quarta-feira, 19 de outubro de 2022

A incapacidade de Lula e Bolsonaro revelada por Carl Schmitt

 

Dois incapazes e traidores

A eleição presidencial de 2022 no Brasil aponta a um profundo processo de lavagem cerebral por duas alas ideológicas que enganam a população com promessas irrealizáveis no atual sistema democrático burguês que molda a estrutura do estado. Lula promete empregos, cerveja e picanha – inviável sem a quebra da PEC do Teto, imposta pelo sistema financeiro ao qual o PT, desde 2002, está vinculado – e Bolsonaro acena com defesa dos costumes, segurança e combate a corrupção – apelando a uma pauta conservadora ao mesmo tempo que se mantém dentro do esquema capitalista global que o financia. A vanguarda dessas duas alas apostou numa campanha suja e mentirosa: dum lado a esquerda fala de ameaça a democracia – da qual Bolsonaro é produto - enquanto a direita, na falta de propostas concretas, apela para uma ameaça comunista inexistente. No fim das contas ambos contribuem para a continuidade desse modelo politico onde vigora um controle oligárquico das altas finanças mascarado de democracia produzindo o medo dum golpe militar ou dum golpe comunista, duas realidades longínquas, para mobilizar massas e garantir votos dos idiotas úteis, ingênuos demais para saberem que estão sendo usados e para qual fim os utilizam. Todo esse processo, todavia, mostra que o povo, manietado por duas forças políticas que apelam para anseios legítimos, está votando em ambas pelas razões certas – costumes e trabalho - mas enganados quanto a capacidade delas de encaminharem a solução.


Daí a importância de resgatar o pensamento de Carl Schmitt nessa hora grave do país. O teórico político alemão mostra a incapacidade do parlamentarismo burguês em proteger o povo dos seus inimigos. Um povo somente existe quando ele pode determinar autonomamente, existencialmente, quem é amigo e quem é inimigo. Quando um povo renuncia a essa responsabilidade em prol de um ideal apolítico como “humanidade”, “direitos humanos”, “democracia”, “respeito às liberdades” o político enquanto poder não desaparece do mundo: desaparece apenas um povo fraco incapaz de se defender das ameaças. Exemplo disso é o que saiu recentemente no Jornal Gazeta do Povo sobre como o Lobby do Aborto no STF é financiado por ONGs dos EUA/ Europa. O Brasil está a beira dum inverno demográfico sem ter vivido um auge civilizacional – algo incomum e que pode nos condenar a jamais ocupar um lugar de relevância na história da civilização pois estamos envelhecendo antes de virarmos uma potência, vocação a qual o Brasil é chamado pelo seu imenso território – e isso por que nunca formos capazes de opor resistência àqueles que impedem nosso desenvolvimento. Isto está diretamente relacionado ao modelo parlamentar que adotamos , cópia da Europa Ocidental e do sistema estadunidense. Pertence à essência do liberalismo burguês – criado por Guizot, teórico francês - não tomar decisões, e, por isso, a burguesia política pode ser descrita como ‘uma classe que discute’”, que transfere toda atividade política ao discurso parlamentar ou à via da imprensa. A discussão liberal seria uma prova manifesta de um modo de pensar tipicamente conciliatório, incapaz, por isso, de gerar decisões necessárias a defesa do povo.


Por isso, se ao Parlamento é feita a pergunta “Cristo ou Barrabás?”, ela é respondida com uma moção de adiamento ou com a instalação de uma comissão de inquérito. E aqui o objetivo é simples: retirar da mão do Estado e do Povo a capacidade de decidir contra interesses estabelecidos. Num quadro de crise histórica o Estado Liberal é incapaz de resolver as necessidades vitais duma nação pois para um liberal a lei é norma inflexível e as constituições verdadeiras “bíblias”. Um Estado Forte que não seja limitado pelo direito é juso quando estamos perante o risco duma futura extinção a medida que vamos sendo sugados pelos poderes financeiros internacionais. É fundamental ressaltar isto dado que o liberalismo se caracteriza por ser um “Estado de Direito” no qual seu poder é limitado pela Constituição. E aqui se evidencia a hipocrisia subjacente ao Bolsonarismo e ao Petismo: se o primeiro fala de “revolução comunista iminente” e o outro de “ameaça de uma nova ditadura militar” seria de esperar que ambos defendessem medidas draconianas, ou seja, Estado Forte, mas ao contrário apelam para “liberdade” ou “democracia” em suma, a velha receita de enfraquecimento do país frente as supostas ameaças internas que ambos alegam existir e que não poderiam ser resolvidas por meio do diálogo democrático ou garantia das liberdades. Neste momento a nós nacionalistas e dissidentes, absoluta minoria num país que enlouqueceu, resta explicar as massas que um governo submetido aos banqueiros não pode prover nem empregos de qualidade, nem fim da corrupção e do crime, nem defesa dos valores morais. É necessário, enquanto somos minoria, fazer um trabalho de crítica e esclarecimento desmascarando a mentira petista e da direita liberal conservadora mostrando que só uma frente nacionalista que reafirme nossa Soberania pode nos libertar e que as promessas dos políticos do sistema não passam de ilusão.