quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Jesus quis uma Igreja democrática???

Jesus ensinando como mestre. Seu papel de mestre não combina nem um pouco com democracia
Jesus quis uma Igreja democrática? Se ele quis e a Igreja adotou o primado pontifício então tem razão os protestantes e ortodoxos: o catolicismo é uma heresia das piores. Quando se defende uma reestruturação do papado ao ponto de tornar menor o poder do papa o que se está fazendo - mesmo que sem a intenção de fazê-lo - é abrir brechas que dão razão as acusações históricas de ortodoxos e protestantes contra a Igreja Católica. O que ocorreu a um ano atrás quando estourou uma suposta corrupção da cúria romana está sendo usado como justificativa para reduzir o papel da mesma e do papa. Nós tinhamos noticiado aqui mesmo nesse blog que a difamação do Cardeal Bertone braço direito de Bento XVI vinha sendo feita com o objetivo de manchar a cúria e justificar uma reforma da Igreja em termos democratizantes( http://catolicidadetradit.blogspot.com.br/2013/02/cardeal-bertone-vira-alvo-dos-neo.html) Em suma: a crise da Igreja não é associada a crise de fé mas a uma crise relativa a sua estrutura. Essa tese - e é interessante isso - é defendida faz tempo por nomes como Kung e Boff. Ambos sempre disseram que a crise da Igreja era relativa a forma pela qual esta exerce seu poder. Boff mesmo pergunta "Qual dos tipos de Igreja que está em crise e em franca degeneração nos dias atuais? É a Igreja-instituição-monárquico-absolutista, cujas razões não conseguem convencer os fiéis nem se sustenta diante  do senso comum e do sentido do direito e da justiça que se impuseram na reflexão dos últimos séculos"(In: http://www.jb.com.br/leonardo-boff/noticias/2012/09/16/que-tipo-de-igreja-esta-em-crise-e-em-degeneracao/). A afirmação de Boff é verdadeira : sim esse tipo de Igreja está em crise mas quem levou-a a crise senão eles mesmos, os progressistas que desde 1962 buscam relativizar o catolicismo? Quem senão eles estão desde então tentando corroer os fundamentos em que ele está assentada? E sim: a visão de Igreja monárquica é rejeitada mas por quem senão pelo mundo? A exigência de reformar o papado para torná-lo mais transparente as necessidades de nosso tempo é um tiro no pé do mesmo: o que nosso tempo exige é a "não autoridade", vivemos em uma cultura do provisório e da radical negação da transcendência de modo que a própria consciência, a consciência imanente do sujeito, vira a regra e norma de vida. Uma Igreja que exerça sua autoridade como deva, exigindo a sujeição da consciência aos seus cânones não será aceita pelo mundo. Se o objetivo é ser aceito pelo mundo então que se faça tal reforma. Mas a pergunta que fica é: para que a Igreja está na terra senão para afiançar a presença do reino de Deus que é ela mesma? Jesus disse: meu reino não é deste mundo! Mas de repente há quem creia que possa haver um encontro pacífico entre reino e mundo. E crendo nessa impossibilidade tencionam fazer da Igreja algo mais parecido com o mundo para que o mundo se torne algo mais parecido com a Igreja. Porém nesse quadro a Igreja é reduzida a peça política para a construção da utopia de um "mundo melhor" onde reine a paz mas não a paz cristã, senão uma paz amorfa identificada com o bem estar do homem. A Igreja vira peça para a vitória do humanismo secular. E nesse quadro não é mundo que se tornará algo mais parecido com a Igreja mas sim que é a Igreja - em sua face histórica - que virará algo muito parecido com o mundo.

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