quinta-feira, 23 de julho de 2015

ISIS, desculpa dos EUA para a guerra total!



Hoje a mídia internacional divulgou a fala de um diretor da CIA sobre o perigo mundial do ISIS. A preocupação do governo americano passa a idéia de que o ISIS seria um poder internacional a recrutar jovens de várias nacionalidades e por isso seria um poder etéreo capaz de se fazer presente em qualquer lugar; a CIA então vem espargindo o discurso de que o ISIS é o grande mal a ser combatido agora. 

A medida que os EUA se torna uma sociedade cada vez mais multi-cultural, pode-se achar mais difícil moldar um consenso sobre questões de política externa, exceto nas circunstâncias de uma ameaça externa direta, verdadeiramente maciça e amplamente percebida. Ou seja: unificar o império só é possível se os seus súditos acreditam num inimigo externo, tão poderoso que possa destruir a "liberdade americana"( cujo último fruto foi a liberalização em todo o território dos EUA, incluídos estados que proíbiam expressamente tal coisa, do "casamento"  gay). 

Nos últimos dias veio-nos a notícia de que a Turquia está a aumentar o suporte aos EUA em suas ações na Síria com a justificativa de combater o ISIS(http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/07/turquia-bombardeia-posicoes-do-ei-na-siria-apos-morte-de-soldado.html). Como se sabe a Turquia é aliada dos EUA desde a guerra fria(quando os EUA instalaram na Turquia uma base de mísseis voltada ao território soviético). Nós últimos anos cresce na Turquia o neo-otomanismo(que é uma é um ideologia política turca que, em seu sentido mais amplo, promove um maior engajamento político da moderna República da Turquia dentro de regiões anteriormente sob o domínio do Império Otomano, o seu estado predecessor. O Império Otomano foi uma potência mundial influente que, em seu pico, controlou os Balcãs, a maior parte do moderno Oriente Médio, a maioria dos norte da África e do Cáucaso. A política externa Neo-Otomana promove um maior engajamento nessas regiões como parte da crescente influência regional da Turquia. Essa é a política externa do atual governo de Erdogan). Qual a relação disso com o poder americano na região? Ora como durante o império otomano o poder anglo-saxão(do império inglês) era aliado aos turcos, em vista de exercer sobre o Oriente Médio sua influência, o que está a se passar agora é idêntico: os EUA herdeiro do poder inglês, busca na Turquia uma base de apoio para sua expansão na região. 

As consequências disso são as seguintes: 

1- Um reforço da coalização anti-Assad que é um dos líderes da resistência a Nova Ordem Mundial americanista no Oriente Médio e aliado russo;

O volume de ataques aéreos feitos por estados membros da tal "coalizão anti-ISIS", alguns dos quais são países "ricos e avançados", não passa de dez raids por dia sobre territórios da Síria e do Iraque. A Força Aérea da Síria, que é muito pequena se comparada à tal "coalizão", faz, num único dia, de cinco a dez vezes mais ataques aéreos contra o ISIS, que a "coalizão" que reúne forças armadas de 60 países. Isso mostra que o objetivo real não é acabar com o ISIS mas usá-lo como razão para justificar invasões de territórios e intervenção em certos países ainda não suficientemente americanizados. Há uma conexão entre a crise síria e o que se passa na Ucrânia. Primeiro, porque os dois países são importantes para a Rússia. Segundo, porque nos dois casos há um objetivo de impor ali governos fantoches do ocidente ateu-liberal.

2- Como a guerra americana é apresentada como guerra contra um inimigo sem estado - no caso o ISIS - então a guerra vira um empreendimento mundializado, aterritorial, ilimitado e global. Caso a CIA considere que o ISIS está a operar na Terra do Fogo irá intervir ali sob as bençãos da OTAN. 

O interessante é vermos a atuação conjunta das mídias ocidentais - buscando convercer o público ocidental do perigo do ISIS para dar aos EUA a "legitimidade necessária" para seus ataques na medida em que consegue a simpatia da opinião pública para a causa - às ações militares no Oriente Médio. 

Alguém ainda acredita na liberdade de imprensa? 

Para entender o perigo que está por trás da expansão do poder dos EUA no mundo: 

http://catolicidadetradit.blogspot.com.br/2014/12/por-que-os-eua-substituiram-biblia-pela.html

http://catolicidadetradit.blogspot.com.br/2014/04/eua-patrocinam-leis-pro-lgbt-no-mundo-o.html

http://catolicidadetradit.blogspot.com.br/2013/11/o-radical-conflito-entre-eua-e-igreja.html


3 comentários: