esquerda latino americana, que girava em torno de Cuba e do Chavismo mais recentemente, para a de Washington e sua defesa da "democracia" em moldes estadunidenses. O maior exemplo da fraude de um antiglobalismo de direita é que Trump, em menos de um ano de governo, durante 2017, atacou a Síria de Assad, descumprindo sua proposta de isolacionismo. Os USA não podem nem querem deixar o poder global. Trump é um blefe. 

terça-feira, 13 de agosto de 2024

O mito da Terra plana: lenda negra anticristã

 



Diz-se que os medievais sustentavam que a Terra era plana, mas isto é falso: os estudiosos da época já consideravam que a Terra é esférica. O mito nasceu no século XIX e, que coincidência, em tom anticristão. Saul Finucci conta isso em Il Timone: d A Idade Média não acreditava numa "Terra plana"

Aqueles que defendem hoje que a Terra é plana são considerados “medievais” e, de qualquer forma, os medievais sempre foram desprezados por terem apoiado a teoria de que a Terra era plana. Na realidade, os medievais eram mais modernos do que alguns contemporâneos.

Por exemplo, numa série de ficção de 1984, Colombo, convencido de que a Terra é esférica, é visto discutindo com professores da Universidade de Salamanca, convencido de que a Terra é plana e, portanto, não pode ser alcançada pelas Índias pelo oeste. Mas esse debate nunca existiu.

Na verdade, o povo medieval recebeu esta teoria do astrônomo Ptolomeu (século II dC), segundo a qual a Terra era uma esfera no centro do universo.

Vários testemunhos 

É verdade que o escritor Lactâncio (250-317) rejeita a ideia de que o mundo seja esférico, mas ninguém o segue. De facto, pouco depois, Agostinho de Hipona, uma das máximas autoridades dos medievais, num comentário ao Génesis (Genesi ad litramam), considera a Terra como um planeta esférico: “Como a água cobriu toda a Terra, nada impediu que em de um lado dessa massa esférica de água a presença da luz produzia o dia e do outro lado a sua ausência produzia a noite, que, a partir da tarde, ocorria no lado de onde a luz recuava, que se dirigia para o outro lado" (Livro I, 12, 25). Muitas cópias medievais dos escritos de Macróbio (século V) contêm mapas da Terra que incluem os Pólos Norte e Sul e as zonas climáticas descritas por Ptolomeu, mostrando a esfera da Terra (globus terrae) no centro de todas as outras esferas celestes. 

Dois textos de Macróbius do século XI (século V), trazem imagens da Terra esférica: uma Terra com zonas habitadas de acordo com a distância ao equador e uma Terra como esfera e não como centro de um universo esférico. Ambas as imagens pertencem ao Comentário ao Sonho de Cipião, escrito de Macróbio sobre De Republica de Cícero. “Macróbio é um dos dois responsáveis ​​pela persistência da crença na esfera da Terra entre os geógrafos medievais”, afirma à Biblioteca Nacional de Espanha ao apresentar as suas cartografias.


Isidoro de Sevilha (559-636), autor da mais famosa “enciclopédia” medieval, diz em outra obra (De natura rerum) que a Terra é esférica. O monge Beda, o Venerável (673-735), explica: “Dizemos que a Terra é um globo (...), porque é realmente um orbe colocado no centro do universo; na sua parte larga é como um círculo , não circular como um escudo, mas como uma bola" (De temporum ratione, 32). O livro de Beda foi amplamente divulgado entre os padres do período carolíngio. Teodorico de Chartres (falecido por volta de 1155) diz que, durante a criação do mundo, o ar envolve e comprime a Terra por todos os lados, reunindo-a "em uma forma esférica" ​​e dando-lhe a dureza que vemos hoje (De sex dierum ópera, 8). Roger Bacon (século XIII) e Tomás de Aquino (século XIII) também dizem que a Terra é esférica. Tomás de Aquino escreve: “As ciências distinguem-se pelos diferentes métodos que utilizam. O astrónomo e o físico podem provar a mesma tese, por exemplo, que a Terra é esférica; natureza da matéria" (Summa Theologica, 1, q.1, a.1). Em 1230, Johannes de Sacrobosco escreveu o Tractatus de Sphaera, livro muito utilizado na universidade, no qual é considerada a Terra esférica.

Uma mentira anti-medieval 

O primeiro a narrar um debate imaginário entre Colombo e os terraplanistas foi o escritor Washington Irving, que publicou The Life and Voyages of Christopher Columbus em 1828. Mais tarde, em 1874, o historiador amador J. W. Drapier publicou a História do Conflito entre Religião e Ciência: para ele, os medievais eram terraplanistas e, portanto, adversários da ciência. Em 1888, o divulgador Nicolas Camille Flammarion publicou a história de um missionário medieval que chega aos confins da Terra e toca o ponto onde se encontra com a abóbada celeste. A história é acompanhada por uma imagem (uma gravura), muitas vezes reproduzida em textos sucessivos. Esta história não se encontra em nenhum texto medieval, portanto é fruto da fantasia, assim como a imagem. Segundo alguns autores do século XIX, a religião teve que ser superada. Para conseguir isso, foi necessário convencer as pessoas de que a religião e a ciência eram inimigas. Mesmo ao custo de inventar falácias, como explica o historiador Jeffrey Burton Russell, em seu livro Inventing the Flat Earth: Columbus and the Modern Historians (1991), publicado em espanhol como "O mito da terra plana". 


domingo, 7 de julho de 2024

Assange revelou o plano sionista de um genocídio em Gaza e da destruição nuclear do Irã


    

    A atual escalada militar e genocida de Israel em Gaza já havia sido prevista por Julian Assange, conhecido internacionalmente como um revelador de verdades inconvenientes e um prisioneiro político do Ocidente, suas revelações tiveram impactos profundos em quase todos os cantos do globo, incluindo o mundo árabe. Uma das várias contribuições do Wikileaks para a Palestina foram telegramas que funcionaram para confirmar um elemento da agenda de Israel na Faixa de Gaza, ajudando a moldar a nossa compreensão geral da realidade no terreno hoje durante o ataque genocida lançado pelo governo israelita. Telegramas confidenciais secretos, de Março de 2008, revelaram que os diplomatas dos EUA tinham aprendido que as intenções de Tel Aviv, com o seu cerco abrangente imposto à Faixa de Gaza, eram “manter a economia de Gaza a funcionar ao nível mais baixo possível, consistente com uma crise humanitária”. 

    O que aprendemos com os documentos vazados foi uma confirmação de que Israel estava seguindo a estratégia delineada em 2006 por Dov Weisglass, conselheiro sênior do primeiro-ministro israelense na época, Ehud Olmert, que falou em colocar os “palestinos em dieta, mas não para fazê-los morrer de fome", numa espécie de genocídio sutil.  Além disso, os telegramas do Wikileaks revelaram que o antigo secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, tinha falado sobre o seu conhecimento das armas nucleares israelitas e disse que Israel tinha 200 armas nucleares apontadas contra a República Islâmica do Irão. Esta foi uma grande revelação, pois foi o primeiro reconhecimento por parte de um importante funcionário americano das capacidades de armas nucleares israelitas, que Washington e Tel Aviv se recusam a comentar publicamente; em grande parte devido à recusa de Israel em assinar o tratado de não-proliferação nuclear. 

    A primeira revelação de Assange já está a se realizar agora em Gaza, tudo indica que o próximo passo será atingir o Irã e levando em conta que o país acaba de eleger um presidente moderado, o plano sionista ganhará fôlego dado que a tendência é que o regime iraniano baixe a guarda. 

quarta-feira, 26 de junho de 2024

Bets, Tigrinho, crime organizado, Bolsonaro e Lula: onde "menos estado" nos levou e a esquerda igual a direita

 


    O voto e o apoio a Bolsonaro foi defendido por muita gente em nome de tirar o "estado do cangote do cidadão" para usar uma expressão usada pelo então presidente. Nós aqui sempre dissemos que se tratava de uma proposta inócua pois além de não entregar um novo ciclo de prosperidade econômica, afinal nenhum país rico e desenvolvido chegou a sê-lo sem o estado subsidiar o crescimento o que exigiu mais e não menos estado, deixaria o país a mercê do crime que só é possível combater sob um estado forte. 



    No domingo último, dia 23/06/2024, o jornal O Globo, trouxe, na capa, uma reportagem mostrando como o crime organizado do Comando Vermelho está usando os sites de Bet, conhecidos pelas apostas esportivas, para lavar dinheiro do Tráfico de Dorgas. Bolsonaro tem culpa direta pois em 2022 deixou findar o prazo para regulamentar esses sites.que, pelo decreto de 2018, que autorizou seu funcionamento teriam que, uma vez regulamentados, operar com endereços .com.br. Sem regulamentação eles operam como off shores, portanto fora do país, evadindo divisas.  




    Agora os fatos que tem vindo a tona em torno do jogo do Tigrinho, que se notabilizou pelos golpes e estelionatos, apontam para uma provável destinação dos lucros destas Bets. O pior é que já anda no Congresso o projeto que regulariza cassinos e jogos de azar no país. Segundo Lula, se o congresso aprovar ele vai sancionar pois "pobre não vai jogar em Cassino, torrando seu dinheiro, mas vai trabalhar lá". O projeto dos cassinos era de Paulo Guedes sob patrocínio do rei da jogatina de Las Vegas, norte americano, Sheldon Adelson. Quando esse debate estava em curso durante o governo Bozó gravamos uma denúncia no canal Legião da Santa Cruz no link que segue https://www.youtube.com/watch?v=SHu_4VLr0Gg. O governo Lula, com essa atitude complacente com a jogatina que, ao contrário do que diz o atual presidente, arruinou e continua arruinando a vida de trabalhadores, inclusive de crianças e jovens (https://sampi.net.br/ovale/noticias/2840990/brasil-e-mundo/2024/06/bets-vicio-em-apostas-ameaca-criancas-e-adolescentes) mostra não ter nenhuma diferença para o último governo. 

terça-feira, 16 de abril de 2024

Israel derrotado pelo Irã


Se Israel obteve uma vitória tão grande ao repelir o ataque do Irão há algumas noites, porque é que os israelitas estão tão desesperados para retaliar? Quando você vence uma guerra, na maioria das vezes você reserva férias, deseja fazer uma pausa em vez de retaliar. Você adivinhou corretamente.

Israel foi amargamente derrotado naquela noite. Recebeu todos os avisos necessários do Irão. Como sabemos, o Irão deu indicações completas sobre a escala do ataque, as tácticas e o tipo de armas utilizadas. Na noite, o Irã deu a Israel 5 horas para se preparar e, ainda assim, apesar de tudo isso, o Irã conseguiu penetrar na IAF mais protegida em Nevatim e, segundo algumas fontes, também na Base Ramon da IAF. Ambas as bases aéreas estão localizadas no deserto de Negev, pouco povoado.

Israel relata uma taxa de sucesso de interceptação de 99%, mas este número é obviamente tão verdadeiro quanto a história sobre os 40 bebês decapitados.

O Irão estava praticamente a testar o sistema de defesa aérea de Israel e a eficácia das forças proxy de Israel na região: os EUA, a Grã-Bretanha, a França e também a Jordânia. Irã, se bem entendi. nem sequer usou ogivas explosivas. Não era necessário. O seu objectivo era apenas transmitir uma mensagem e testar o sistema de defesa israelita.

O Pentágono e o Ministério da Defesa do Reino Unido compreenderam a mensagem iraniana. Eles também entendem o resultado do teste de armas antiaéreas israelenses. O fracasso de Israel há duas noites é ainda maior do que a catástrofe de 7 de Outubro. Israel apostou numa estratégia e tecnologia erradas e insustentáveis. A América e a Grã-Bretanha elogiam o sucesso de Israel numa tentativa desesperada de conter o entusiasmo maníaco e autodestrutivo israelita. Mas Israel sabe que foi derrotado pelo Irão naquela noite. Percebe que investiu no sistema de defesa errado. O custo da repulsão mal sucedida de um ataque balsítico iraniano de média escala foi mais de 10 vezes superior aos meios envolvidos no ataque em si. E isso sem levar em conta os danos que podem ser causados ​​por ogivas explosivas adequadas.

Nem Israel nem o seu representante podem sobreviver 3 noites desse tipo de guerra. O Irã lançou cerca de 200 mísseis balísticos naquela noite. Mas o Hezbollah é capaz de lançar mais de 2.500 mísseis balísticos de médio alcance por dia durante meses.

Tudo o que foi dito acima faz da guerra israelense uma aventura fatal e sem esperança.

Gilad Atzmon

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Padre Antônio Vieira revela por que Portugal perdeu o lugar para os povos loiros do norte

 




No sermão da Epifania do Padre Antônio Vieira, pregado em 1662 , ele defende a liberdade dos índios contra a cobiça dos colonos que desejavam usá-los como escravos, e explica a razão de Portugal ter perdido a hegemonia para os Países Protestantes do Norte relacionado ao fato de a defesa da escravidão do índio ter sido feita com base no argumento de que eram os “negros da terra”:


“Nos acusam de defender os índios por que não queremos que sirva ao povo mas somente a nós o que não é verdade pois devemos defender o gentio que Cristo trouxe a nós como Ele defendeu os Magos da Tirania de Herodes pois fê-los voltarem para sua terra livres e soberanos, não lhes tirando a pátria nem a liberdade natural e é assim que zelamos que os índios permaneçam […] Mas nada disto basta para moderar a cobiça dos nossos caluniadores por que dizem que são negros [os índios] e hão de ser escravos...Ora dos Magos que vieram visitar Cristo um era preto, Belchior, seria justo que Cristo o mandasse ficar em Belém para ser escravo de São José? Bem o pudera fazer pois é Senhor mas nos quis ensinar que os homens de qualquer cor são iguais por natureza e mais iguais ainda por fé se creem e adoram o Cristo como os Magos. Um etíope se se lava na água do Zaire fica limpo mas não fica branco mas se for batizado fica ambos: limpo e branco. Por isso é tão pouco a fé dos inimigos dos índios que depois de nós os termos feitos brancos pelo batismo eles o querem fazer escravos por negros.


Não é minha intenção que haja escravos...o mesmo sucedeu a São Paulo que tendo libertado do demônio uma escrava em Filipos, na Macedônia foi vítima do motim do povo contra eles – Paulo e Silas – que foram maltratados, presos e expulsos. Pois o povo queria apenas a escrava mas ela com o demônio: pois os cativeiros lícitos sem demônio são poucos e os ilícitos com demônio são muitos […] confundidos pela evidência o que dizem? Que sem escravos não se pode sustentar o Estado! Vede que coisas para se ouvir com ouvidos católicos e apesentar a um rei cristão: que só podemos nos sustentar com a carne dos miseráveis índios. E por que os pregadores do evangelho não querem entregá-los ao açougue dizem-lhe, fora de nossas terras! Ora o Castigo de Sodoma e Gomorra foi mais moderado que será das terras que expulsaram os pregadores de Cristo!


Já considerei por que aquelas terras [ do nordeste do Brasil ] fossem dominadas, pela permissão da Divina Providência, pelos hereges do norte [ holandeses adeptos do protestantismo que dominaram Bahia e Pernambuco no século 17 ]: e a razão é que nós somos tão pretos em relação a eles como os índios em relação a nós! E era justo que se fizemos tais leis por elas se executasse em nós o castigo. É como se dissesse Deus: já que vós fazeis cativos a estes por que sois mais brancos que eles eu vos farei cativos de outros que são mais brancos que vós!


As nações umas são mais pretas e umas são mais brancas pois estão mais vizinhas ou mais remotas do sol! E pode haver maior inconsideração de alguém deve ser senhor de outro por ser ter nascido mais perto ou mais longe do sol?”


Foi o incipiente racismo dos colonos, adverso a união mística das três raças consubstanciada no Brasil e que realiza o grande ethos português como monarquia cristã obrigada a converter e salvar os gentios pois para isto Cristo fundou e instituiu o reino de Portugal, a causa da ruína lusitana. Tiremos disso uma lição sobretudo nesta hora de trevas em que brasileiros se insurgem uns contra outros estimulados pelo bolsonarismo e lulismo que promovem o ódio regionalista entre nordeste x sul/sudeste


segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

O COMUNISMO NA REVOLUÇÃO ANTICRISTÃ (1961) - Padre Julio Meinvielle

Padre Julio Meinvielle

 

    A única modalidade de 'anticomunismo' que a meu ver realmente importa (e que é ao fim e ao cabo respeitável) é aquela que se formula a partir de uma perspectiva católica tradicionalista. É, com efeito, a única abordagem que faz as conexões certas e necessárias (marxismo - liberalismo - iluminismo - reforma protestante - renascimento), fundamentando a crítica do ideário comunista a partir do único paradigma realmente coerente, consequente e portanto válido para qualquer católico sério: a Doutrina Social da Igreja. 

É o anticomunismo de um Donoso Cortés, de um Maurras, de um Chesterton e de um belo livro como este, de autoria do padre argentino Julio Meinvielle, um notável caudatário desta nobre tradição.

 Manejando com maestria e fina verve retórica o aparato conceitual da Escolástica, Meinvielle vai ao amago da questão e liga todos os pontos com precisão cirúrgica. Trata-se sobretudo de interpretar o marxismo à luz d'uma "antropologia filosófico-teológica", bem como d'uma "teologia católica da história e da cultura", como esclarece o filósofo tomista Carlos Alberto Sacheri, conterrâneo do autor, em texto de apresentação à obra. 


A obra, "Comunismo na Revolução Anticristã", do Padre Júlio 


Meinvielle parte do princípio da existência de quatro dimensões essenciais na natureza humana (ser-sensível-racional-divino), que devem funcionar em harmonia com as funções básicas de toda sociedade (economia de execução - economia de direção - política sapiencial). Tal é o ordenamento tradicional, que deriva da própria natureza do Homem. Não obstante, a partir do nominalismo no século XIV, tem início um processo de crescente desagregação, que progride através de três marcos fundamentais: o Renascimento e a Reforma - a Revolução Francesa - a Revolução Russa, que em conluio com o demoliberalismo instaura o primado absoluto da Matéria sobre o Espírito no horizonte da consciência universal. 

É uma lástima que uma obra como esta não tenha maior divulgação / difusão por estas plagas, pois poderia ser um excelente antídoto contra o anticomunismo de fancaria que se tem difundido no Brasil nas últimas décadas, uma nefasta peçonha ideológica inoculada no debate público por legiões de pseudoconservadores e liberais; no Brasil e na própria terra natal do autor, diga-se de passagem, que acaba de alçar à presidência da república um execrável charlatão useiro e vezeiro nestes ilusionismos. 


Por Alfredo RR de Sousa

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

A Igreja “Casa da Mãe Joana” das Dubia de Bergoglio

Bergoglio e Fernandez: "esta é a hora do poder das trevas" - Jesus; Evangelho de Lucas 22,53

 

Aqui no Brasil a expressão “casa da Mãe Joana” remete a um lugar onde cada um faz o que quer estando ausente qualquer lei, ordem, regra, etc. Segundo Câmara Cascudo a expressão teve origem com Joana, rainha de Nápoles que na Idade Média, normatizou os prostíbulos na cidade em que se refugiou. As respostas de Victor Fernandez, titular da Congregação para a Doutrina da Fé, nomeado Cardeal por Francisco, as Dúbia enviadas por Dom Negri, Bispo de Santo Amaro nos fizeram lembrar dessa expressão e a razão é simples: os sacramentos, na nova “disciplina” da Seita Bergogliana, são porta de entrada, direitos em vez de dons de Deus. Direito por natureza é de todos os titulares sem condições outras. Pois é dessa maneira que os sacramentos passam a ser encarados.

                Um transexual pode ser batizado? Segundo Fernandez pode desde que "não gere escândalo", mas o que gera escândalo agora, nestes tempos pós modernos, num tempo em que tudo é permitido? Nada! Na mesma resposta a essas Dúbia Fernandez argumenta que o batismo pode e deve ser administrado mesmo sem as disposições subjetivas e as condições objetivas do candidato. Para legitimar esse absurdo Fernandez se vale de, pasmem, Santo Tomás ao dizer que uma vez afastadas essas más disposições, a graça santificante produzirá frutos. Mas ele não se satisfaz em usar, fora de contexto, o Doutor Angélico, se valendo inclusive de Santo Agostinho que diz que a marca indelével do sacramento do batismo não se perde apesar do pecado cometido depois dele ter sido administrado, deixando de lado as recomendações e determinações da boa doutrina e do direito canônico sobre as devidas condições e disposições do candidato ao batismo. Cabe lembrar que o direito canônico aduz que, para adultos, faz-se necessário, para ter acesso aos sacramentos, ter sido provado na vida cristã por meio do catecumenato.

Segundo Fernandez:

“frequentemente a previsibilidade de uma nova queda «não prejudica a autenticidade do propósito».

Em suma, bastaria um propósito vago, genérico e sem forma para tornar legítima a  administração dos sacramentos. A concepção de Bergoglio de uma Igreja Aberta a todos sob o símbolo de uma “Igreja Casa do Pai” ao invés da “Igreja Alfândega” contrasta com a Parábola do Filho de Pródigo que fala do retorno a Deus através dum processo de arrependimento profundo, tema banido da Igreja da Misericórdia, de Francisco.

domingo, 29 de outubro de 2023

Por que Cristo é Rei das sociedades e não apenas das almas fiéis?

 


Sem a reta doutrina sobre a Realeza de Cristo nunca entenderemos a doutrina da guerra santa cristã 


    A festa de Cristo Rei foi instituída por PIO XI, Papa de feliz memória, para relembrar ao mundo ocidental cujos estados apostataram depois das revoluções liberais do século 18 e 19 que baniram Nosso Senhor da vida pública, que Cristo é Rei também das sociedades e não só das almas não podendo a religião ficar restrita a esfera privada. A mentalidade liberal contagiou a sociedade com o vírus da laicidade que consiste em separar os negócios do Estado dos negócios da Igreja separando a vida civil da lei divina como se a consciência errônea tivesse os mesmos direitos da consciência reta, igualando falsas religiões com a verdadeira que deixa de ter a devida proteção do governo. Essa mentalidade concebe que ao Estado cabe somente cuidar da vida material e do bem estar econômico ficando indiferente às coisas da alma. Leão XIII, Papa, lembra, na sua encíclica Libertas que as leis civis devem favorecer a salvação eterna. Ao Estado cabe prestar o devido culto e honra ao Deus Verdadeiro, pois o poder só é legítimo se vem dele, fonte de toda autoridade. 


Embora Cristo seja rei sobretudo espiritual pois reina nas almas dos fiéis diz PIO XI, na Quas Primas, que:  


    ERRARIA GRAVEMENTE aquele que negasse a Cristo-homem o poder sobre todas as coisas humanas e temporais, posto que o Pai lhe conferiu um direito absoluto sobre as coisas criadas, de forma tal que todas estão submetidas a sua vontade[...]Portanto, o domínio do nosso Redentor abrange todos os homens, como afirmam estas palavras do nosso predecessor, de imortal memória, Leão XIII, que aqui nós fazemos nossas: “O reino de Cristo não se estende somente aos povos católicos, ou aqueles que, regenerados na fonte batismal, pertencem, por direito, a igreja, ainda que opiniões erradas os afastem ou a divergência os divida da caridade; mas abrange também todos aqueles que não possuem a fé cristã, de forma que todo o gênero humano está sob o poder de Jesus Cristo”. Não há diferença entre indivíduos e sociedade doméstica e civil, pois os homens, unidos em sociedade, não estão menos sob o poder de Cristo do que o estejam os homens particulares”.


Este erro de considerar Jesus somente rei das almas e não das sociedades é o professado pelos protestantes e pelos católicos liberais da linha do Vaticano II e até por tradicionalistas que recusam a luta política em prol do estado católico em nome duma espera que Cristo reine em todas as almas para só então instituir seu Reino Social. Não foi assim na Idade Média quando, em muitos casos, através da conversão de reis, leis cristãs eram estipuladas proporcionando que povos (a exemplo dos francos) adotassem a fé católica, de forma que o reino social preparava as condições para estabelecer o reino espiritual. 


    A reforma da liturgia que gestou a Nova Missa, coloca a Festa de Cristo Rei no último domingo do ano litúrgico a indicar, como diz o Padre Matias Gaudron da FSSPX no seu livro “Catecismo da Crise”, onde expôs os erros do Vaticano II, que o reinado social de Jesus não deve se estabelecer na sociedade e na história mas apenas nas almas e que devemos esperar pelo fim dos tempos, deixando a vida civil sem o fermento do evangelho; mas isto constitui uma heresia já que limita o governo de Cristo à vida dos indivíduos opondo-se de forma explícita ao ensinamento de Pio XI na Quas Primas. Foi nesta linha que Paulo VI, Papa, depondo a luta pela constituição duma sociedade cristã, deu aos católicos a permissão de se filiar em partidos laicos acabando com os partidos católicos que, fomentados por Papas como Pio X e Pio XI, foram veículos para a retomada da cristianização da política no começo do século 20. A liturgia da Missa Tridentina, neste sentido, coloca a Festa de Cristo Rei no meio do ano litúrgico a fim de ressaltar que já agora é factível um Reino Social de Jesus, conforme o ensinamento de Pio XI na Quas Primas, ou seja, uma sociedade inspirada pelo ensinamento evangélico a que chamamos "Cristandade" e que existiu, apesar de suas imperfeições, durante a Idade Média, época em que a vida social, econômica e política obedecia ao poder espiritual da Igreja e, através dela, rendia culto a Deus. 


    Não devemos confundir a cristandade com a heresia milenarista que fala dum reinado pessoal de Jesus na Terra com os justos ressuscitados por mil anos. A cristandade é antes a convergência e a sincronia entre o poder terrestre ou político e o poder espiritual ou eclesiástico, ou seja, teocracia, um governo em nome de Deus. A cristandade não é uma sociedade onde o pecado está banido mas onde está mitigado para favorecer a saúde espiritual dos homens ajudando-os a chegar no seu fim último que é Deus e a vida paradisíaca no céu. 


    Viva Cristo, Rei das almas e das sociedades!