quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O que é o liberalismo?

“O liberalismo político e social é o reino do individualismo. A unidade básica do liberalismo é o indivíduo [1]. Ele é como um sujeito de direitos absolutos (‘os direitos do homem’), sem nenhuma referência aos deveres que o ligam a seu Criador, a seus superiores ou a seus semelhantes e especialmente sem referência aos direitos de Deus. O liberalismo faz desaparecer todas as hierarquias sociais naturais, deixando assim o indivíduo sozinho e sem defesa da massa, da qual ele não é mais do que um elemento que acaba sendo absorvido por ela.
Ao contrário, a doutrina social da Igreja afirma que a sociedade não é uma massa de disforme de indivíduos [2], mas um organismo ordenado de grupos sociais coordenados e hierarquizados: a família, as empresas e profissões, as organizações profissionais, e por fim o Estado. As organizações profissionais unem patrões e trabalhadores, para defesa e promoção dos interesses comuns. As classes não são antagônicas, mas naturalmente complementares [3]. A ‘Lei Chapelier’ (de 14 de Junho de 1791), que proíbe associações, aniquila com as corporações, que constituíam o instrumento de paz social desde a Idade Média; esta lei foi fruto do individualismo liberal, porém em vez de ‘libertar’ os trabalhadores, os oprimiu. E quando no século XIX , o capital da burguesia liberal havia oprimido a massa informe dos trabalhadores, transformada em proletariado, se idealizou, seguindo a iniciativa dos socialistas, o reagrupamento dos trabalhadores em sindicatos; porém os sindicatos só fizeram agravar a guerra social, ao estender a toda a sociedade a artificial oposição entre capital e trabalho.
(...) Guardemos então esta inegável verdade histórica e filosófica: o liberalismo leva, por inclinação natural, ao totalitarismo e à revolução comunista.” - Monsenhor Marcel Lefebvre, “Do liberalismo à apostasia”.

[1] D. Raffard de Brienne, Le Deuxieme Étendart”, p. 25.
[2] Pio XII, ‘Radiomensagem de Natal’, 24 de dezembro de 1944.
[3] Cf. Leão XIII – ‘Rerum Novarum’, 15 de maio de 1891.

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