sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Bohemian Grove: os encontros da elite americana da qual a Olavosfera nada diz!!

Encontro do Grove com Reagan e Nixon.


Virou moda, na olavosfera, desculpar os EUA pela Nova Ordem Mundial: os projetos de poder global são sempre dissociados do processo de expansão do poder americano no mundo e de sua elite. A dita "elite global" é sempre desvinculada da essência dos EUA que ela não representaria jamais. 

Porém a farsa, bem montada durante anos está com os dias contados. Aqui e ali pessoas vão acordando do longo sono imposto pela olavosfera. Aqui e ali informações vão surgindo para derrubar a cortina de fumaça e desinformação criada pela olavosfera. 

A elite do poder tem diretórios interligados não apenas em empresas mas na sociedade americana como um todo. Um dos exemplos é a "comunidade de política internacional de Washington" que reúne nomes como Donald Rumsfeld, Franck Carlucci, Henry Kissinger, Brzezinski, etc, todos nomes que lecionaram em universidades de elite nos EUA e que participaram de governos americanos. Esse grupo está ligado, diretamente, ás mega empresas da área financeira. Não espanta que vários membros desse grupo tenham penetrado no mundo financeiro depois de terem passado pelo cargo de secretário do tesouro americano; entre eles temos o ex-secretário John Snow da Cerberus, Paul O'Neill da Blackstone, o ex-secretário Robert Rubin do Citigroup, etc. A vinculação entre poder americano e mundo financeiro é tão evidente que negá-lo é impossível. O que resta a olavosfera é tergiversar sobre o assunto criando uma versão fantasiosa sobre isso dizendo que esses grupos são essencialmente antiamericanos pois planejariam destruir os EUA substituindo-o por um governo mundial. O que torna a versão aceitável é o fato, inegável, de que essa elite queira um governo mundial. Mas o que a versão não diz é que esse governo mundial nada mais seria que um Império Americano. 

Mas vamos ao Bohemian Grove, um encontro da elite americana, pretensamente para relaxar. O lema "aranhas tecedeiras, não venham aqui" simboliza a filosofia do encontro: expressão retirada da obra de Shakespeare, sonho de uma noite de verão,  é uma alerta contra discutir negócios ou outras preocupações mundanas durante o Grove. Os membros são estimulados a se concentrar em artes, literatura e outros prazeres dentro dos espaços do encontro que acontece sempre ao norte da Califórnia. Durante duas semanas, sempre ao fim de julho, o local recebe cerca de 1500 sócios do clube fundado em 1872. Não há boletins informativos do grupo que é ultrasecreto. Entre os convidados recentes temos membros da elite do partido republicano ligados a promoção do neoconservadorismo como Dick Cheney, Donald Rumsfeld, Karl Rove e George W. Bush. Há relatos de que foi durante um encontro do clube que foi decidido o planejamento da bomba atômica. Foi no local de reunião do grupo que gente do projeto Manhattan se reuniu, na época da segunda guerra.

A filiação ao Grove é altamente seletiva e só pode acontecer por meio de convite. Há um rito iniciático que constitui de uma "cremação das preocupações" onde os participantes queimam uma efígie que representa as preocupações trazidas de fora. 

É fato que as conversas no lago, eventuais discursos feitos durante o Grove, historicamente serviram como fundamental plataforma de promoção de políticos. Um exemplo revelador da importância dessas conversas é o relato feito por Nixon sobre a aparição daquele que seria o futuro presidente americano Dwigth Eisenhower, durante o evento: " no verão de 1950 eu o vi bem de perto no Grove...depois do discurso de Eisenhower nós voltamos para o acampamente do homem das cavernas e nos sentamos ao redor da fogueira fazendo uma avaliação. Todos tinham gostado dele...me marcou sua personalidade e mística que impressionaram a platéia cética". Nixon depois alega que um discurso que fez no Grove pode tê-lo lançado para a presidência dos EUA:" Se tivesse de escolher o discurso que me deu mais prazer e satisfação em minha carreira política, seria o discurso do lago no Bohemian Grove em julho de 1967...de modos muito importantes foi a primeira pedra no meu caminho para a presidência". 

Foi em 1995, também, que de uma conversa entre Newt Gingrich, então presidente da câmara dos EUA, e o ex-presidente George Bush durante um encontro do Grove que ficou acertada a candidatura de George W. Bush, filho de G. Bush. 
O especialista Domhoff observa que nos anos 90 - época da consolidação da corrente neoconservadora ligada, basicamente as idéias de Francis Fukuyama, que falava de fim da história que estaria ligada a queda da URSS e a vitória definitiva das instituições liberais dos EUA que iriam se espalhar, fatalmente, pelo mundo. O projeto neoconservador, consiste em fazer avançar esse "fim da história", espalhando o modo americano de vida- a ausência dos membros do governo Clinton e do partido democrata tornou o Grove o centro das mais avançadas articulações entre lideranças republicanas, marcadas pela ideologia neoconservadora. Hoje os membros do Grove são solidamente republicanos.
Fukuyama, intelctual a serviço do neoconservadorismo americano, autor do livro "O fim da história e o último homem"


O Grove exibe uma reveladora mistura de membros dos grupos políticos, financeiros e empresariais da elite americana. Em um lista das 1,144 maiores corporações dos EUA, o sociólogo Peter Philips descobriu que 24 por cento tinham pelo menos um moembro ou diretor convidado em 1993. No caso das 100 maiores corporações o percentual era de 42 por cento. . Embora o Grove seja um encontro de "diversão" é inevitável que, quando as elites se reúnem, falem sobre negócios. O fato de que homens ricos de todo o EUA se reúnam em circunstâncias tão próximas quanto o Grove é prova da exist~encia de uma classe alta, dotada de projetos comuns e de alta coesão social. Esses homens não apenas se conhecem mas formam uma rede social. O Grove é um encontro que gera uma coesão de classe jamais vista pois capaz de influenciar, não apenas acontecimentos em um país, mas no mundo, pois muitos de seus menbros são chefes de instituições financeiras que se relacionam com países, governos, empresas, dinastias, etc. 

Entendem por que a Olavosfera nada diz sobre o Grove? É bem simples: a Olavosfera serve a causa neoconservadora, a hegemonia mundial dos EUA a quem o Grove serve e prepara o terreno através de seus encontros, únicos no mundo. Nem mesmo a elite global reunida no Clube Bilderberg tem tamanha coesão quanto a elite do Grove, majoritariamente, hoje, dedicada a realizar os planos republicanos e a tese de Fukuyama relativa a história ter como meta o modelo político-social-econômico dos EUA.   

Fontes Bibliográficas:

Domhoff, Willian. Social cohesion e the Bohemian Grove. sociology.ucsc.edu/whorulesamerica/index.html

Philips, Peter. San Francisco Bohemian Club: power, prestige and globalism. Sanoma Comunity Free Prees, 8 de junho de 2001. 

Rothkopf, David. Superclasse. Rio de Janeiro, Agir, 2008.


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